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Radio Viseu Cidade Viriato

sábado, 31 de julho de 2010

31-07-2010 Especial

Pequena homenagem a um grande HOMEM António Feio 1954 -2010

Primeira pagina 31-07-2010

População de Parada de Gonta continua em sobressalto


Um manto de cinzas e um cheiro intenso a queimado cobrem Parada de Gonta, uma freguesia do concelho de Tondela que foi fustigada pelas chamas na segunda-feira. Naquela localidade não há memória de um incêndio tão arrasador e houve muitas pessoas que viram as suas casas em risco

"Não dava este jardim por dinheiro nenhum e agora fiquei com tudo queimado. Não é pelas flores nem pelas árvores porque voltam a rebentar, é o gosto que temos nas coisas. É uma tristeza", lamentaram Manuel Cunha e Guilhermina Almeida que viram o fogo chegar-
-lhe à porta de casa na passada segunda-feira.
Estes moradores de Parada de Gonta, no concelho de Tondela, viveram momentos angustiantes quando viram o fogo aproximar-se da sua habitação sem conseguirem fazer muito para o evitar. A mangueira de regar o jardim foi servindo para molhar a casa, numa tentativa de salvar os bens que o incêndio ameaçava consumir.
Mesmo assim, as chamas queimaram por completo o jardim e uma parreira carregada de cachos, ambos encostados à casa, e o calor fez com que uma persiana encolhesse. "Há três anos que não tínhamos vinho nesta parreira. Este ano, andávamos com todos os cuidados, já tínhamos feito várias curas e agora foi-se tudo embora", contou o casal com bastante tristeza.
Guilhermina Almeida disse que o barulho do incêndio "parecia um vulcão". A filha, o genro e os netos vieram da América e ficaram assustados com o cenário que viram. "Metemo-
-nos dentro de casa muito aflitos e depois quando abri a porta da cozinha era lume sobre nós, tudo a arder", lembrou.
Manuel Cunha foi mais corajoso e aventurou-se para tentar proteger a sua propriedade e ajudar os bombeiros no combate às chamas. A família chegou a pensar que o homem tinha morrido no meio do incêndio, mas Manuel Cunha regressou a casa sem problemas, apenas com alguma angústia.
O casal já se tinha queixado ao proprietário do pinhal que está em frente à casa, porque as silvas estavam a torná-lo num local perigoso. "Uns dias antes disse ao dono do pinhal para cortar o mato e as silvas que já atravessavam a estrada, porque se desse aqui um fogo era uma desgraça. Sabe o que é que ele me disse? Para eu os cortar", afirmou indignado Manuel Cunha que também tinha pedido à mesma pessoa para cortar os pinheiros, pois podiam cair sobre a casa, mas a resposta foi igual.
"O meu mato está todo cortado e esta gente com tanto dinheiro não o corta e agora é o que se vê. Foi uma sorte o fogo não ter chegado lá atrás a uns barracões porque se não ficávamos sem batatas, sem lenha, sem nada", acrescentaram.
A residência de Manuel Cunha e de Guilhermina Almeida fica próxima da antiga escola primária que também esteve em risco de ser destruída pelo incêndio.

População sem telefone
Parte da localidade de Parada de Gonta ficou sem linha telefónica durante a tarde de segunda-feira e o dia de terça-feira, depois de os fios terem ardido. Alguns residentes referiram que o sinal dos telemóveis também era fraco, o que estava a prejudicar as chamadas de alerta para os bombeiros aquando dos reacendimentos, que foram muitos na terça-feira.

Casa de turismo rural
em perigo
Quem também viu a sua casa perto de ser consumida pelas chamas foi um casal de ingleses, que vive em Parada de Gonta há cinco anos. "Foi muito assustador. Já houve um incêndio aqui há quatro anos mas nada como isto", disse Hugh Forestier-Walker, ainda em sobressalto, pois momentos antes de ter falado com o Diário de Viseu tinha havida uma activação do incêndio próximo da sua casa - a Quinta dos Três Rios - que requalificou para turismo rural.
Desde que viu as chamas consumirem parte de uma palmeira que tem no jardim da residência e uma encosta que andava a ajardinar para embelezar o empreendimento, Hugh passou os dias a molhar o espaço, não fosse o fogo atacar de surpresa. A esposa, Jane Forestier-Walker, relatou que viveu momentos de muita aflição e que na noite de segunda-feira ia à janela de duas em duas horas para ver se estava tudo bem.
"Os bombeiros foram fantásticos porque cercaram a casa e impediram que o fogo chegasse mais perto. Por sorte, a casa ficou intacta", elogiou o casal. Também eles ficaram sem televisão por cabo, telefone e internet, o que, segundo Hugh Forestier-Walker, pode prejudicar os negócios.
"Felizmente não arderam as vinhas porque temos o cuidado de cortar a erva. Temos aqui vinhos de qualidade e todos os anos fazemos 500 litros de vinho, mas houve muitas pessoas que ficaram sem as suas vinhas", lamentou. Hugh e Jane criticaram o facto de as mimosas e de alguns pinheiros estarem muito próximos das casas e prestes a cair sobre elas: "As pessoas não querem saber, quando não é perto das suas casas não pensam em limpar".
Apesar de os bombeiros terem montado o posto de comando no centro de Parada de Gonta durante segunda e terça-feira, a população continuava sobressaltada e assim irá permanecer nos próximos dias, enquanto o calor estiver para ficar e o risco de incêndio for grande.

DV

Bacon crocante... feito de cauda de crocodilo

Se gosta de bacon, então tem de conhecer a última novidade na matéria: bacon de crocodilo. Uma fazenda de jacarés na Austrália está a desenvolver o produto e assegura que o gosto é semelhante ao original, informa a Globo.

De acordo com a proprietária, o bacon é retirado da cauda do réptil e está a tentar comercializar o produto em supermercados. Como se não bastasse, a fazenda também produz pastrami com a carne do bicho.

De acordo com a proprietária, o objectivo é agradar aos gostos das pessoas, uma vez que não é habitual cozinhar carne de crocodilo.

TVi24

Utilizadora mais velha do Twitter morre aos 104 anos

Ivy Bean estava hospitalizada e diariamente a sua conta era actualizada com notícias sobre o seu estado de saúde para os 56 mil seguidores.

A inglesa Ivy Bean, de 104 anos, conhecida por ser a mais velha utilizadora do Twitter, morreu hoje com 104 anos. A notícia chegou precisamente através da conta de Ivy, que nos últimos tempos dava informações sobre o estado de saúde da senhora

Ivy Bean era muito popular na rede e, no Twitter, tinha mais de 56 mil seguidores. Esta senhora inglesa estreou a sua conta o ano passado e usava o Twitter para falar sobre gastronomia e visitas familiares. Entre os seus seguidores estava Sarah Brown, mulher do ex-primeiro ministro Gordon Brown.

Segundo Pat, Ivy ainda acompanhava as actualizações do site enquanto estava no hospital. "Ela amava cada minuto disto. As redes sociais eram uma grande parte da vida dela', disse o médico à BBC. Nesta manhã, o nome de Ivy Bean era o segundo termo mais citado entre os usuários do Twitter no Reino Unido

DN

Americana põe anúncio no jornal para não votarem no pai

Uma americana de 31 anos publicou anúncios nos jornais a pedir para os eleitores não votarem no seu pai, que concorre a uma vaga de juiz distrital em Oklahoma, adianta a Globo.

John Mantooth disse aos jornalistas que a filha estava ressentida por ele se ter separado da mãe, em 1981. Além disso, um dos rivais trabalhava com o seu genro, o que pode ter influenciado também.

A filha alegou que essas não eram as razões, no entanto, devia estar mesmo determinada a arruinar a eleição do pai, uma vez que pagou cerca de 700 euros pelos anúncios.

TVi24

Informação secreta da GNR na Net

Informação secreta da GNR na Net

WikiLeaks, que divulgou relatórios secretos sobre os EUA no Afeganistão, fez o mesmo à guarda no Iraque.

Documentos secretos produzidos pela GNR na Guerra do Iraque em 2004, que ainda se encontram em sigilo militar, foram disponibilizados no site WikiLeaks, o mesmo que divulgou recentemente relatórios classificados sobre a intervenção dos EUA no Afeganistão.

Relatos sobre a Al-Qaeda, acções das "secretas" iranianas (ver texto em baixo), fotografias de munições de organizações terroristas, croquis de morteiros e até referências a opções políticas de Tony Blair, constam dos documentos classificados a que DN acedeu ontem na Internet.

O porta-voz oficial da GNR desvaloriza esta "fuga de informação" inédita de material classificado e garante até que a GNR "teve conhecimento" que os documentos estavam perdidos na Rede "desde o início de 2009". Mas a gravidade da situação resultou, segundo a mesma fonte, numa análise à lupa do conteúdo dos relatórios.

Porém, foi concluído que, "uma vez que já passaram seis anos dos acontecimentos, estes não contêm informações estratégicas especialmente relevantes". E acrescenta: "Quando os documentos foram para a Web nenhuma das forças envolvidas nesta missão de paz internacional se encontrava ainda no Iraque". No entanto, fica por saber a data exacta em que os relatórios foram "sacados" ao oficial , que organizações a eles tiveram acesso e até que ponto isso não comprometeu a missão internacional.

O DN soube que os relatórios em causa foram produzidos pelo mesmo oficial, um capitão de cavalaria. Este fazia parte de uma célula, designada G2, no Estado- -Maior da MSU (Multinational Specialized Unit) em Nassíria. A sua função era processar as informações recolhidas no terreno pelas "secretas" dos países presentes na operação, relativas às ameaças terroristas e à situação política e social. Os relatórios consistem numa síntese da análise feita pelas "secretas" inglesas e italianas que tinham agentes no terreno, uma vez que Portugal não destacou "espiões" para solo iraquiano. O oficial da GNR limitava-se a traduzir e resumir as informações produzidas e que eram partilhadas na célula G2 do Estado-Maior.

Segundo o porta-voz da GNR, ao ter tomado conhecimento da "fuga", o comando-geral ordenou uma averiguação para saber que falhas podiam ter havido nos procedimentos de segurança, por parte do oficial, que levassem os documentos tivessem sido desviados e depois divulgados. "Nada foi detectado que comprometesse a acção do oficial", assegura a GNR.

Os documentos não fazem qualquer análise à missão portuguesa e esse facto tranquilizou quer a GNR, quer o próprio Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) que também foi envolvido na avaliação dos danos que o conhecimento público destes relatórios podiam ter para Portugal. A única referência que é feita à força da GNR, o subagrupamento Alfa, é sobre a inactivação de um carro-bomba a sul de Nassíria. Foi no dia cinco de Novembro, de 2004, às 08.14. Uma patrulha italiana detectou uma viatura parada suspeita e chamou a equipa de inactivação de explosivos da GNR, a única força da MSU que tinha esta valia. No local confirmou que se tratava de um carro-bomba, prestes a explodir numa zona movimentada. Os militares portugueses desactivaram e retiraram os explosivos. Nos EUA, a divulgação pela WikiLeaks de documentos secretos sobre a operação militar no Afeganistão está a causar polémica, pelas descrições de mortes de civis. (ver pág. 28). Os ministérios da Defesa e da Administração Interna não quiseram comentar o assunto.

DN

sexta-feira, 30 de julho de 2010

30-07-2010 Especial

António Feio: "Se pudesse matava o bicho a rir"

António Feio: "Se pudesse matava o bicho a rir"

O actor e encenador António Feio morreu ontem à noite após um ano e meio de luta contra o cancro. Rodeado pela família e pelos amigos mais próximos, manteve a boa disposição até ao fim. Não deu cabo do bicho, como queria, mas deixou uma lição inigualável de optimismo e de vontade de viver.

"Estou cá para dar cabo do bicho." Foi com estas palavras, ditas em directo na SIC, no dia 23 de Abril de 2009, que o actor e encenador António Feio se referiu pela primeira vez publicamente à doença que o afectava. O bicho, um cancro no pâncreas, tinha lhe sido diagnosticado um mês antes e o actor admitia que o caso era complicado. No entanto, apesar dos tratamentos e dos complicados efeitos secundários, António Feio nunca se recusou a falar da doença (fazia-o frequentemente no Facebook) e fez questão de ter sempre uma palavra de optimismo (até quando a irmã morreu, em Setembro, exactamente com a mesma doença). "Estou preso a um medo de morrer e, ao mesmo tempo, agarrado à esperança de uma cura", diria, em Outubro, numa entrevista a Judite de Sousa, na RTP1.

"O humor tem ajudado e essa é a minha grande arma. Se pudesse, matava o bicho a rir", confessou na mesma entrevista. Não podendo, dispôs-se a viajar ao estrangeiro, a consultar os melhores especialistas, a gastar muito dinheiro. Chegou a deixar de fumar, mas só por algum tempo pois acabou por não resistir ao vício e a um dos seus poucos prazeres nos últimos tempos. Internado há mais de uma semana no Hospital da Luz, em Lisboa, depois de no mês passado ter iniciado mais um ciclo de tratamentos com quimioterapia, António Feio morreu ontem, às 23.25, rodeado pela família e amigos mais próximos. Estiveram lá todos, incluindo os quatro filhos (Sara, Bárbara, Kiki e e Filipe) . "Cheguei ao fim da linha", terá comentado o actor, que manteve a boa disposição até ao fim.

António Feio, 1,80 metros de altura, muito magro, se não fosse actor, seria músico. Tocava guitarra e fê-lo em alguns espectáculos. Ria-se com Seinfeld e recordava até hoje o livro Cem Anos de Solidão, de García Márquez, lido da adolescência. Não sabia cozinhar. Tinha bom feitio. Era "um tipo porreiro". António Feio, o drogado Nando da telenovelas Origens, o encenador de belíssimos espectáculos infantis, o Tóni do colete de pele de vaca, o homem que, com o inseparável amigo José Pedro Gomes e Miguel Guilherme, pôs mais de 80 mil pessoas a ver Arte (1998), uma peça onde se discute a arte abstracta, riu até ao fim de si mesmo. E quem o viu no ano passado nos Contemporâneos , a brincar com a doença e com o facto de Nuno Lopes lhe ter oferecido o Globo de Ouro que acabara de ganhar, não pôde evitar rir-se com ele.

Nasceu em Lourenço Marques em 1954. Aos sete anos, o pai, engenheiro agrónomo, enviou a família para Portugal para que os quatro filhos pudessem prosseguir os estudos. Instalaram-se em Carcavelos. "A minha mãe fazia teatro amador e foi para o Teatro Experimental de Cascais (TEC). Eu ia assistir aos ensaios e quando foi preciso um puto para a peça infantil encenada pela Glicínia Quartim lembraram-se de mim...", contava Feio, embora considerasse que a estreia "a sério" viria a acontecer pouco depois, em O Mar, de Miguel Torga, encenado por Carlos Avilez. "Tinha 12 anos. Na altura havia poucos putos e eu nunca mais parei".

Em 1969, voltou com a família para Moçambique e o teatro ficou relegado para segundo plano. Mas em 1974, o TEC foi a Moçambique e Avilez lembrou-se dele para a digressão. Entusiasmado, António Feio viajou com o grupo para Portugal, decidido a ser actor.

Costumava dizer que entrou na profissão "pela porta do cavalo", sem fazer o conservatório. "Aprendi com os melhores da minha geração." E não se deu mal. Esteve no Adoque com Francisco Nicholson e nos anos 80, confessava-se rendido ao teatro de revista: "Adoro a hipótese de fazer tipões."

Entretanto, a televisão. Foi no Clubíssimo, de Joaquim Letria, que em 1988 António Feio e José Pedro Gomes compuseram, pela primeira vez, uma parelha humorística, com sketches escritos por Nuno Artur Silva. Desde então, a carreira dos dois confunde-se. No Auditório Carlos Paredes, em Benfica, onde Feio dava aulas de representação, estreou-se em 93 Inox - Take 5, depois O Que Diz Molero (94) e, em 97, a primeira A Conversa da Treta. Dali para o Teatro Villaret, no centro de Lisboa, para concretizar o seu projecto: "Senti o tipo de teatro que queria fazer e que ninguém fazia. Um teatro que é entretenimento, mas que também põe a pensar quem o vê", explicaria. Um teatro que tem público e que sobrevive sem subsídios do Estado.

Apesar da doença, encenou recentemente duas peças: Vai-se Andando, com José Pedro Gomes, e Homens de Escabeche, com José Fidalgo e Joana Estrela. Nos últimos meses foi avô, festejou a vitória do Benfica no campeonato e foi condecorado pelo Presidente da República. Dizia que o seu maior defeito é preguiça, e a maior qualidade é persistência. É dessa persistência, no teatro e na vida, que nos iremos lembrar.

DN

Primeira pagina 30-07-2010

Filho matou pai e madrasta e esperou pelas autoridades dentro de casa


Um homem de 37 anos matou ontem a tiro o pai
e a madrasta em Póvoa de Baixo, na povoação de Adiça, concelho de Tondela. A população ficou incrédula com o sucedido, pois nada fazia prever
a tragédia

Um casal de professores reformados foi na terca-feira assassinado a tiro na sua residência por volta das 11h30 em Póvoa de Baixo, na zona da Adiça, concelho de Tondela. O presumível assassino tem 37 anos e é suspeito de ter matado o pai, Fernando Ferraz, de 67 anos e a madrasta, Odete Ferraz, de 55.
Segundo as autoridades, o suspeito - Paulo Ferraz - matou o pai dentro de casa com tiros de caçadeira e perseguiu a madrasta, que tentou fugir, mas foi alvejada no jardim. O homem permaneceu na casa onde também residia, tendo sido detido pelas autoridades e vai ser hoje presente a tribunal.
Desde a hora do crime que a população se juntou em frente à casa das vítimas, mostrando-
-se surpreendida com tudo o que tinha acontecido. Algumas pessoas comentaram que o suposto homicida apresentava alguns problemas do foro psicológico, mas também houve quem elogiasse o homem que já "andou a estudar para padre, era catequista e ia ao terço".
"Ele nunca superou a morte da mãe, que morreu há uns 14 anos com tumor, e no início não aceitou muito bem a madrasta, mas agora parecia que estava tudo bem", apontou um residente da aldeia.
O proprietário do café 'Kat-Kero', Carlos Costa, disse que Paulo Ferraz era frequentador assíduo do seu estabelecimento, contudo "era uma pessoa que não conversava com ninguém, pedia um café e ia logo embora. Às vezes ria-se sozinho, eram lá coisas dele".
Segundo Carlos Costa, o suspeito já tinha ameaçado de morte a madrasta, motivo que a terá levado a abandonar a casa durante um mês, tendo voltado há algum tempo. Ontem de amanhã, Odete Ferraz esteve no café com uma amiga e comentou que ia às compras, pelo que tudo terá acontecido quando a mulher regressou a casa.
"Custa a entender porquê, não se ouvia nada que indicasse isto, vivo aqui ao pé e nunca reparei que houvesse problemas", lembrou uma vizinha do casal, que estava casado há cerca de oito anos.
Teresa Gouveia, irmã de Odete Ferraz, não encontrou palavras para descrever a tragédia que se abateu sobre a sua família. Referiu apenas que a sua irmã "sofria em silêncio" devido à relação com o enteado e que "Deus levou uma grande mulher".
O suposto homicida é administrativo no Hospital de Tondela e o pai era secretário na Assembleia Municipal de Tondela e vogal da Comissão Política do PSD, ambas as funções desempenhadas desde o 25 de Abril de 1974.
O presidente da Câmara Municipal de Tondela, Carlos Marta, esteve no local do crime onde deu os sentimentos à família dos falecidos. "Além de um grande homem, que sempre se mostrou disponível, perdi um grande amigo", confessou o autarca, visivelmente emocionado. Ontem de manhã, os dois estiveram a assinar as actas para a Assembleia Municipal Extraordinária que se vai realizar hoje.
Odete Ferraz pertencia à Irmandade de Nossa Senhora da Esperança, em Mouraz, pelo que está a ser preparada uma última homenagem à mulher que todos elogiaram como sendo uma "boa pessoa". Segundo os familiares, esta vítima será sepultada em Mortazel, concelho de Mortágua, de onde era natural e Fernando Ferraz vai ficar no cemitério da freguesia de Mouraz, à qual pertencia.

DV

Assassino de John Lennon tenta liberdade condicional

Assassino de John Lennon tenta liberdade condicional

Mark David Chapman, hoje com 55 anos, já viu este pedido recusado por cinco vezes. Dia 9 de Agosto, o New York State Division of Parole decide se desta vez aceita

Mark David Chapman, o homem que matou John Lennon, pediu pela sexta vez a liberdade condicional, curiosamente meses antes do 30.º aniversário do assassinato do ex-Beatle - Lennon foi morto a 8 de Dezembro de 1980.

O serviço que analisa este tipo de pedidos, o New York State Division of Parole, vai reunir-se com Chapman no dia 9 de Agosto para tomar uma decisão.

A última vez que Mark David Chapman viu o pedido recusado foi em 2008. Na altura, o New York State Division of Parole alegou preocupação com a segurança pública e o bem-estar. Em 2000, 2002, 2004 e 2006, a liberdade condicional também lhe foi recusada.

Chapman, actualmente com 55 anos, está a cumprir sentença na prisão de alta segurança Attica Correctional Facility. Vive numa cela individual, mas passa a maior parte do tempo na biblioteca da prisão e a fazer trabalhos domésticos.

Nos últimos 20 anos, Mark Chapman foi autorizado a ter encontros conjugais com a mulher, ao abrigo de um programa do governo norte-americano.

'Ele faz o seu trabalho sem qualquer tipo de problema', referiu um porta voz da prisão.

Yoko Ono, a mulher de John Lennon, escreveu várias cartas nos últimos anos a pedir para que a liberdade condicional de Chapman fosse recusada.

DN

Asteróide pode colidir em 2182

Asteróide pode colidir em 2182

Há uma possibilidade em mil de o 1999 RQ36 embater na Terra daqui a 172 anos.

O asteróide 1999 RQ36 foi descoberto, como centenas de outros, no âmbito de um rastreio de asteróides e outros pequenos corpos do sistema solar com potencialidade para um dia virem direitos à Terra. O último cálculo, em relação ao RQ36, publicado na revista científica Icarus, aponta agora uma probabilidade e uma data: existe uma possibilidade em mil de ele atingir a Terra em 2182. Ou seja, daqui a 172 anos.

Identificado em 1999, como o próprio nome diz, este RQ36 tem estado desde então debaixo de olho porque faz parte desses corpos que podem no futuro atravessar-se no caminho da Terra. Por isso é regularmente observado por telescópios terrestres e observatórios espaciais, para se caracterizar o melhor possível a sua órbita. Agora, com base em todas essas observações e num modelo matemático, um grupo de astrónomos de vários países calculou que a probabilidade de aquele corpo com meio quilómetro de comprimento vir despenhar-se por cá é de uma em mil, daqui a mais ou menos nove gerações.

Este tipo de conhecimento, defendem os cientistas, pode ser importante para ajudar a conceber formas de desviar estes potenciais "inimigos", se tal se mostrar necessário.

O potencial de impacto deste asteróide "pode ser estimado em 0,00092, o que é aproximadamente uma possibilidade em mil, mas o que foi mais surpreendente foi que mais de metade [do valor] desta possibilidade corresponde ao ano de 2182", explicou, citada pela Science Daily, a astrónoma Maria Eugenia Sansaturio, da universidade de Valladolid, em Espanha. Ela está entre os autores do estudo, que contou também com a participação de investigadores da universidade de Pisa, em Itália, e do Jet Propulsion Laboratory (JPL), da NASA, nos Estados Unidos.

A órbita deste asteróide está hoje bem calculada, graças a todas as medições já feitas: 290 observações ópticas e 13 medições por radar. No entanto, estes corpos mais pequenos do sistema solar sofrem pequenos desvios no seu percurso em torno do Sol devido à forma como absorvem a energia que lhes chega da estrela e como devolve parte dela para o espaço sob a forma de calor. O estudo publicado agora inclui estes desvios nos cálculos e faz contas para várias datas. 2182 é o ano que ganha nas probabilidades.

DN

Família portuguesa perde tigre... a caminho do veterinário

Rose Fernandes, uma portuguesa de segunda geração, é a proprietária de um enorme tigre que na segunda-feira conseguiu fugir de uma carrinha quando era levado para um veterinário.

«Há 24 horas que a família inteira e as autoridades, com o auxílio de helicópteros, realizam buscas numa zona extensa, entre Delmas e Groblersdaal, província de Mpumalanga (leste da África do Sul), onde o animal se poderá encontrar, provavelmente escondido numa árvore, o que caracteriza o comportamento destes predadores», explicou à Agência Lusa Rose Fernandes.

O tigre desapareceu na segunda-feira durante uma viagem entre a propriedade dos Fernandes e o veterinário. O animal, que estava fechado na caixa de carga de uma carrinha pick-up protegida com uma cobertura amovível de fibra de vidro, conseguiu abrir a porta traseira da cobertura e desaparecer sem deixar rasto.

TVi24

Reverenda gera escândalo depois de dar comunhão a um cão

Uma reverenda anglicana de Toronto, no Canadá, escandalizou os seus paroquianos quando deu a comunhão a um cão. As pessoas queixaram-se e ela acabou por pedir desculpas publicamente.

De acordo com a edição electrónica do jornal «The Star», de Toronto, o caso começou quando Donald Keith, de 56 anos, e o seu pastor alemão, chamado Trapper, de quatro anos, entraram no templo pela primeira vez.

Num gesto de acolhimento, a reverenda Marguerite Rea convidou o homem a participar na cerimónia. «Ela recebeu-me e disse-me para ir à comunhão, o Trapper veio comigo e ela deu-lhe também a comunhão», explicou o dono do canino.

«Pensei que foi uma boa forma de me dar as boas vindas à igreja», salientou, dizendo que até uma senhora idosa que se encontrava perto sorriu.

Mas parece que o resto dos presentes não achou graça ao facto de o animal ter recebido o que para os anglicanos representa o corpo de Cristo.

Um deles chegou mesmo a apresentar queixa à diocese anglicana de Toronto. O bispo descreveu o acto como um gesto de acolhimento pouco acertado.

No último domingo, Marguerite Rea pediu desculpa à meia centena de pessoas que se encontrava na igreja. «Se magoei, chateei ou envergonhei alguém, peço perdão», disse.

O problema acabou por se sanar. E uma das crentes, Suzette Mafuna, chegou mesmo a dizer ao «The Star» não perceber a polémica. «Somos todos criaturas de Deus. Se um cão vai à igreja, tem direito a todos os serviços oferecidos, inclusivamente alimento espiritual», sentenciou.

TVi24

Bebé encontrado morto em mina nas traseiras de casa

Bustelo vestiu-se de luto pela morte de Danielzinho. O pequeno, de dois anos, brincava na eira da casa. Metros abaixo, uma mina despertou a sua atenção e a curiosidade foi fatal para o menino “bonito e loiro” daquele lugar, noconcelho de Vila Verde.

“A mina tem mais de 100 anos. Cresceram aqui dezenas de crianças e nunca nos passou pela cabeça que isto acontecesse um dia”, contou, ontem, ao JN, em lágrimas, a tia de Daniel. O final de tarde de segunda-feira, no pequeno largo de Bustelo, aparentava a normalidade de uma aldeia enfiada nos montes de Vila Verde, bem no topo da freguesia de Duas Igrejas. “Ele brincava sempre por aqui. Tirava o calçado e andava descalço pelo largo, sempre feliz, com uma bicicleta. Era o menino bonito de Bustelo, o nosso orgulho”, explicou uma vizinha da família Ferreira Couto, que está destroçada e a receber apoio psicológico.

“A mãe disse várias vezes que tinha medo à mina”, contou a tia de Daniel Couto, que não consegue perceber o que terá levado o menino a esgueirar-se para a mina. “Ele nunca tinha ido para ali, estava na eira da casa. Uma vizinha até lhe falou minutos antes de termos dado pela falta dele. Disse que a pedra onde estava sentado estava a queimar. Minutos depois, a mãe chamou-o, mas ele já não lá estava”, conta Maria da Costa, que pensou que a criança tivesse sido raptada.

O acidente ocorreu perto das seis da tarde. A população de Bustelo, após Cidália Ferreira ter dado pela falta do filho, procurou Danielzinho por entre as diferentes casas do lugar. A mãe pensou logo na centenária mina. Várias pessoas foram ver se o pequeno se encontrava lá, mas, à vista, nada havia na água, até que um vizinho voltou à mina e, com uma vara, fez o corpo do pequeno Daniel subir à tona. O choque instalou-se entre familiares e vizinhos. As tentativas de reanimação da criança foram infrutuosas. A dor instalou-se e quando o INEM chegou, após ter andando perdido duas horas em Godinhaços, apenas confirmou o óbito da criança, entretanto transportada para o Instituto de Medicina Legal de Braga.

A mina, onde dificilmente cabe o corpo de um adulto, não está vedada e é de fácil acesso, ficando mesmo por baixo da casa da família Ferreira Couto. Recentemente, foi alvo de pequenas obras para um melhor aproveitamento da água, que, na altura do afogamento de Daniel, teria metro e meio de profundidade.

JN

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Primeira pagina 29-07-2010

2010 tem temperaturas mais altas dos últimos 130 anos

2010 tem temperaturas mais altas dos últimos 130 anos

Calor vai manter-se em Portugal pelo menos até hoje. Registo global mostra que este é o ano mais quente desde 1880.

As temperaturas acima dos 30 graus, como as que se registaram ontem em Portugal, têm sido uma constante nos últimos meses. De tal forma que os cientistas acreditam que 2010 pode ser o ano mais quente desde que há registo. Dados globais mostram que desde Janeiro se têm verificado as temperaturas mais elevadas desde 1880. Por cá, o calor elevado vai manter--se pelo menos até quinta-feira.

O mês de Junho foi mesmo o mais quente desde que há registo, e há 304 meses que as temperaturas globais estão acima da média do século xx, segundo avança Ahira Sánchez-Lugo, investigadora da Administração Nacional para a Atmosfera e Oceanos (NOAA), dos EUA, citada pelo jornal El Mundo. Os resultados da NOAA mostram também que, desde Janeiro até Junho, 2010 já bateu todos os recordes registados em 1998 e que pode, assim, tornar-se no ano mais quente de que há registo, sublinha a responsável pela análise dos dados globais de temperatura.

Em Portugal, o Instituto de Meteorologia (IM) prefere ser mais cauteloso. E embora reconheça ao DN que os últimos dois dias registaram "valores mais altos do que o valor da temperatura normal diária em grande parte das estações meteorológicas", lembra que esta situação é "normal de ocorrer em Portugal continental".

Lisboa, Beja e Évora passaram ontem os 40 graus centígrados. E, destas, apenas Lisboa desce hoje para os 35 graus. O resto do País vai estar muito próximo dos 40 graus. Ainda assim, o IM recorda que estes valores "não ultrapassaram os anteriores máximos para o mês de Julho, já tendo ocorrido no passado situações semelhantes, como em 2003 e em 2005".

Mesmo sem bater recordes, os relatórios do IM dos meses de Maio e Junho referem que as temperaturas estiveram acima do normal. Em Maio, "ocorreram valores muito elevados da temperatura do ar, o que contribuiu para que no final do mês o número de dias com temperatura superior ou igual a 25 graus e a 30 graus tenha sido superior ao valor normal", pode ler-se.

Também no mês passado, "Portugal continental foi caracterizado por valores de temperatura máxima, mínima e média do ar acima do valor normal", indica o boletim climatológico mensal do IM. Neste mês, as temperaturas máximas tiveram um aumento de oito graus.

O calor que se tem feito sentir nos últimos dias resulta de "uma corrente de Leste que transporta uma massa de ar quente e seco". O IM explica ainda que se "prevê a continuação do tempo quente, até, pelo menos, quinta-feira".

À semelhança de Portugal, as altas temperaturas estão a afectar muitos outros países. Entre os quais a Rússia, que já bateu todos os recordes de temperaturas máximas. Mas se estes picos de calor apanham as populações de surpresa, o mesmo não se pode dizer dos cientistas. "As previsões indicam que os impactos das mudanças climáticas aumentaram em muitos lugares e que os fenómenos extremos serão cada vez mais frequentes", explica Ahira Sánchez-Lugo.

Zyryanka, na Sibéria, encaixa nesta previsão. Aqui os termómetros nunca passavam dos 20 graus, mas este ano já chegaram aos 37,4. Esta é tradicionalmente a região habitada mais fria do mundo.

? No mês passado, as temperaturas máximas tiveram um aumento de oito graus em relação ao valor normal registado entre 1971 e 2000, enquanto a temperatura mínima aumentou seis graus. Como mostra o mapa da direita, a maioria do território nacional teve mais de 20 dias com temperaturas máximas superiores a 25 graus. Ainda que os aumentos sejam mais significativos, também em 2009 o Instituto de Meteorologia fez referência ao aumento dos valores médios da temperatura do ar (mapa da esquerda). Mas aqui as variações foram apenas de mais 1,5 graus nas temperaturas máximas, e de 1,4 nas mínimas. No entanto, houve duas ondas de calor e registou-se um elevado número de dias com temperatura máxima superior a 25 graus (em dias de Verão) e a 30 graus (nos dias muito quentes).

DN

Mosquitos e mamíferos investigados para detectar vírus

Mosquitos e mamíferos investigados para detectar vírus

Depois de notificado um caso de febre do Nilo, autoridades reforçaram a rede de vigilância. Ainda não foram identificados outros casos da doença, mas as análises não terminaram.

As autoridades de saúde pública reforçaram a investigação de doenças tropicais em mamíferos e mosquitos depois de ter sido notificado um caso de febre do Nilo em Portugal. O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) "já realizou 22 análises a conjuntos de mosquitos na zona onde a pessoa foi infectada e a Direcção-Geral de Veterinária vai começar a investigar mamíferos e aves selvagens para verificar se há mais infecções", disse ao DN José Robalo, subdirector-geral da saúde.

Peritos nas áreas do ambiente e saúde têm alertado para a possibilidade de países mais frios poderem vir a registar casos de doenças tropicais na sequência do aquecimento global. Não sendo este o único factor para a migração de doenças, é uma preocupação que se levanta nos países mediterrânicos como Portugal.

Mal o caso foi comunicado, as autoridades começaram a a fazer um inquérito ao doente e fizeram análises aos familiares para ver se também teriam sido picadas por mosquitos infectados. "À partida, todas as análises são negativas. Mesmo neste primeiro caso ainda falta um resultado para termos a certeza da infecção, mas a suspeição é enorme", alerta.

Neste primeiros dias, o INSA "já testou 22 grupos de mosquitos, que foram macerados para se pesquisar se havia vírus. Demos obviamente prioridade ao vírus em questão, mas também pesquisados outros vírus habitualmente transmitidos por este tipo de insectos. No entanto, até agora, nunca detectámos qualquer caso".

Ao que tudo indica, nesta primeira análise não foi identificado qualquer vírus. O aumento da vigilância, que implicou a montagem de mais armadilhas nas zonas onde esta família circulava, vai manter-se "até se perceber se há ou não algum risco para a saúde pública".

Ontem houve nova reunião para fazer um ponto da situação. O mesmo responsável da DGS explicou ao DN que há uma equipa vasta envolvida neste projecto. "A Direcção-Geral de Veterinária vai começar agora a investigar se há animais infectados naquela região ou se têm defesas. É o caso dos cavalos e das aves selvagens". Os mosquitos também tendem a picar muito os cavalos. Tal como acontece com o homem, não transmitem a infecção porque o vírus apenas se aguenta no seu organismo muito pouco tempo, ao contrário do que acontece com as aves (ver caixa em baixo).

A DGS e o INSA tiveram de informar as autoridades europeias perante o risco de este vírus estar em circulação. Os médicos também foram informados para não excluírem o diagnóstico perante sintomas suspeitos.

Grande parte dos casos de infecção nem sequer registam sintomas. Mas se 80% se enquadram nesta categoria - que dificulta o diagnóstico de outros dada a sua escassez - 20% têm sintomas semelhantes à gripe. Judite Catarino, também perita da DGS, explica que o problema desta doença é que "pode tornar-se muito grave. Pode haver casos de febre hemorrágica e complicações neurológicas", como encefalites ou meningites, que têm sintomas como rigidez ou desorientação.

Este foi o primeiro caso notificado em Portugal desde 2004, ano em que foram identificados dois de turistas irlandeses no Algarve.

José Robalo refere que aqueles não foram importados, "mas envolveram duas pessoas que habitualmente observavam pássaros, os principais reservatórios do vírus". Tal como os dois turistas, "a pessoa infectada agora foi massacrada com picadelas, o que facilita a transmissão da infecção".

O vírus terá sido transportado por aves infectadas que, no curso das suas migrações, passaram em Portugal. "Já em 2004, a infecção foi na mesma altura. O doente afectado, que está estável", teve sintomas moderados.

DN

Abono de família só com bens abaixo dos 100 mil euros

Abono de família só com bens abaixo dos 100 mil euros

O património mobiliário do agregado familiar não poderá exceder os 100 mil euros para o acesso e manutenção do abono de família, de acordo com as novas regras que entram em vigor no início da próxima semana.

De acordo com a nova lei de condição de recursos, o acesso às prestações por encargos familiares, de que é exemplo o abono de família para crianças e jovens, passa a depender da avaliação da totalidade do património mobiliário do agregado familiar.

Ficam, desta forma, excluídos de aceder a estas prestações os requerentes e respectivos agregados que tenham um valor patrimonial mobiliário superior a 240 vezes o valor do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), ou seja, 100 mil euros, aproximadamente.

De acordo com os dados da Segurança Social, no final de Junho existiam 1,747 milhões de titulares com processamento de abono de família activo

A nova lei de condição de recursos alarga os rendimentos a considerar para a atribuição e manutenção das prestações de natureza não contributiva: prestações por encargos familiares, Rendimento Social de Inserção (RSI), Subsídio Social de Desemprego e subsídios sociais no âmbito da parentalidade.

Além dos salários, passam assim a ser contabilizados outros rendimentos do agregado familiar, tais como os rendimentos de capitais e prediais, as pensões, as prestações sociais, os apoios à habitação com carácter de regularidade e as bolsas de estudo e formação.

O conceito de agregado familiar é ele próprio também alterado com a nova legislação, passando a ser consideradas todas as pessoas que vivam em comum com o beneficiário, incluindo parentes e afins maiores "em linha recta e em linha colateral até ao terceiro grau".

A medida, que faz parte do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), deverá gerar uma poupança na ordem dos 90 milhões de euros já este ano e dos 199 milhões de euros em 2011, segundo os dados avançados pelo Ministério do Trabalho.

As regras previstas no diploma aplicam-se ainda a apoios no âmbito da acção social no ensino superior público e não público, comparticipação de medicamentos e pagamento de taxas moderadoras e apoios sociais à habitação atribuídos pelo Estado, entre outras prestações, "quando tal atribuição dependa da verificação de recursos dos beneficiários".

A tutela esclareceu já que a generalidade da informação sobre rendimentos relevantes para a condição de recursos será obtida "através das declarações fiscais, de cruzamentos de dados com as bases fiscais e nas próprias bases de dados da segurança social".

Acrescentou no entanto que servirão como fonte "outras informações obtidas ou confirmadas junto de outras entidades relevantes nos termos da lei".

DN

Fósseis de rato gigante descobertos em Timor

Imagine um rato do tamanho de um gato doméstico e com cerca de seis quilos de peso. Pois, foi isso mesmo que arqueólogos internacionais descobriram em Timor-Leste. Nada mais, nada menos, do que fósseis da maior espécie de ratos que alguma vez habitou a Terra.

A descoberta foi publicada esta semana num artigo científico no Boletim do Museu Americano de História Natural, nos Estados Unidos, e é já notícia em vários portais on-line de publicações científicas, refere a Lusa.

Ken Aplin do The Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation, na Austrália, e Helgen Kris da Instituição norte-americana Smithsonian são os autores do artigo.

Os fósseis deste roedor gigante foram descobertos durante escavações realizadas em grutas em Timor-Leste. Nesses mesmos trabalhos foram também encontrados fósseis de onze novas espécies de ratos já extintos, referem os investigadores.

A datação por carbono mostra que o rato gigante sobreviveu até cerca de há 1000 a 2000 anos, juntamente com a maioria de outros roedores encontrados durante a escavação.

Das 13 espécies de ratos encontradas em Timor-Leste pelos investigadores, onze eram desconhecidas, sendo que oito eram de ratos que pesavam mais de um quilo.

Apenas uma das menores espécies encontradas pelo grupo de arqueólogos é conhecida por ainda hoje sobreviver em território timorense.

De acordo com o biólogo Ken Aplin, a extinção destes ratos terá sido provocada pela desflorestação de grandes áreas florestais em Timor.

TVi24

Incêndio na zona de S. Martinho de Orgens lança pânico na população


Mais de uma centena de bombeiros de várias corporações do distrito combateram na segunda-feira um incêndio violento que deflagrou na Serra do Crasto, mais concretamente na zona de Pascoal, próximo do antigo IP5. A via esteve cortada entre o nó da A24 e o nó de Pascoal. Ao início da noite, este fogo ainda não se encontrava dominado, segundo fonte do Centro Distrital de Operações e Socorro.
O alerta para o fogo foi dado por volta das 13h00 e a partir dessa hora as populações das localidades mais próximas não tiveram mais descanso, especialmente os moradores de S. Martinho de Orgens, que viram as chamas aproximarem-se perigosamente das suas habitações.
O Diário de Viseu testemunhou de perto o esforço dos bombeiros para controlarem o incêndio. Elementos das corporações de Vouzela, Penalva do Castelo e Sátão fizeram os possíveis para impedir o avanço das chamas próximo do parque de lazer da Poça Cimeira, no entanto, o vento forte e o facto de mudar de direcção com muita frequência dificultou o trabalho dos soldados da paz.
Quase 120 homens, apoiados por mais de três dezenas de viaturas e quatro meios aéreos, entre os quais um helicóptero bombardeiro pesado Kamov, estiveram no teatro de operações durante várias horas. Por volta das 14h00 foi accionado o Grupo de Análise e Uso de Fogo, com vista à utilização de contra-fogo de modo a controlar melhor as duas frentes do incêndio.
Enquanto os bombeiros davam tudo por tudo no cimo da Serra do Crasto, a população de S. Martinho de Orgens preparava-se para os piores cenários, colocando mangueiras e baldes prontos para serem usados no caso de o fogo descer a encosta, o que acabou por não acontecer. Nas ruas de acesso à serra assistia-se a um vai vem de viaturas particulares, com o propósito de verificar se as chamas estavam mais próximas das casas ou não.
Por volta das 15h00 todos os acessos à Serra do Crasto encontravam-se cortados à circulação automóvel, por um lado para evitar que as pessoas se colocassem em perigo e por outro para facilitar a movimentação das viaturas dos bombeiros.
Ao longo do dia verificaram-se ainda outros fogos no concelho, como, por exemplo, na zona do Viso Sul (Ranhados), em Routar (que ficou dominado ao final da tarde) e próximo de Vila Chã de Sá. Este último, ainda activo à hora de fecho da edição, chegou ao vizinho concelho de Tondela.
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Tondela, Alberto Marques Figueiredo, avançou que “o fogo galgou o rio e chegou à encosta de Parada de Gonta”. No combate às chamas estavam 18 corpos de bombeiros com 200 homens, apoiados por 40 viaturas.


DV

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Primeira pagina 28-07-2010

Rui Pereira entrega Medalha de Mérito no aniversário dos Bombeiros de Vouzela


A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vouzela comemorou ontem o seu 125.o aniversário. A cerimónia foi presidida pelo ministro da Administração Interna que entregou a Medalha de Mérito de Protecção e Socorro, grau ouro, à instituição

O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, deslocou-se ontem ao concelho de Vouzela para presidir às comemorações do 125.º aniversário da corporação local de bombeiros.
O governante ajudou na bênção de duas novas viaturas (uma ambulância e uma viatura ligeira de combate a incêndios) descerrou duas placas comemorativas e visitou as instalações da instituição – onde também lhe foi apresentado um novo sistema informático que permite videoconferências entre a corporação e outras entidades, como por exemplo, o Centro Nacional de Operações de Socorro, além de controlar as saídas e as localizações de cada uma das viaturas da instituição.
No final, entregou a Medalha de Mérito de Protecção e Socorro, de grau ouro, à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vouzela, um galardão que visa atribuir reconhecimento público a pessoas e instituições que de forma abnegada e decisiva contribuem para o êxito de operações de protecção e socorro, ajudando a minimizar os custos materiais e o sofrimento dos que são afectados por acidentes graves e catástrofes. O vice-presidente da Liga de Bombeiros Portugueses, Paulo Hortênsio, entregou à instituição o galardão Fénix de Honra.
Durante a sua intervenção, Rui Pereira, elogiou o trabalho levado a cabo pelos bombeiros de Vouzela, que em breve irão arrancar com as obras do novo quartel da secção de Campia.
Foi no âmbito desse anúncio, feito pelo presidente da associação, Carlos Lobo, que o ministro lembrou que o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) é uma “janela de oportunidade” para as corporações ao, pela primeira vez, contemplar investimentos na área da Protecção Civil.
De acordo com Rui Pereira, a Administração Central disponibiliza uma verba de quase seis milhões de euros para candidaturas feitas por instituições do distrito de Viseu.
O presidente da Câmara de Vouzela, Telmo Antunes, revelou que irá financiar a obra do quartel de Campia com 25 mil euros, apesar das dificuldades financeiras, mas sublinhou que o valor poderia ter sido superior se não fossem os cortes “drásticos e cegos” nas transferências do Estado para as autarquias.

DV

Negócio de compra e venda do ouro usado cresce

Negócio de compra e venda do ouro usado cresce

O negócio de compra e venda de ouro usado está a crescer em Portugal, que conta com cerca de 5000 lojas autorizadas a exercer esta actividade, segundo dados da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM) fornecidos à Lusa.

Em menos de dois anos, só a cadeia de franchising Valores já abriu 100 lojas espalhadas pelo país e uma em Espanha, em Pontevedra, e a rede OURINVEST tem já 26 agências em funcionamento e terá até ao fim do ano mais 40.

"É um sector que está em expansão. Tem-nos ajudado a cotação do ouro, que tem aumentado bastante e tem feito desta uma matéria-prima muito valorizada", afirmou à agência Lusa o administrador da Valores, Rui Pinhão.

O responsável reconhece que a expansão do negócio foi surpreendente, já que o objectivo traçado era atingir as 100 lojas no final de 2012, o que foi conseguido dois anos antes.

Além dos clientes que "são puramente investidores", o negócio também cresce com a crise económica das famílias, reconhece.

"Mas temos muitos outros que vendem apenas peças que não usam e querem aplicar essa liquidez noutros investimentos, que podem ser desde férias a outras compras", conta.

Também o director geral da OURINVEST, Luiz Pereira, diz que "o sucesso do sector" se deve à conjuntura económico-financeira.

"Face à conjuntura económico-financeira, tem-se vindo a verificar uma crescente procura de barra/lingotes de ouro para investimento (isento de IVA). A compra e venda de ouro é um dos raros negócios que continuarão a crescer em contra-ciclo. O sector do ouro está em franco crescimento no mercado nacional e internacional", comenta o responsável da OURINVEST.

Para o crescimento do negócio tem ainda contribuído a "confiança" que os portugueses depositam nestas empresas, que reciclam a maior parte do ouro comprado, vendendo-o no mercado internacional ou usando-o para criar novas peças de ourivesaria.

"Os nossos clientes vêem-nos com bons olhos, equiparam-nos a uma instituição financeira, que troca capitais por matérias-primas preciosas. Isso tem permitido um crescimento muito rápido", realça o responsável da Valores.

A legislação que regulamenta a actividade tem mais de 30 anos e não prevê que seja dada uma autorização específica para o comércio de compra e venda de ouro usado, apenas sujeitando a licenciamento quem comercialize estes produtos, independentemente de serem novos ou usados.

"A Unidade de Constratarias tem, neste momento, cerca de 5000 utentes inscritos cuja matrícula permite a compra e venda de ouro usado", refere o departamento da INCM responsável pela regulação e fiscalização do sector

Entre as regras a cumprir neste comércio está a informação da actividade à Polícia Judiciária, bem como a exigência de identificação dos clientes que vendem o ouro usado.

A visibilidade do sector fez já chegar o negócio à Internet. Há pelo menos um site que promete comprar em Portugal jóias em ouro "para as derreter e refinar".

Contactada pela Lusa, fonte oficial da associação de defesa dos direitos do consumidor Deco disse não ter registo de qualquer reclamação relacionada com a actividade das lojas de compra e venda de ouro usado.

DN

Orfeão de Viseu promove angariação de fundos para construção de nova sede


O edifício do antigo Matadouro Municipal foi o local escolhido para a construção da nova sede do Orfeão de Viseu, um espaço privilegiado pelo seu contexto histórico - o edifício remonta a finais do século XIX - sendo a construção desta sede um aproveitamento do espaço que estava a degradar-se ano após ano, recuperando o património arquitectónico local

Depois de obtida a autorização por parte do executivo camarário, iniciaram-se as obras de um edifício que, segundo Vicente de Figueiredo, presidente do Orfeão de Viseu, "irá criar novas dinâmicas e um espaço para toda a comunidade".
A primeira fase da obra, que incluiu a recuperação do velho Matadouro Municipal na parte de toscos e reboco de paredes já se encontra concluída, assim como a cobertura do edifício e as paredes do segundo piso que suportam a mesma cobertura, que também já se encontram em fase de conclusão. Cerca de 400 mil euros foi o valor investido nesta primeira fase de construção, um valor obtido com a venda das antigas instalações, que já não possuíam condições de segurança para a prática das actividades desenvolvidas pelo Orfeão, sendo o resto oriundo do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), no âmbito da regeneração urbana, uma vez que o espaço envolvente ao Rio Pavia foi abrangido como zona de recuperação urbana.
Está agora em curso a segunda fase da obra, que incluiu a caixilharia e todos os acabamentos interiores, uma tarefa com a qual só será possível seguir com a colaboração de instituições públicas e privadas, empresas locais e agentes económicos da região. "Para prosseguirmos para a segunda fase precisamos de fundos, que neste momento não temos. Sendo um espaço direccionado para a comunidade, estamos a tentar envolver toda a comunidade, com diversas iniciativas de angariação de fundos para prosseguir com as obras", explica o presidente do Orfeão. "Precisamos, pelo menos, do mesmo valor que gastámos na primeira fase, sendo que tivemos que pagar 20 por cento de IVA", uma questão com a qual Vicente de Figueiredo não concorda uma vez que "é uma associação sem fins lucrativos que está a criar um espaço para a comunidade, não tem lógica nenhuma pagarmos 20 por cento de IVA", lamenta.

‘Orfeão com Futuro’
A campanha de sensibilização e de angariação de fundos, denominada ‘Orfeão com Futuro’ é dirigida à população de Viseu, envolvendo os vários grupos etários, sociais e profissionais e prolonga-se até Julho do próximo ano. O conjunto de iniciativas é dirigido aos autarcas do distrito, aos empresários, aos agentes económicos e aos diversos grupos profissionais, sócios e não sócios do Orfeão. É de salientar um ciclo de concertos e festivais de música, com a participação não só de grupos de música vocal e instrumental do concelho mas também com grandes orquestras nacionais e a grande gala do fado, com fadistas de renome nacional como convidados, estando também porta aberta para fadistas amadores da região que queiram mostrar o seu talento. Sorteios, rifas, o bazar do Orfeão, para venda de produtos de artesanato com a marca ‘Orfeão com Futuro’ e objectos relacionados com a actividade da instituição, jantares temáticos com animação, dirigidos a grupos profissionais diversificados, almoços e jantares de confraternização, bailes com animação permanente e prestação de serviços, recorrendo aos grupos em actividade no Orfeão, nomeadamente Grupo Coral, Grupo de Animação Litúrgica, Canto Novo, Grupo de Danças e Cantares e Grupo Cénico sendo os principais destinatários câmaras municipais, instituições de cultura e recreio e empresas organizadoras de eventos culturais. Fazem também parte do leque de iniciativas para angariação de fundos, alguns apoios institucionais, a angariação de novos associados e a criação da categoria de "Benemérito", sendo também criada uma conta na Caixa Geral de Depósitos para quem quiser dar o seu pequeno contributo. "O pouco que conseguirmos é muito para a construção", refere Vicente de Figueiredo.
A nível do primeiro piso, será construído um salão polivalente com duas alas laterais, destinadas a gabinetes, salas de ensaio, bibliotecas e serviços de apoio ao bar, estando o segundo piso reservado a mais um espaço polivalente em forma de abóbada, onde poderão ser desenvolvidas actividades diversificadas no domínio das artes, nomeadamente na dança clássica e contemporânea, conferências, debates e audições de música instrumental e vocal, entre outras.
Quando a obra estiver concluída, durante o período em que decorre a Feira de São Mateus, há ainda a possibilidade da organização de um programa complementar ao programa oficial da feira, estabelecendo uma ligação através da ponte pedonal que liga as margens do rio. De frisar ainda a construção de um auditório em anfiteatro no terreno fronteiriço à sede do Orfeão que, segundo Vicente de Figueiredo, "já será da responsabilidade da Câmara Municipal de Viseu"

DV

Mapa com 21 mil imagens de Marte disponível 'online'

Mapa com 21 mil imagens de Marte disponível 'online'

Agência espacial norte-americana e Universidade do Arizona elaboraram cartografia completa do planeta vermelho, com imagens captadas pela sonda 'Mars Odyssey'. Acesso é livre.

É "o mapa mais completo até à data" de Marte, segundo anuncia a agência espacial norte-americana (NASA). Nada menos do que 21 mil imagens, todas captadas - ao longo dos últimos oito anos - pelo Thermal Emission Imaging System (Themis), instalado na sonda orbital Mars Odyssey, estão disponíveis online no site da agência (www.nasa.gov).

As imagens, registadas pela poderosa câmara multibanda de infravermelhos, estão ser trabalhadas desde que a Odyssey começou a enviar dados do planeta vermelho, em 2002. O mapa é um esforço conjunto de investigadores da Universidade Estatal do Arizona e dos laboratórios de propulsão a jacto da NASA, na Califórnia.

Segundo a descrição da agência espacial, as imagens foram "suavizadas, correspondidas, conjugadas e controladas por modelos cartográficos de forma a formarem um gigantesco mosaico".

Dito isto, quem esperar encontrar uma ferramenta semelhante ao Google Earth arrisca uma desilusão. Ampliadas ao máximo, as fotografias ainda apresentam extensões de terreno com o mínimo de uma centena de metros de largura.

As imagens podem ser obtidas, gratuitamente, através do site da NASA ou numa série de links ali fornecidos, a pensar em diferentes utilizadores. Quem tiver um computador particularmente potente, pode descarregar a versão integral.

Existe ainda um portal específico, o Be a Martian - Seja Um Marciano -, em que os próprios visitantes têm a oportunidade de contribuir para a investigação da NASA, alinhando diferentes imagens da mesma porção de terreno até ao pormenor de um píxel. O endereço de Internet é: http://beamartian.jpl.nasa.gov/maproom#/MapMars.

Actualmente, está em curso o "alinhamento" de uma região conhecida como Valles Marineris, um desfiladeiro considerado o Grand Canyon de Marte.

"A equipa Mars Odyssey Themis preparou um produto espectacular, que será o mapa-base para os investigadores de Marte durante muitos anos", considerou Jeffrey Plaut, um dos cientistas do projecto Odyssey em Pasadena. "O mapa lança o enquadramento de futuros estudos globais, tais como a composição mineral e a natureza física dos materiais à superfície."

A sonda Mars Odyssey - uma nave não tripulada - foi lançada em Abril de 2001, chegando ao planeta em Outubro do mesmo ano. As suas operações arrancaram em Fevereiro de 2002.

DN

Ideias simples, com estilo e que são sustentáveis

Ideias simples, com estilo e que são sustentáveis

Feitos para durarem, construídos em materiais recicláveis, reaproveitados e como mesmo destino no fim de vida. São produtos que promovem a poupança e os valores ambientais, mas sem perder o estilo e a utilidade. A sustentabilidade assume cada vez mais, e com êxito, um espaço no 'design'

Um dos designers da empresa RITI estava calmamente a tomar café quando num ataque de inspiração lhe surgiram várias ideias que não podia esquecer. Refém da falta de um caderno e uma caneta que lhe permitisse escrever o que estava a pensar, resolveu usar um guardanapo e uma palhinha molhada em café. Sem querer, tinha inventado o conceito da impressora a café: um aparelho que usa as borras em vez da tinta, tornando o processo de impressão muito mais ecológico.
Escolher materiais recicláveis, aproveitar o que não é usado, promover a poupança, sem deixar de ter um objecto com estilo e durável. Este é o objectivo do design sustentável - também conhecido por eco-design -, uma tendência crescente nos campos da arquitectura ou da engenharia, feita especialmente para cativar aqueles que, apesar das preocupações ambientais, não dispensam a beleza ou o estilo de um objecto.

Foi nisto que pensou a Ah&Oh quando criou o seu BugPlug, um aparelho simples, com um desenho que cativasse tanto adultos como crianças, mas que, mais importante, ajudasse a poupar naquela que é uma das maiores causas de desperdício de energia em casa: o modo stand-by. O BugPlug toma conta dos aparelhos eléctricos de uma divisão: um dos seus "olhos" transmite um sinal aos diversos aparelhos, obrigando-os a desligarem-se caso o outro "olho" não detecte ninguém na divisão. Também há a hipótese de se regular um temporizador para que tudo se desligue a uma determinada hora.

Outra solução sustentável prevista para poupar energia é o telemóvel solar. O Leaf (folha, em português) tem como conceito o processo de fotossíntese. O telemóvel adapta-se ao pulso; de dia pode ser usado como pulseira, ou até como relógio, uma vez que dá as horas. Em casa, pode ser colocado num suporte ligado à corrente eléctrica caso as condições atmosféricas sejam desfavoráveis. Se o céu estiver limpo, basta deixar o telemóvel próximo da janela para que ele carregue de forma ecológica. Para cumprir as normas do eco-design, fica a nota de que é feito de materiais recicláveis.

Compostagem pública

Caixote do lixo

O Envi nasceu como um caixote do lixo que faz a compostagem de resíduos biodegradáveis. O Envi transforma o lixo num composto, que depois vai alimentar uma planta que cresce dentro dele, tornando-o mais agradável. Esse composto pode ainda ser retirado do caixote e usado noutro local.

Devolva a sua energia

Tomadas

Quantas vezes já se sentou na sua bicicleta estática e se perguntou se tanta pedalada daria para alimentar um electrodoméstico? Nenhuma? Então já pensaram por si. Com esta tomada, pode ligar aparelhos de ginástica à tomada e alimentar a rede eléctrica com aquilo que produz. Pode até vendê-la em regime de microprodução.

Café em vez de tinta

Impressora

Enquanto tomava café numa pastelaria, um 'designer' da RITI lembrou-se de construir esta impressora: Cheio de ideias mas sem papel nem caneta para as apontar, desenhou em guardanapos, molhando uma palhinha no café. Esta impressora funciona com borras e o utilizador tem de mover o tinteiro para que ela funcione.

O 'bicho' da poupança

Sensor

O 'BugPlug' é um aparelho simples mas pode revolucionar a poupança de energia. Tem como função 'supervisionar' os outros aparelhos, desligando-os quando não são necessários, 'stand-by' incluído. Se alguém estiver na divisão, uma das antenas detecta a pessoa e deixa tudo ligado. Se não detectar qualquer movimento, desliga tudo.

filtros e autolavagem vegetal

Cozinha

Os inventores desta cozinha pensaram nas capacidades filtradoras da vegetação. E pensaram muito bem, pois daí a conceberem uma cozinha com plantas que filtram tanto a água que se utiliza, como o ar dos fumos da confecção, foi um passo. Além disso, a tampa pode ser fechada, e a flora lava a bancada da cozinha; poupa-se água e detergentes nocivos ao ambiente.

Comunicação solar

Telemóvel

O 'Leaf' é um telemóvel diferente. Inspirado na fotossíntese, o aparelho carrega-se através de células solares. Usa-se como pulseira, com a função de relógio. Um suporte carrega o telemóvel quando não está a ser usado. A bateria pode ser carregada, colocando o 'Leaf' junto à janela.

DN

Cão polícia castigado com suspensão

Um cão polícia de Sun Valley, no estado norte-americano de Idaho, foi suspenso, na sequência de uma agressão a um colega, um cão mais pequeno que ele, sem ter sido provocado. Dax, assim se chama o cão castigado, voltou esta semana ao trabalho. Dax é um pastor-alemão e terá atacado um schnauzer.

O chefe da polícia da cidade, citado pelo jornal «O Globo» disse que o cão ficou algumas semanas afastado do trabalho. O mesmo responsável disse ainda que o cão vai ser alvo de um treino mais intensivo, de modo a evitar incidentes semelhantes.

Dax tem cinco anos e trabalha na polícia há quatro. É perito em encontrar drogas e pessoas desaparecidas.

TVi24

Detectado caso de febre do Nilo

Detectado caso de febre do Nilo

Doente infectado com vírus levou DGS a pedir aos médicos para estarem atentos a novos casos.

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) está a investigar um caso de infecção pelo vírus do Nilo Ocidental, na região de Lisboa. O doente terá sido infectado em Portugal, por isso a autoridade de saúde pede a todos os médicos que estejam alerta à possibilidade de surgirem novos casos.

A infecção, transmitida por mosquitos, é muito rara, havendo apenas registo de dois casos no País, em 2004. E se na maioria das situações não há sequer sintomas, o vírus pode causar encefalite e meningite.

"É uma situação isolada, que estamos a estudar. Já estamos a fazer um inquérito epidemiológico ao doente, e pelas informações que temos, a pessoa não viajou", explica o subdirector-geral da saúde, José Robalo. O responsável diz que o doente se encontra bem, sem adiantar mais pormenores, e garante que a DGS está atenta.

A doença é transmitida aos humanos através de mosquitos infectados com o vírus do Nilo Ocidental, que é comum em África. E não se transmite de pessoa para pessoa. "Os mosquitos são infectados quando picam aves com o vírus. Provavelmente, aves migratórias que vêm de zonas onde existe a doença e que passam por Portugal nesta altura", explica o médico.

A DG já está a aplicar no terreno "medidas para controlo e vigilância ambientais" na área de residência do doente. A prioridade é identificar e eliminar os "criadouros de mosquitos", diz José Robalo. Ou seja, locais com água estagnada, onde há proliferação de larvas dos insectos. E o calor que tem feito nos últimos dias ajuda a criar condições para esta multiplicação.

Está também a decorrer um programa a nível nacional de colheitas de mosquitos, para se verificar se estão infectados ou não pelo vírus. Apesar destas precauções, o subdirector-geral da Saúde considera que não há razões para alarme e que o risco de se ser infectado por este vírus é muito baixo.

Além disso, salienta, em 80% dos casos as pessoas não têm sequer sintomas. No restante, os doentes têm reacções semelhantes às da gripe: febre alta, dores na cabeça e no corpo, náuseas, com a particularidade de poderem apresentar manchas no corpo.

Estima-se que em menos de 1% dos casos (cerca de um em cada 150), a doença pode evoluir para uma inflamação cerebral (encefalite ou meningite).

Dois casos em 2004

Uma das preocupações das autoridades de saúde em casos de doenças muito raras, como esta, é que não sejam detectadas. Daí o alerta de saúde pública emitido na sexta-feira. O responsável da DGS lembra que Portugal não tinha casos registados desde 2004, quando dois turistas irlandeses - um homem de 54 anos e uma mulher de 51 anos - adoeceram no Algarve, também nesta altura do ano.

O vírus do Nilo Ocidental foi identificado pela primeira vez em 1937, no Uganda, e é habitual em Àfrica. No final do século passado, começou a apareceu nos EUA. É pouco comum na Europa.

"Quando encontramos um caso, o que fazemos é alertar os profissionais para estarem atentos, particularmente em pessoas muito picadas". E para evitar picadas, em áreas povoadas por insectos, o responsável aconselha o uso de repelente e de roupa adequada.




DN

terça-feira, 27 de julho de 2010

Primeira pagina 27-07-2010

Mundo sai à rua em apoio a iraniana condenada

Mundo sai à rua em apoio a iraniana condenada

Organizações de defesa dos direitos humanos acreditam que pressão internacional pode salvar a vida de Sakineh Ashtiani.

Paris, Londres, Washington e Otava foram algumas das capitais mundiais que ontem saíram à rua para mostrarem a sua solidarie-dade com Sakineh Ashtiani. O caso da iraniana presa por adulté- rio em 2006 e cuja sentença de morte por apedrejamento está actualmente suspensa chamou a atenção da comunidade internacional.

Apesar do adiamento da sentença, foram várias as organizações de defesa dos direitos humanos que quiseram lembrar ao mundo o destino de Ashtiani. "O facto é que a execução ainda pode acontecer", explicou à CNN Mina Ahadi, directora do Comité Internacional contra as Execuções e Apedrejamentos. Para Ahadi, o maior receio é que, "como muitas vezes acontece no Irão, este género de execução aconteça sem que ninguém dê por nada".

O que já aconteceu foram as 99 chicotadas que Ashtiani levou devido ao que as autoridades iranianas descreveram como "uma relação ilícita fora do casamento". Depois disso e após o julgamento de um homem acusado de ter matado o marido da iraniana, esta mãe de dois filhos, de 43 anos, foi considerada culpada de adultério - um crime punível com a pena de morte no Irão.

Detida há mais de quatro anos numa prisão da cidade de Tabriz, onde vivia com o marido e os dois filhos, Ashtiani começou por ser acusada da morte do marido, sendo mais tarde a acusação mudada para adultério. Apesar de as autoridades judiciais iranianas estarem alegadamente a observar uma moratória aos apedrejamentos, as ONG temem que a iraniana possa ser enforcada. Os mais críticos, como a Amnistia Internacional, garantem que desde 2006 pelo menos seis pessoas foram apedrejadas até à morte na República Islâmica.

As organizações internacionais que planearam as manifestações de ontem estão convencidas de que manter a pressão sobre o Irão é a melhor forma de salvar a vida de Ashtiani. A vaga de solidariedade internacional surgiu em Junho, quando o advogado da iraniana escreveu sobre este caso no seu blogue. Desde então, o apoio veio dos mais diversos sectores - tanto o actor Robert Redford como o senador democrata John Kerry fizeram campanha pela iraniana.

Hoje em dia, são poucos os países que ainda consideram o apedrejamento legal. As excepções - Irão, Somália, Sudão e Afeganistão são muçulmanos. Apesar disso, alguns dos maiores críticos desta prática milenar são praticantes do islão, que a consideram imoral, além de dar má imagem aos países que a permitem.

No Irão, o apedrejamento apenas foi introduzido em 1983, quatro anos depois da Revolução Islâmica. Segundo essa lei, os ape-drejamentos devem ocorrer em público, com os acusados enterrados até à cintura.

DN

Descoberta vala comum com 38 corpos no México

Descoberta vala comum com 38 corpos no México

Polícia acredita que as vítimas eram levadas para o local, torturadas e depois executadas. Alguns cadáveres foram queimados.

Uma informação anónima levou as autoridades mexicanas até uma vala comum, perto de Monterey, no estado de Nuevo León, onde estarão os corpos de pelo menos 38 vítimas da guerra entre traficantes de droga. Entre os cadáveres, há alguns que parecem ter sido abandonados há cerca de 15 dias, e podem ainda ser identificados pelos familiares. Mas na maioria dos casos, a polícia terá de recorrer a exames de ADN para descobrir a sua identidade.

Segundo o procurador-geral, Alejandro Garza y Garza, a maioria das vítimas são homens com idades entre os 20 e os 50 anos, tendo sido possível também localizar os restos mortais de duas mulheres. Os indivíduos do sexo masculino apresentam o corpo tatuado e estão sepultados em nove valas comuns localizadas na mesma área, de acordo com as declarações que prestou ao jornal El Universal.

Os peritos estão a utilizar escavadoras para procurar mais cadáveres na zona, já que haverá pelo menos mais dois locais onde acreditam estarem sepultados restos humanos. A vala comum localiza-se dentro de uma espécie de poço, que funciona como aterro sanitário. Este mede 70 metros de comprimento, 40 de largura e 20 de profundidade, estando localizado ao fundo de um caminho rural.

O jornal El Nuevo Día citava fontes militares, segundo as quais as autoridades suspeitam que as vítimas eram levadas para o local, torturadas e depois executadas ao fundo de uma rampa, onde havia vestígios de sangue. Em pelo menos 12 locais, o terreno está queimado e há restos de cinzas, o que leva a acreditar que alguns cadáveres podem ter sido também queimados. Mais de 200 pessoas terão desaparecido no estado de Nuevo León nos últimos três anos, incluindo 38 trabalhadores da empresa estatal de petróleo Pemex.

Este estado fronteiriço tem sido palco de uma guerra pelo controlo das rotas do tráfico de droga entre o cartel do Golfo e os seus antigos aliados Los Zetas. Este grupo, composto maioritariamente por ex-militares, é um dos mais sangrentos do México. Em finais de Junho, as autoridades encontraram também nesta região uma quinta onde contabilizaram 12 cadáveres em valas comuns.

O Presidente Felipe Calderón declarou guerra ao narcotráfico desde que chegou ao poder, em Dezembro de 2006. Uma das suas principais medidas foi o envio de militares para as regiões mais problemáticas, mas ainda assim a violência não parou de aumentar.

Falando durante a cerimónia de graduação numa academia militar, o Presidente defendeu sexta-feira o papel do Exército na luta contra o tráfico de droga. E disse que os cartéis são "a maior ameaça ao bem estar e progresso das famílias mexicanas, e a maior ameaça às liberdades que os fundadores do país deram as suas vidas para conseguir". Calderón promete continuar a lutar: "A nossa determinação é não dar nenhum passo atrás e continuar de forma decisiva com esta luta, continuar o nosso esforço até conseguirmos a vitória que o México merece."

DN

'El Pibe' diz amar Fidel Castro

'El Pibe' diz  amar Fidel Castro

Um mês antes de visitar Cuba, Diego Maradona enviou uma mensagem ao antigo líder cubano Fidel Castro através do site oficial de informações Cubadebate. "Digam a Fidel que eu o amo", disse o treinador da selecção argentina de futebol.

"El Pibe" referiu ainda que ficaria "encantado" se pudesse rever Fidel, que se afastou do poder em 2006 por motivos de saúde.

DN

Escândalo de pornografia infantil no Pentágono

Funcionários do Pentágono com acessos de segurança muito elevados usaram computadores do trabalho para comprar e consumir pornografia infantil, revelou uma inspecção oficial. Entre os departamentos envolvidos, contam-se o de investigação avançada, que concebe novos armamentos, e a Agência Nacional de Segurança (NSA), responsável pela espionagem electrónica.

O número exacto de funcionários detectados não foi revelado no relatório, mas a porta-voz do Pentágono explicou que esse número rondava as duas dezenas. O jornal Boston Globe fala em 30 casos investigados e escreve que o relatório do inspector considerou que a situação envolvia riscos de segurança, pois os suspeitos tinham acesso a instalações militares sensíveis e eram vulneráveis a chantagem ou ameaças.

Estas situações surgiram no âmbito de uma investigação mais alargada, que dura há quatro anos, e que já permitiu identificar mais de cinco mil consumidores de pornografia infantil nos Estados Unidos. Vários casos citados no relatório da inspecção não são recentes e já foram julgados.

Entre os suspeitos e acusados havia funcionários propriamente ditos do Ministério da Defesa, incluindo militares, mas também de empresas que trabalham para o Pentágono. Era o que acontecia com um trabalhador da Oracle, com acessos top secret no âmbito de trabalhos para a NSA. Quando este homem percebeu que as autoridades o tinham detectado, contaminou vários computadores no seu local de trabalho, tentando baralhar os investigadores.

Este suspeito acabou por fugir para a Líbia, mas foi preso e extraditado para os EUA. Para ele, a história deverá terminar no tribunal, com uma acusação de uso de propriedade do Governo para aceder a pornografia infantil. Para já, o referido funcionário está suspenso sem salário. Outro suspeito tinha acesso a satélites espiões americanos e foi entretanto retirado das funções, para um trabalho menos sensível.

Os investigadores afirmam que será difícil condenar alguns dos elementos detectados nesta investigação. Em certos casos, não é possível estabelecer a idade exacta das crianças que surgem nas imagens pornográficas, inviabilizando a acusação. Existe ainda a situação em que as imagens não permitem concluir se as crianças foram mesmo abusadas.

DN

Chineses tentam conter crude com pauzinhos

Mais de 1500 toneladas de crude foram já expelidadas da plataforma petrolífera que explodiu no Mar Amarelo e avançam sobre as costas chinesas. Autoridades e populares debatem-se com a falta de meios e limpam as praias à mão, muitas vezes desprotegidas.

As autoridades estão a alertar para os cuidados a ter com a situação. Mesmo assim, um bombeiro de 25 anos, morreu esta semana, afogado no lodo que se formou na praia.

As agências internacionais, citando o jornal China Daily, avançam que as tripulações de alguns navios pesqueiros na região chegaram a recolher crude, recorrendo ao uso de pauzinhos como os utilizados como talheres em alguns países asiáticos.

Outro dos métodos usados é mais avançado: as autoridades recorreram a um óleo, com bactérias que «comem» o petróleo na água.

Cerca de 800 navios trabalham na recolha de crude. Entre eles, 40 embarcações especializadas na recolha de petróleo, que apoiam 2 mil soldados do Exército de Libertação Popular (ELP). Parece um grande contingente de meios, mas é manifestamente insuficiente, dada a dimensão da tragédia.

China: fuga de petróleo no porto de Dalian ( EPA/JIANG HE)
TVi24

Eflorescência de algas cresce no mar Báltico

Eflorescência de algas cresce no mar Báltico

Alimentadas pelos fertilizantes agrícolas e beneficiando do calor, as algas marinhas espalham-se e ameaçam espécies.

Uma imagem de satélite da Agência Espacial Europeia (ESA) mostra uma gigantesca eflorescência de algas a cobrir uma porção do mar Báltico, conforme ilustra a fotografia, em cima, tirada no início deste mês.

As temperaturas elevadas e a ausência de vento facilitaram o desenvolvimento do fenómeno, o maior na região desde 2005, ocupando pelo menos 377 mil quilómetros quadrados, uma superfície ligeiramente superior à da Alemanha.
As algas são potencialmente tóxicas para a vida marinha, e a zona afectada estende-se desde as costas da Finlândia, a norte, até à Polónia, com áreas muito densas junto à Suécia. Os cientistas afirmam que, pela dimensão invulgar, a eflorescência ameaça várias espécies.

O processo chama-se eutrofização e é comum em lagos, alimentado pela fertilização dos terrenos agrícolas à sua volta. A água da chuva arrasta os nutrientes, que, por sua vez, se tornam alimento de algas, que acabam por extrair todo o oxigénio da água desses lagos ou rios. O fenómeno também ocorre no mar e há décadas que o Báltico regista estas eflorescências, também devido aos fertilizantes agrícolas, a que se junta neste caso, um Verão que se anuncia quente.

Os cientistas esperam que a eflorescência no Báltico se disperse, com o aumento da intensidade do vento. As ondas resultantes deverão espalhar as algas antes destas perturbarem os ecossistemas mais frágeis. Há também avisos sobre saúde humana: o contacto com esta água pode causar alergias.

DN

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Primeira pagina 26-07-2010

3200 escolas do 1.º ciclo fechadas nos últimos 5 anos

3200 escolas do 1.º ciclo fechadas nos últimos 5 anos

Já só restam cerca de 200 escolas do 1.º ciclo abertas com menos de 21 alunos. Os 701 fechos deste ano abrangem dez mil estudantes.

No espaço de cinco anos, entre 2005/2006 e o próximo mês de Setembro, terão encerrado mais de 3200 escolas primárias com poucos alunos. Uma "reorganização" da rede lançada pela anterior ministra da Educação, e que a actual detentora da pasta, Isabel Alçada, aproximou do seu fim com o anúncio, ontem, de que mais 701 primárias já não abrirão portas no regresso às aulas.

A extinção de escolas primárias de reduzida dimensão já era assumida como meta desde 1984, mas só no primeiro Governo de José Sócrates teve desenvolvimentos visíveis.

Entre 2005/2006 e 2007/2008, Lurdes Rodrigues assumiu a cruzada contra que baptizou de "escolas do insucesso" - com menos de dez alunos ou resultados escolares negativos -, fechando cerca de 2500 primárias.

Em simultâneo, foi viabilizada, com fundos comunitários, a construção de 600 centros escolares integrados (preferencialmente só para o pré-escolar e o 1.º ciclo), dos quais uma centena estará pronta.

O processo parecia ter chegado ao fim. Porém, em Junho, invocando uma taxa "muito superior" de insucesso nas pequenas escolas, o Conselho de Ministros aprova a Resolução 44/2010, alargando o lote a estabelecimentos com menos de 21 alunos.

As projecções do Governo apontavam para a existência de 900 escolas nessas condições. Entretanto, após as primeiras manifestações de descontentamento, nomeadamente da Associação Nacional de Municípios (ANMP), a meta de fechos baixou para as 500. O valor final fixou-se nas 701 - segundo disse ontem a ministra, Isabel Alçada, na sequência de "propostas das próprias autarquias".

Parte das escolas agora encerradas - o Ministério da Educação não divulgou quantas - tinha mais de 21 alunos, e o seu fecho já estava previsto, porque as câmaras tinham entretanto construído os centros escolares (ver reportagem). Por outro lado, houve autarcas que recusaram até ao fim acatar a ordem (ver texto em baixo). Mas, feitas as contas, restarão actualmente pouco mais de 200 primárias de pequena dimensão.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) criticou ontem duramente a medida. E lembrou que o Governo avançou "em desrespeito de recomendações da Assembleia da República", aprovadas, por toda a oposição, no sentido de o processo ser adiado por um ano, após uma monitorização envolvendo pais e autarcas. Em declarações ao DN, Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, acusou a tutela de "atirar para plano secundário os direitos de milhares de crianças".

O sindicalista admitiu que, para os cerca de dez mil alunos que a Fenprof estima virem a ser afectados, as mudanças de escola "não vão ser todas para pior". Mas defendeu que "em muitos casos será para bastante pior", nomeadamente ao nível das deslocações.

Já a ministra, Isabel Alçada, defendeu, em declarações à Lusa, que "o relacionamento de proximidade entre a família e a escola vai manter-se" e que "a actual rede viária é adequada", rejeitando que as deslocações serão mais demoradas. Por outro lado, garantiu, a oferta educativa para os alunos abrangidos "vai melhorar muito".

O vice-presidente da ANMP, Fernando Campos, considerou "irrelevante" o número de escolas a fechar, desde que sejam "cumpridos os pressupostos" negociados recentemente com o Governo. Por outro lado, confessou-se "estupefacto" com as novidades relativas às fusões de agrupamentos, a outra parte desta reforma

DN