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terça-feira, 28 de abril de 2009

Dez portugueses comecam a ser .....


Dez portugueses começam a ser julgados esta terça-feira em Logroño, acusados de subtmeterem compatriotas a semiescravidão na região de La Rioja. Em breve várias dezenas deverão ser acusados da exploração de três milhares.


No banco dos réus do 2.º juízo criminal de Logroño, na região vitivinícola espanhola de La Rioja, sentam-se hoje cinco homens e cinco mulheres. Para cada um deles, o Ministério Público espanhol pede sete anos e três meses de prisão, por crimes contra os direitos dos trabalhadores, mediante uso de violência e intimidação e ameaça continuada.


Os arguidos tinham entre 26 e 66 anos, faziam parte da mesma família e foram detidos em Julho de 2006 nas localidades de Hormilleja e Santa Coloma, sob a acusação de manter em semi-escravidão 13 pessoas angariadas em zonas pobres portuguesas para trabalharem temporariamente nas vinhas e adegas de La Rioja.


A família foi denunciada em Maio de 2006 por dois trabalhadores que diziam encontrar-se, havia cinco anos, num regime de sobre-exploração: mantidos em péssimas condições de alojamento e alimentação, eram obrigados a entregar-lhe os seus salários, coagidos por agressões s soco e a pontapé.


Numa operação realizada em Julho, a polícia encontrou outros onze portugueses na mesma situação. A história era semelhante: eram pessoas de frágeis condições e recursos e tinham sido angariados em zonas e bairros deprimidos em Portugal sob a promessa de alojamento e salário.


Uma vez na Rioja, eram alojados em espaços sem condições e mal alimentados pelo clã português, que tratava de encontrar trabalho nas quintas e adegas da região e de transportá-los diariamente, mas apropriava-se dos respectivos salários, sintetiza o diário "La Rioja" (12/07/06 e 19/04/09).


Presentes perante o juiz de instrução, os suspeitos , ficaram a aguardar julgamento em liberdade, mediante apresentações semanais no tribunal.


Há dias, foram soltos em Portugal os últimos três de 28 detidos, há um ano, no âmbito de uma operação de desmantelamento de uma rede que explorava indigentes em trabalho escravo também na região da La Rioja (províncias bascas de Navarra e Álava, no País Basco), Saragoça (Aragão) e Lérida (Catalunha), numa operação conjunta da Polícia Judiciária portuguesa e da Guarda Civil espanhola.


No entanto, o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Porto deverá concluir em breve a acusação contra várias dezenas de pessoas presumivelmente implicadas na exploração de trabalho escravo de três milhares de portugueses ao longo de uma série de anos.


O esquema, caracterizado pela violência contra as vítimas e desprezo pela dignidade humana, assentava no recrutamento de pessoas especialmente fragilizadas (toxicodependentes, alcoólicos, sem-abrigo e mesmo deficientes) em zonas pobres, especialmente no Norte do país, mediante a promessa de emprego certo e salários de 600 ou 700 euros mensais.


Uma vez nos locais de destino, os trabalhadores angariados eram fechados em barracos sem condições e desapossados dos respectivos documentos de identificação, para que os escravizadores pudessem controlar os seus movimentos, ao mesmo tempo que lhes confiscavam os salários.


Trabalhando de sol a sol até à exaustão e encarcerados e algumas mulheres eram submetidas a escravidão sexual pelos presumíveis sequestradores. Quando, anos depois (oito ou mais), deixavam de render, eram metidos em carros e abandonados novamente em Portugal, anos depois.


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