Páginas

So faltam meses, dias, horas, minutos, e segundos para o ano 2012

Madeleine

Banner1
Click here to download your poster of support

Radio Viseu Cidade Viriato

sábado, 24 de julho de 2010

Primeira pagina 24-07-2010

Vinho de Lafões é produto regional com características especiais


A Adega Cooperativa
de Lafões vai realizar no primeiro fim-de-semana de Agosto uma mostra
de vinhos da região
em cooperação com
vários produtores-
engarrafadores.
O objectivo é mostrar
que o vinho de Lafões existe e recomenda-se,
ao contrário do que
muitas pessoas pensam

Foi a segunda adega cooperativa a abrir as portas no país e é actualmente a mais antiga ainda em actividade.
Os 63 anos de existência e a falta de obras de modernização notam-se no edifício que alberga a Adega Cooperativa de Lafões, no entanto, o que falta em obras, a actual direcção compensa com trabalho e dedicação.
"Apesar daquilo que muitas pessoas pensam, a adega não está fechada, aliás as portas estão abertas todos os dias, inclusivamente aos domingos à tarde", garante a presidente Maria Leonor Corte Real, que há cinco anos está à frente dos destinos da instituição, com o objectivo de promover um vinho com "características muito especiais", que, graças ao micro-
-clima de Lafões, se aproxima dos vinhos verdes, embora apresente uma maior graduação alcoólica.
É nesse sentido que a Adega vai promover, em cooperação com todos os produtores-engarrafadores lafonenses, uma mostra para dar a conhecer aquilo que de melhor se produz e que prova uma cada vez maior preocupação com a qualidade, depois de muitos anos em que o interesse dos agricultores estava mais virado para a quantidade.
"Actualmente temos excelentes vinhos", sublinha a responsável, lembrando que até ao início da década de 1980, a adega era muitas vezes galardoada e considerada "a menina dos olhos da região". No entanto, do prestígio de outros tempos já só restam certificados que cobrem as paredes.
"Estamos sozinhos na promoção, quando o que a adega necessitava era do apoio das instituições de Lafões", lamenta Maria Leonor Corte Real, dando o exemplo dos restaurantes, onde, segundo a dirigente, inúmeros pratos típicos são acompanhados com vinhos do Douro e do Dão e os proprietários nem querem ouvir falar no vinho da terra.

Dificuldades
financeiras
Quando Maria Leonor Corte Real tomou conta da adega esta encontrava-se em falência técnica. As dívidas às entidades bancárias - que se devem a algumas más decisões tomadas por direcções anteriores - e aos sócios são "asfixiantes" e a solução poderia ser a venda do património.
"São 15 mil metros quadrados localizados dentro do perímetro urbano da cidade de S. Pedro do Sul. O valor do terreno e da casa é muito superior às dívidas, mas é preciso aguardar pelo negócio justo, que deixe ambas as partes satisfeitas", assegura a presidente, que consegue imaginar usos alternativos para a adega. "Dava um bom museu, um Centro Interpretativo da Região de Lafões, ou então um hotel de qualidade com um restaurante de requinte", adianta.
O fim da adega não seria o fim do vinho de Lafões. "Com o dinheiro da venda poderia ser criado um pequeno posto de recepção de uvas na zona industrial, para a vinificação e o engarrafamento. A comercialização seria feita em diversos locais do país e não apenas na adega como acontece actualmente", refere.
Apesar dos problemas graves existentes, a presidente da Adega Cooperativa de Lafões acredita que se trata apenas de uma fase menos boa da instituição, como acontece por todo o país.
"Melhores dias virão", diz, antes de se despedir e regressar aos seus negócios.

DV

Vídeo gravado em cemitério foi chave para a PJ

Vídeo gravado em cemitério foi chave para a PJ

Suspeito de triplo homicídio esteve sob vigilância da PJ antes de ser detido. O seu 'Audi A4' já foi sujeito a perícias. A PJ analisou à lupa todos os vídeos de 'rei Ghob' na Internet. ( C/VÍDEO)

Francisco Leitão, conhecido na Internet como "rei Ghob", nos dias anteriores à sua detenção esteve durante vários dias sujeito a vigilância policial cerrada.

Antes de ser detido, os investigadores da Unidade Nacional contra o Terrorismo visionaram também todos os vídeos e mensagem que colocou na Internet. "Esse trabalho tinha de ser feito", refere fonte policial. Um vídeo colocado a 20 de Janeiro de 2010 chamou a atenção dos investigadores. A gravação é aparentemente feita no interior do cemitério de Peniche, onde supostamente surge "rei Ghob", que ostenta uma máscara a dançar sobre uma campa. "Esse vídeo suscitou-nos alguma atenção, mas há outros que analisámos...", refere fonte ligada à investigação.

O telemóvel de Francisco Leitão também esteve sob escuta e foram pedidos registos às diferentes operadoras para triangulação do sinal de antenas dos telemóveis das supostas vítimas. "Isso é obrigatório numa investigação policial num caso com estes contornos", refere outra fonte policial.

Contudo, Francisco Leitão continua a não revelar aos investigadores o local onde terá ocultado os três cadáveres.

O seu carro, um Audi A4 (que eventualmente poderia ter sido usado para transportar corpos), foi sujeito a perícias, mas a PJ não divulga o resultado.

A PJ também fez buscas, entre outros locais, num eucaliptal nas imediações da casa acastelada onde Francisco Leitão morava em Carqueja, Torres Vedras. A indicação do local foi dada aos investigadores pelo pai de Ivo, uma das vítimas.

"Não vamos fazer novas buscas às cegas. Mas não estamos dependentes das declarações do suspeito", afirma fonte policial.

Francisco Leitão chegou ontem ao Tribunal de Torres Vedras poucos minutos depois das 14.00 e o forte aparato policial serviu para o proteger de mais de uma centena de populares que o esperavam. Protecção física porque, no curto trajecto a pé a caminho do tribunal, a emoção tomou conta dos presentes. A palavra "assassino" foi repetida até à exaustão entre outros impropérios lançados ao homem algemado.

Já com o suspeito no interior do tribunal entraram elementos da Polícia Judiciária com caixas repletas de documentos.

Francisco Leitão saiu do tribunal quase sete horas depois, pelas 20.40. De novo algemado e rodeado de polícias que o protegeram da multidão em fúria. O suspeito regressa hoje a tribunal, pelas 10.30, para voltar a ser ouvido. A inquirição não foi totalmente feita ontem, já que foi nomeado um defensor oficioso que quis estudar o processo antes de o suspeito ser interrogado pelo juiz.

O autodenominado "rei Ghob" passou a noite de terça-feira no Estabelecimento Prisional da Polícia Judiciária, onde regressou ontem para a sua segunda noite atrás das grades. Francisco não vai ter acesso à Internet na cadeia. Não vai conseguir ler os comentários que agora surgem nos vídeos que colocou online (o último dos quais no domingo, 24 horas antes de ser detido). Nas centenas de comentários colocados nas últimas horas, a grande maioria é para o ofender e desejar a pior sorte possível.




DN

Cinco árbitros nos jogos da Liga dos Campeões da próxima época

A subcomissão técnica do International Board, órgão que define as leis do jogo, aceitou a introdução de equipas de cinco árbitros de campo na Liga dos Campeões de futebol, mas rejeitou a proposta para o Euro2012.

A UEFA, que já tinha introduzido o formato de cinco árbitros na Liga Europa na última época, irá agora estender a medida à Liga dos Campeões na próxima temporada, quase a iniciar, e na de 2011/2012.

O comité executivo da UEFA, presidido por Michel Platini -- um acérrimo defensor deste formato e em alternativo ao recurso tecnológico -, tinha anunciado em maio que o organismo europeu de futebol iria propor a medida para os jogos de apuramento para o Europeu de 2012.

Segundo informação avançada hoje pela FIFA, o International Board não acolheu essa proposta, mas em maio já havia considerado que continuará a experiência de equipas de cinco árbitros durante dois anos.

Anteriormente, em 2009, a federação francesa chegou a requerer o modelo para a Taça da Liga, Taça de França e segunda divisão, mas, para já, apenas a primeira tem permissão para ter cinco árbitros.

Competições com o modelo de cinco árbitros:

UEFA: Liga dos Campeões (2010/2011 e 2011/2012), Liga Europa (2010/2011 e 2011/2012) e Supertaça (2010 e 2011).

Confederação Asiática: Taça do Presidente AFC 2010 (24 a 26 de Setembro).

Federação Francesa: Taça da Liga (2010/2011).

Confederação Brasileira: Campeonato feminino da Bahia 2010 (Setembro/Dezembro 2010) e campeonato carioca (2011).

Federação Mexicana: Torneio de Clausura (2011 e 2012), Torneio de Abertura (2011).

JN

Burro aprende a voar... mas acaba por cair à água

Há quem diga que já viu de tudo... até um burro a voar. Por entre zurros de medo e aflição, o animal foi lançado no ar por um grupo de empresários russos, avança o «Russia Today»

O objectivo da campanha publicitária era atrair turistas, no entanto, para o pobre burro as coisas não correram da melhor maneira e acabou por dar um mergulho no mar da praia russa de Golubitskaya e ser resgatado, ferido, pela polícia.

Os autores da triste ideia enfrentam agora uma acusação de crueldade contra animais. O burro, o herói da aventura, decerto não voltará a pensar em grandes voos.



TVi24

Nuvem de cinzas vulcânicas pode ter criado vida no mar

A nuvem de cinzas do vulcão islandês Eyjafjöll, que parou os aeroportos europeus em Abril e Maio, pode ter gerado mais vida no mar, noticia a BBC, citando uma investigação no Atlântico Norte.

Uma equipa de cientistas está a recolher informação para perceber de que forma a erupção vulcânica afectou a biologia marinha, ao ponto de provocar o florescimento de uma enorme quantidade de algas microscópicas.

A um mês de terminar a segunda expedição na região, os investigadores detectaram «níveis elevados» de ferro nas amostras de sedimentos recolhidas do oceano.

«Verificámos alguns níveis elevados (de ferro dissolvido) entre 20 a 40 metros de profundidade. Isso pode ser resultado das cinzas vulcânicas, mas temos de verificar melhor, a uma escala maior», assinalou Eric Achterberg, professor da Universidade de Southampton, no Reino Unido, que lidera a equipa de cientistas.

Os investigadores pretendem certificar-se que as partículas de ferro contidas na nuvem de cinzas vulcânicas entraram no mar e causaram o aparecimento de uma extensa mancha de minúsculos organismos, conhecidos como fitoplâncton, que têm a capacidade de fazer a fotossíntese (processam o dióxido de carbono e produzem oxigénio).

Para o efeito, estão a recolher amostras de ferro, e de outros nutrientes, das águas e da atmosfera e a monitorizar o crescimento biológico no Atlântico Norte.

A confirmarem-se as suspeitas, o fitoplâncton no Atlântico Norte poderá estar «a processar mais dióxido de carbono do que a quantidade habitual num ano normal», apontou Eric Achterberg.

A equipa de cientistas promete divulgar «dentro de meses» os resultados da investigação.

A expedição, que arrancou, numa primeira fase, na Primavera, insere-se num projecto ambiental mais vasto de investigação da eficácia do fitoplâncton na absorção e sequestro de dióxido de carbono em águas profundas.

TVi24

Astrónomos descobrem a maior estrela do universo

Astrónomos descobrem a  maior estrela do universo

Um grupo de astrónomos britânicos, da Universidade de Sheffield, em Inglaterra, descobriu uma estrela com uma massa 320 vezes superior à do Sol. É a maior estrela até agora conhecida.

A estrela gigante, que foi descoberta graças aos dados do telescópio espacial hubble e ao Observatório Europeu do Sul, foi localizada na Nebulosa da Tarântula, na Grande Nuvem de Magalhães que fica a 170.000 anos-luz de distância da Terra.

Até agora, as maiores estrelas conhecidas, eram 150 vezes maiores do que o Sol e acreditava-se que essa medida estaria nos limites do tamanho normal. Esse limite é conhecido como o “Limite de Eddington”.

O chefe da equipa de Sheffield, o professor Paul Crowther, disse que a estrela, por ser tão grande, deve possuir uma temperatura superior a 40 mil graus Celsius e é dez vezes mais brilhante que o sol.

JN

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Primeira pagina 23-07-2010

Feira semanal de Viseu "é uma das piores do país"


Falta de água, luz, casas de banho e pavimento
em condições são
as principais falhas
apontadas pelos
vendedores da feira
semanal de Viseu, que consideram ser "uma
das piores do país"

Artur Cardoso é comerciante de produtos alimentares e explica que, para o tipo de produtos que vende, o local não possuiu condições nenhumas. "Precisamos de luz e água para a conservação de alguns produtos. À falta delas, somos obrigados a trazer para cá os geradores que acabam por poluir muito mais", explica.
De acordo com o feirante, a instalação de luz e água nas feiras semanais é uma condição exigida pela ASAE, que não está a ser cumprida. "O presidente da Câmara, como boa pessoa que é, devia pensar um bocadinho em nós e agir relativamente a essa questão", frisa.
"Não tem lógica nenhuma vender produtos alimentares em chão de terra batida", acrescenta, indignada, outra feirante, que prefere não ser identificada.
Além das condições já exigidas pelos outros feirantes, José Coelho alerta também para a falta de mais casas de banho. "Para além de água e luz, o espaço deveria ter casas de banho com condições, uma vez que isto é uma feira grande e só tem umas casas de banho que acabam por não ter condições nenhumas", critica.
Relativamente ao pavimento, José Coelho pensa que areão grosso no chão seria a melhor solução para evitar que os artigos que comercializam se sujem.
A má organização da feira é outra das questões que não agrada a muitos feirantes.
Cláudia Ferreira vende roupa interior e queixa-se do sítio onde a colocaram. "Aqui não há visibilidade nenhuma, isto está completamente mal organizado. Não tem lógica nenhuma colocar uma banca com roupa interior ao pé de um local onde se vendem fatos. As pessoas só percorrem as ruas principais, espreitam ao longe para estas partes mais secundárias, acabam por não vir por aqui", lamenta, alertando também para a sujidade que o tipo de pavimento causa nos produtos.
Acácio Domingues partilha da mesma opinião de Cláudia Ferreira relativamente à má organização. "Esta feira está mal, os feirantes pagam o mesmo e uns ficam mais privilegiados, com lugares melhores do que os outros", aponta. Acrescenta que "existem lugares que estão vazios e em vez de os darem aos feirantes que vendem aqui há anos, acabam por dar a pessoas que vêm de fora e que, algumas vezes, acabam por não pagar nada", lamenta.
O feirante alerta ainda para outro tipo de situações. "Se alguém se sentir mal por aqui, não há espaço para entrar cá uma ambulância, por exemplo. Se acontece alguma coisa, os polícias que cá estão a única coisa que fazem é chamar outros que acabam por nunca aparecer", explica. A finalizar, critica a permissão que é dada a feirantes de fora que andam pelo espaço da feira a vender "à mão". "Devia ser proibido virem para aqui vender à mão. Não pagam lugar e roubam negócio aos que cá estão".
"O presidente da Câmara precisa de dar a volta a isto e debruçar-se sobre todas estas questões ", é a ideia com que termina Acácio Domingues, uma opinião partilhada por inúmeros feirantes.

DV

Orcas também comem pinguins na Antárctida

Orcas também comem pinguins na Antárctida

Biólogos observaram pela primeira vez este comportamento no Pólo Sul.

Uma equipa de biólogos marinhos conseguiu observar, pela primeira vez, orcas a caçar e a comer pinguins nos mares da Antárctida. Segundo os investigadores, aqueles cetáceos poderão alimentar-se ali regularmente destas aves.

Já se tinha observado antes que esta espécie de cetáceo carnívoro caçava pinguins ocasionalmente, mais para norte, nas ilhas subantárcticas. Mas esta foi a primeira observação deste tipo no Pólo Sul. Além disso, há indícios de que esse comportamento alimentar pode ser ali algo habitual.

"Se os pinguins são regularmente atacados pelas orcas na Antárctida, o impacto nas suas populações pode ser significativo", escrevem os autores Robert Pitman e John Durban, do National Marine Fisheries Service, dos EUA, num artigo publicado na revista científica Polar Biology.

As observações, que foram feitas na região da península ocidental da Antárctida, durante o mês de Fevereiro, permitiram perceber que as orcas se alimentaram sobretudo de duas espécies de pinguins, os Pygoscelis papua, cujo nome comum é pinguim-gentoo, e o Pygoscelis antarctica, vulgarmente conhecido por pinguim-de-barbicha.

Dos três tipos de orca que se conhecem, só uma foi observada a alimentar-se de pinguins, havendo indícios de que a maior de todas também o poderá fazer.

Estão descritos três tipos de orca. As de tipo A, as maiores de todas, comem sobretudo baleias-anãs; as de tipo B, que são mais pequenas, alimentam-se principalmente de focas, e as C, também de menor dimensão, adoram especialmente atum.

Foram as orcas de tipo B que os biólogos viram a alimentar--se de pinguins.

"Esperávamos vê-las a alimentar-se de focas e de baleias-anãs da Antárctida", explicou Robert Pitman à BBC News online. Mas, sublinhou, "ficámos bastante surpreendidos por vê-las a caçar também pinguins".

Nas suas observações, os biólogos verificaram ataques a pinguins em três dias diferentes por parte das baleias de tipo B.

Na maior parte dos casos, as orcas comiam apenas os músculos do peito, deixando a pele e os ossos para trás. E esta poderá ser a razão por que nunca antes, em observações do interior do estômago de orcas, se tinham encontrado restos de pinguins.

"Ficámos surpreendidos ao verificar que as orcas podiam comer quatro a seis quilos de carne de pinguim de uma vez, mas a maior surpresa foi perceber que elas estavam sobretudo interessadas em comer apenas os músculos", escolhendo a melhor parte, "muito como os humanos fazem", disse Robert Pitman, citado BBC News.

Na sua caça aos pinguins, as orcas faziam-no por vezes em grupo, e depois removiam cuidadosamente as penas e a pele para chegarem à carne do peito.

Os investigadores pensam que esta caça poderá ser feita numa base regular, e que por isso poderá ter impacto na população daquelas aves.

DN

Tribunal português notifica Prince

Agente de execução notificou o cantor no Pestana Palace para pagar dívida superior a dois milhões de euros.

Domingo à noite, o músico levou 32 mil pessoas à Herdade do Cabeço da Flauta, no Meco, para assistir ao seu concerto no festival Super Bock Super Rock. Mas nem tudo foram rosas na sua estadia em Portugal. Prince Rogeres Nelson, de 52 anos, foi citado pelo Tribunal Judicial de Lisboa, 2º Juízo da 2ª Secção, para liquidar uma dívida de 2.250.147,95 euros à produtora musical Mcd Productions. A agente de execução Luísa Pescaria Costa foi até ao Hotel Pestana Palace, na Ajuda, na madrugada de segunda-feira, notificar o cantor depois de terminado o seu concerto no festival de música, que acabou por volta 01h35. Segundo apurou o DN, a citação da estrela foi cuidadosamente planeada pelos oficiais de justiça para não perturbar ou comprometer a actuação do músico em Portugal. O cantor esteve instalado durante a sua estadia em Lisboa no luxuoso Hotel Pestana Palace, unidade hoteleira favorita de outras estrelas internacionais quando vistam o nosso país, como Madonna ou Amy Winehouse.

Uma fonte ligada ao processo contou ao DN que o caso remonta a 16 Junho de 2008 quando o cantor cancelou um concerto na Irlanda apesar de 55 mil bilhetes já estarem vendidos para o espectáculo, em Croke Park, em Dublim (Irlanda). Na altura, o músico não deu nenhuma justificação aos fãs para falhar o concerto que seria a sua única aparição em palco na Europa naquele Verão, já que também tinha cancelado outros dois, em Paris e em Milão, no mês anterior, em Maio.

O preço dos bilhetes variava entre os 66 e os 140 euros e a Mcd Productions teve de reembolsar todas as pessoas que já tinham comprado ingresso, incluindo a taxa de reserva. Mas havia um vasto número de fãs que iriam ver o concerto para além dos irlandeses. E isso significa que estas pessoas já tinham reservado hotel, transporte e bilhetes de avião. Tudo isto despesas não reembolsáveis. À data dos acontecimentos, a empresa emitiu um comunicado onde se podia ler que o concerto tinha sido cancelado "por razões alheias a Prince e à MCD Productions".

Um ano mais tarde a produtora musical avançou para tribunal e processou o cantor alegando "avultados prejuízos financeiros e danos na sua reputação comercial pelo cancelamento do espectáculo". O concerto em Croke Park tinha sido altamente publicitado pela produtora musical e a sua preparação demorou nove meses. Em Março deste ano, um juiz irlandês decidiu a favor da MCD Productions, depois de uma dura batalha legal. Mas Prince ainda não abriu os cordões à bolsa…

O cantor passou o fim-de-semana na capital portuguesa e quase sempre na companhia da ami- ga Ana Moura. Na madrugada de sábado, esteve cinco minutos na discoteca Mussulo, por volta das 4h30 da manhã, rodeado por três seguranças e a fadista de 31 anos. O interprete de Purple Rain achou que o espaço estava demasiado cheio e optou por deixar o local com o grupo que o acompanhava.

Na noite seguinte, pouco antes da meia-noite, o cantor norte-americano subiu ao palco do Super Bock Super Bock para actuar no Meco. Com a sua guitarra eléctrica acompanhou a fadista portuguesa em dois fados."Gosto muito do vosso país", disse entusiasmado a um público vibrante. Depois de sensivelmente 1 hora e 40 de espectáculo estava satisfeito: "Estou muito feliz. Foi um dos melhores concertos da minha vida", declarou à imprensa. Ainda não sabia o que o esperava de regresso ao hotel.

DN

Portugal envia 'espiões' militares para Afeganistão

Portugal envia 'espiões' militares para Afeganistão

Célula do Centro de Informações e Segurança Militares parte já no Outono.

O ministro da Defesa anunciou ontem que as Forças Armadas vão enviar uma célula de informações para o Afeganistão, quando se fizer a rotação do actual contingente militar destacado em Cabul.

Augusto Santos Silva falava durante a visita à Academia Militar do Exército, na Amadora, onde inaugurou novos alojamentos para os cadetes daquele ramo militar e da GNR.

O envio da meia dezena de militares do Centro de Informações e Segurança Militares (CISMIL) do Estado-Maior General das Forças Armadas vai ocorrer em Setembro ou Outubro, quando a companhia de comandos for substituída em Cabul por um terceiro grupo de formadores (reduzindo-se o contingente em cerca de 20% dos efectivos, para apenas 191 soldados).

Recorde-se que, em Maio, o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas qualificou a área das informações como vivendo "[n]um estado de exiguidade absoluta".

"Não temos tido, para vos dar uma ideia de um estado de menos consistência com que as informações militares foram vivendo, células de informações em nenhum dos teatros em que temos forças. Isto é sério", adiantou então o general Valença Pinto.

A célula do CISMIL vai integrar o módulo de apoio aos grupos de instrutores e formadores portugueses que ajudam a reforçar as capacidades das forças militares afegãs. Segundo a lei, compete a esse centro "a produção de informações necessárias ao cumprimento das missões específicas das Forças Armadas e à garantia da segurança militar".

Questionado sobre se teria sido possível suspender o envio da companhia de comandos na Primavera, quando já se sabia que a NATO não queria tropas de combate no Afeganistão e privilegiava a área da formação, Augusto Santos Silva respondeu: "Estas coisas, nas Forças Armadas, não se fazem com base no improviso, fazem-se com o tempo, a preparação técnica, o estudo militar e a decisão política adequadas. Nós interviemos, quando foi necessário intervir, com o reforço da componente de combate e vamos intervir, quando é necessário intervir, na componente de formação."

Sobre a Academia Militar, o ministro da Defesa realçou a excelência da formação ali ministrada, qualificando ainda "o [seu] trabalho conjunto" com o ensino superior público como "uma das linhas inspiradoras mais bem conseguidas da reforma do ensino militar".

DN

Fiat anuncia criação de duas novas empresas

Fiat anuncia criação de duas novas empresas

O gigante automóvel italiano Fiat anunciou hoje que a administração aprovou a separação em duas empresas distintas do negócio dos veículos industriais e das actividades automóveis, com o objectivo de criar um grupo global.

O plano de separação foi anunciado em Abril.

Na sequência deste anúncio, as acções da Fiat avançaram mais de seis por cento na bolsa de Milão, depois de a negociação ter estado suspensa no início da negociação.

A Fiat anunciou hoje que registou um lucro de 113 milhões de euros no segundo trimestre, contra um prejuízo de 179 milhões de euros no mesmo período do ano passado.

A Fiat vende automóveis das marcas Fiat, Lancia e Alfa Romeo, bem como camiões, equipamentos agrícolas e de construção.

DN

Suspenso 27 jogos por agarrar árbitro pelo pescoço

O tribunal desportivo do futebol chileno suspendeu hoje, quarta-feira, por 27 jogos o paraguaio José Pedroso, do Rangers de Talca, por ter agarrado o árbitro Marcelo Miranda pelo pescoço, após receber ordem de expulsão por conduta violenta. Veja o vídeo

A agressão ao árbitro aconteceu no passado fim-de-semana durante o jogo que deu a vitória 3-0 ao Deportes Concepción sobre o Rangers de Talca, da segunda divisão

O anúncio da sanção, que deverá ser cumprida no Chile ou em qualquer outro país, foi feito por Ángel Botto, presidente do órgão disciplinar da Associação Nacional de Futebol Profissional (ANFP).

O defesa paraguaio, que assistiu à leitura da sentença acompanhado pelo presidente do Sindicato de Futebolistas Profissionais (Sifup), Carlos Soto, anunciou que vai abandonar o clube chileno e regressar ao seu país.

A agressão ao árbitro aconteceu ao minuto 77, minutos depois de Marcelo Miranda ter mandado repetir por quatro vezes a marcação de uma grande penalidade, decisão que exasperou os jogadores do Rangers.

Na sequência de uma entrada violenta sobre um adversário, o árbitro preparava-se para sancionar José Pedroso com um cartão vermelho directo quando o jogador paraguaio agarrou o árbitro pelo pescoço.

Separado pelos seus colegas de equipa, Pedroso voltou a tentar agredir Marcelo Miranda, tendo mais uma vez sido impedido pelos outros jogadores do Rangers, que o imobilizaram.

José Pedroso disse que esta foi a terceira vez que Marcelo Miranda lhe mostrou cartão vermelho durante a época. O jogador já tinha recebido outras três ordens de expulsão este ano.

Dos 27 jogos de castigo aplicados, 20 correspondem à acção de agarrar o árbitro pelo pescoço, cinco por tentativa de agressão posterior e dois pelo cartão vermelho directo.

De acordo com as normas da FIFA, a federação chilena de futebol está obrigada a comunicar a existência do castigo e o que falta cumprir a qualquer outra federação que solicite o passe do jogador.





JN

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Primeira pagina 22-07-2010

Descobertas lentes cósmicas invulgares

Representação de um quasar

Investigadores do California Institute of Technology (Caltech) e da escola politécnica de Lausana, na Suíça, descobriram o primeiro caso de um quasar (um objecto muito luminoso e distante) que funciona como lente cósmica em relação a um objecto mais distante. É o chamado efeito de lente gravitacional.

Esta descoberta, dizem os astrónomos, permite uma nova aproximação à investigação sobre estes objectos, cujo brilho intenso torna muito difícil o seu estudo. "É um pouco como olhar para as luzes intensas dos faróis de um carro e tentar decifrar a cor dos aros em volta das luzes", explicou Frédéric Courbin, de Lausana, e principal autor do estudo, que foi publicado na Astronomy & Astrophysics.

Graças a esta descoberta, os astrónomos podem agora "medir a massa das galáxias que se hospedam nos quasares", como explicou a equipa.

DN

Cientistas descobriram segredos da Mona Lisa

A Mona Lisa e outros seis retratos pintados por Leonardo da Vinci revelaram novos segredos graças a análises realizadas por cientistas franceses, que detalham a composição e a grossura das camadas de pintura.

Segundo esse estudo, divulgado pela agência France Press, nesses retratos o autor aplicou camadas muito finas de pintura para amenizar os contornos e suavizar as transições entre a sombra e a luz nos rostos dos personagens, uma técnica é conhecida como «sfumato».

Sete quadros de Leonardo da Vinci foram analisados «sem extracção de amostras, directamente nas salas de museu do Louvre» (A Anunciação, A Virgem das Rochas, La Belle Ferronnière, La Gioconda ¿ Mona Lisa, São João Batista, Baco e Sant' Anna, a Virgem e o menino).

Os pesquisadores do laboratório do Centro de Pesquisas e Restauração dos Museus da França se concentraram nos rostos, que são o elemento mais emblemático da técnica do «sfumato» aplicada pelo pintor renascentista.

O estudo revela que, para conseguir as sombras, o pintor utilizou várias técnicas, que se caracterizam pelo uso de finíssimas camadas de veladura translúcida.

TVi24

Governo «dá» portáteis à PSP e GNR

O Ministério da Administração Interna gastou quase um milhão de euros na aquisição de 1100 computadores portáteis que, esta segunda-feira, distribuiu às forças de segurança para que possam ter acesso imediato a informações policiais e criminais dos cidadãos, escreve a Lusa.

Até agora, existiam 750 viaturas equipadas com portáveis e com o sistema informático que permitiu, nos últimos três anos, registar 833 109 autos, no âmbito do programa «Polícia em Movimento», que começou em 2007.

Hoje, o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, entregou mais 1100 portáteis à PSP e GNR, que passam a ter acesso automático aos dados dos condutores em tempo real.

«Estes computadores são utilizados nas viaturas policiais e servem para verificar infracções» possibilitando uma «ligação imediata a várias bases de dados» que permitem conhecer o processo contraordenacional e a informação criminal, sublinhou Rui Pereira.

Além de «tornar mais fácil a acção da polícia», o programa «Polícia em Movimento» vai «dar segurança ao cidadão» ao «prevenir ilícitos».

TVi24

Escolas secundárias de Viseu não tiveram más notas a Matemática


Quase 50% dos alunos do 9.º ano tiveram nota negativa no exame nacional de matemática, na primeira fase. Mas se a nível nacional, os resultados não foram satisfatórios, em Viseu, o cenário bem melhor.
A Escola Secundária Emídio Navarro (ESEN) foi um dos estabelecimentos de ensino que parece ter sido a excepção que confirma a regra. "É a primeira vez que temos exames nacionais do 9.º ano e o resultado foi francamente positivo", revelou ao Diário de Viseu Carlos Monteiro, director da escola, acrescentando que das duas turmas do 9.º ano "apenas três ou quatro alunos chumbaram".
Depois de considerar péssimos os resultados a nível nacional, Carlos Monteiro diz que o exame não tinha um elevado grau de dificuldade, associando as más notas talvez à falta de prática dos alunos.
"Talvez os alunos ainda não estejam habituados a exames nacionais", frisa, avançando também a hipótese da preparação para a prova não ter sido a mais correcta. "Às vezes, perguntamos se correu bem e respondem que não, mas que também não estudaram", adianta.
Contudo, a diminuição do grau de exigência, não lhe parece a resposta mais adequada ao problema: "depois, acaba por se reflectir no Secundário em alunos que ficam mal preparados e até acabam por fazer escolhas erradas".
Outro factor apresentado pelo director da ESEN para o insucesso prende-se com o ano de escolaridade frequentado. "Se fosse um 12.º ano, em que os exames são completamente decisivos para entrada em universidades, provavelmente existiria maior preocupação por parte dos alunos, aliado a um maior empenho".
Também na Escola Secundária Alves Martins (ESAM), este foi o primeiro ano em que se realizaram exames nacionais do 9.º ano - e os resultados foram muito positivos.
"Temos duas turmas, são 47 alunos no total e relativamente à Matemática houve apenas 20% de negativas", revelou ao Diário de Viseu fonte da ESAM.
"Acho que não podemos falar de desinteresse. A maioria dos alunos anda cá para estudar. É verdade que continua a haver alunos que andam a passear os livros, mas a maioria é empenhada e continuamos a ter alunos muito interessados", diz, por outro lado, José Manuel Rodrigues, adjunto da direcção da Escola Secundária de Viriato.
O responsável admite ter havido dificuldade moderada no exame da 1.ª fase, característica que não se verificou no da 2.ª fase. "O exame da 2.ª fase era muito mais fácil", constata. Contudo, se esta opção de facilidade, para obter sucesso, for adoptada no futuro, José Rodrigues não concorda. "Acho que não se pode abdicar do grau de exigência. Não acredito que no próximo ano lectivo, os exames possuam um grau de exigência mais baixo só para não existirem maus resultados", diz, acrescentando que "quem realiza os exames sabe o que está a fazer".
Faz ainda referência a um programa que está a ser desenvolvido pela escola, aplicado na Matemática e que, acredita, está a dar resultados. "O plano específico de Matemática permite mais horas de trabalho na disciplina, o que acaba por ajudar numa melhor preparação", enfatiza. Termina com a ideia que os alunos ainda continuam a encarar a Matemática como o 'monstro' das disciplinas mas, na sua opinião, "Matemática não é uma coisa que tenha que se gostar, é uma coisa que tem que se saber", explicando que "a escola não é uma preparação para a vida, é a vida. E na vida há muitas coisas que não gostamos, mas com as quais temos que lidar".

DV

"Burro voador" caiu no mar

Um burro usado numa campanha publicitária não se deu bem a voar e acabou, ferido, por ser resgatado do mar. Veja o vídeo

A situação até poderá ter sido cómica para alguns turistas, mas não o foi para burro. Enquanto sobrevoava a praia de Golubitskaya, na Rússia, o burro zurrou de medo e correu mal o golpe publicitário. O burro acabou na água, ferido, e teve de ser ser regatado pela polícia regional.

A ideia de pôr um burro a voar foi de um grupo de empresários russos, detentores da praia privada, que fizeram a campanha publicitária com a intenção de atrair banhistas. A julgar pelo choro das crianças que estavam no areal, a ideia não teve muito sucesso.

Larisa Tuchkova, porta-voz da polícia regional conta que “ninguém tinha inteligência para chamar a polícia” e que, em vez disso, preferiram chamar jornalistas para presenciar o voo do animal.

As autoriadade vão avançar com uma queixa de crueldade contra animais, que pode levar a uma pena de prisão até dois anos para os organizadores do insólito momento.



JN

Preso por roubar 42 cêntimos

Um homem foi preso na localidade de Yukon, em Oklahoma, Estados Unidos, acusado de roubar 50 centavos (cerca de 42 cêntimos) do carro de uma mulher, escreve o jornal brasileiro «Globo».

Tyler Challis foi apanhado em flagrante dentro do carro pela proprietária do mesmo. Na altura, o jovem alegou que se enganou no veículo. Queria devolver uns Cds a um amigo e confundiu os carros. No entanto, acabou por fugir, quando a mulher insistiu. Um vizinho que assistiu a tudo chamou a polícia e perseguiu o suspeito.

Quando foi detido pelas autoridades, Challis confessou que tinha roubado os 42 cêntimos do carro.

TVi24

ADN revela rãs extintas

ADN revela rãs extintas

Genética permitiu descobrir novas espécies de rãs dizimadas pela doença.

A bióloga Karen Lips, da Universidade de Maryland, identificou 63 novas espécies de rãs no Parque Nacional de Omar Torrijos, uma zona de floresta tropical into-cada no Panamá de 1998 a 2004. Mas a par dessa descoberta, a bióloga e a sua equipa, do Smithonian Tropical Research Institute, no Panamá, começaram a aperceber-se de um outro fenómeno de sinal de contrário: uma parte dessas espécies estava a desaparecer a um ritmo alarmante. Usando técnicas da genética, os investigadores descobriram agora que entre as rãs já desaparecidas estavam cinco espécies novas, que ainda não tinham sequer sido descritas. E que agora também já não serão. O estudo é publicado hoje na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

A bióloga da universidade de Maryland decidiu lançar um programa de monitorização no Panamá depois de uma espécie emblemática da Costa Rica, o sapo-dourado (Bufo periglenes), ter desaparecido sem deixar rasto. Aparentemente, foi por causa de um fungo chamado chytridiomycosis, ou fungo cítrico, que é devastador para os anfíbios, que o sapo dourado se extinguiu. E observações feitas pelos cientistas no terreno confirmaram os piores receios: o fungo está na América Central e avança à velocidade de 30 quilómetros ao ano.

Das 63 espécies de rãs identificadas pelos biólogos no Panamá, 25 já desapareceram devido ao fungo cítrico. Apesar dos esforços feitos nesse sentido, nenhuma dessas 25 espécies é avistada desde 2008. Mas a essas 25 é preciso acrescentar, afinal, outras cinco, que só por técnicas genéticas a equipa conseguiu identificar.

"É tristemente irónico que estejamos a descobrir novas espécies a uma velocidade quase idêntica àquele a que elas estão a desaparecer", afirmou Andrew Crawford, co-autor do estudo, sublinhando que "os nossos dados revelam novas espécies neste local, apesar de ele estar bem estudado, mas as observações também mostram que muitas das novas espécies para ciência já desapareceram".

DN

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Primeira pagina 21-07-2010

População em pânico devido a fogo florestal


Um incêndio florestal, registado no sábado passado na zona de Guimarães de Tavares (Mangualde) e que rapidamente alastrou a outras localidades, semeou o pânico entre os habitantes de Matados, na freguesia de Chãs de Tavares, ao colocar em perigo residências

Um fogo de grandes dimensões, que colocou em perigo, casas, pastagens e palheiros, deixou a população de Matados, na freguesia de Chãs de Tavares (Mangualde), perto do desespero, já que foram obrigados a combater as chamas até à chegada dos bombeiros, que, na mesma altura estavam a combater mais três fogos no concelho.
"Se não lhe acudíamos ardia a casa", desabafou Marisa Santos, moradora em Matados onde o fogo se aproximou perigosamente das habitações. De acordo com os populares, a situação apenas se tornou desesperada, porque os bombeiros demoraram a chegar ao local.
O presidente da Câmara de Mangualde, João Azevedo, deslocou-se ao local para acalmar os ânimos e lembrou que os bombeiros estavam a combater quatro incêndios ao mesmo tempo, o que criou algumas dificuldades em deslocar os meios necessários para os diversos focos.
No combate aos incêndios estiveram mais de uma centena de bombeiros, além de 12 militares do GIPS, apoiados por 24 veículos e cinco meios aéreos.

DV

Entrada em vigor de quotas para trabalhadores imigrantes

Entrada em vigor de quotas para trabalhadores imigrantes

O Reino Unido tem em vigor a partir de segunda-feira, um sistema provisório de quotas a trabalhadores imigrantes de fora da União Europeia, que implicará a redução de cerca de 1300 vistos para pessoas qualificadas.

De acordo com o sistema anunciado em maio, será reduzido o número de imigrantes qualificados (categoria 2 numa escala de cinco), mesmo com ofertas de emprego, a ser autorizada a residência no país em cerca de seis por cento.

Ou seja, nos próximos nove meses que decorrem até Abril, o número deverá situar-se perto dos 24.100, o que corresponde a menos 1300 do que no mesmo período do ano passado.

A selecção será feita com base numa escala de pontos, atribuídos de acordo com as respectivas qualificações.

No final deste período de experiência, será aplicado um sistema definitivo, que terá em conta os resultados da consulta pública em curso aos empresários britânicos.

O sistema que hoje passa a ser aplicado determina também um limite para o número de trabalhadores altamente qualificados (categoria 1), que inclui empresários e investidores.

Todavia, esta quota não deverá ter efeito porque é equivalente ao número registado no ano passado.

Desportistas de alto nível, líderes religiosos e artistas serão isentos destes constrangimentos.

A ministra do Interior, Theresa May, negou o perigo de consequências para a economia e invocou a necessidade de combater os impactos sociais negativos.

"Este Governo acredita que o Reino Unido pode beneficiar da migração mas não de migração sem controlo", afirmou em maio.

De fora deste sistema ficam os trabalhadores dos países da União Europeia, que beneficiam da liberdade de circulação e trabalho.

DN

Noiva atrasada tem acidente e é detida pela polícia

Uma noiva de Boston, nos Estados Unidos, atrasada para o seu casamento, forçou a passagem entre dois veículos: um camião de entregas e um autocarro de turismo. O acidente aconteceu na passada terça-feira e a noiva acabou detida pela polícia, escreve o jornal «Globo».

No carro com a noiva, que conduzia o carro, estavam duas mulheres e todas abandonaram o automóvel pela bagageira. Segundo algumas testemunhas no local, a condutora forçou a passagem entre os dois veículos de maior dimensão, devido à pressa e acabou «presa» entre os dois.

No entanto, a versão da noiva que não chegou a ser «mulher» é diferente. Ela garante que foi o autocarro com turistas que embateu no seu veículo.

TVi24

Telescópio descobriu 25 mil asteróides

Telescópio descobriu 25 mil asteróides

Um dos mais recentes telescópios da agência espacial norte-americana (NASA) descobriu 25 mil novos asteróides em apenas seis meses. Nenhum representa uma ameaça para a Terra, apesar de 95 serem considerados "próximos da Terra", o que, em linguagem de astronomia, significa que estão a 48 milhões de quilómetros do nosso planeta.

Apelidado WISE (Explora- dor de Infravermelhos de Largo--Espectro, na sigla em inglês), o telescópio terminou ontem o seu primeiro exame da totalidade dos céus, devendo começar imediatamente um novo. O que este telescópio tem de especial é a capacidade de ver através de véus impenetráveis de pó, detectando o calor dos objectos que são invisíveis aos outros. "A maioria dos telescópios foca-se nos objectos mais quentes e brilhantes do universo", disse à AP Richard Binzel, do Instituto de Tecnologia do Massachusetts. "O WISE é especialmente sensível a ver o que é frio e escuro, os objectos furtivos do universo."

Os elementos da missão estão muitos satisfeitos com as descobertas, lembrando que este é um projecto de 270 milhões de euros. Até ao final do ano, os cientistas esperam ter um verdadeiro censo cósmico de milhões de novos objectos. O WISE também já detectou 15 novos cometas.

DN

Agência regista bens para vir buscar depois da reincarnação

Por vezes tem a sensação que já teve mais dinheiro na conta, ou que aquele palácio já foi seu? Ou até que aquele carro de alta cilindrada já foi guiado por si?

Se todas as respostas foram «sim» é provável que seja cliente da Reincarnation Bank, a agência bancária perfeita para quem se lembra de vidas passadas.

Segundo conta o «R7 - Notícias», o novo banco tem como missão guardar os bens materiais dos clientes e garantir que eles, na próxima vida, possam retirá-los com toda a segurança.

É um sistema seguro para os clientes, informao site link externo, já que na área do cadastro, o cliente deve passar dados obrigatórios como nome, endereço, propriedades, viaturas, móveis, dinheiro guardado em bancos, jóias e o total estimado em bens.

Resta dizer que ainda não há registo de clientes satisfeitos.

TVi24

A 'Torre de Babel' de Foz Côa

A  'Torre de Babel' de Foz Côa

No Castanheiro do Vento ter-se-á erguido "uma grande torre" há quatro ou cinco mil anos.

As escavações arqueológicas no Castanheiro do Vento, concelho de Vila Nova de Foz Côa, estão a revelar uma colina monumentalizada com um possível observatório, afastando a ideia de se tratar de povoados fortificados da Idade do Cobre.

"O paradigma aqui presente altera a ideia funcionalista de isto serem povoados fortificados", pois os habitantes de então "não construíam estas células para se defenderem, mas como uma fonte de referência identitária no território", afirma Vítor Oliveira Jorge, o arqueólogo responsável pela escavação.

No topo da colina, transformada desde há cinco mil anos "numa espécie de labirinto de construções em forma de flor, como que representando o Cosmos", ter-se-á erguido "uma grande torre, que lembra a de Babel", acredita Vítor Oliveira Jorge.

A comparação parte da ideia de que uma suposta elevação de argila, "assente numa grande estrutura em pedra de xisto", poderá "ter servido de observatório", num local cuja história é hoje desvendada por voluntários de várias línguas e países, disse à Lusa.

Vítor Oliveira Jorge, professor da Faculdade de Letras do Porto, recorda a existência de uma "sociedade sem escrita" que através da construção arquitectónica "quis deixar algo ali que ficasse na memória", num processo "consciente de construção de identidade", sustenta.

"Uma sociedade cuja tensão entre as comunidades certamente existiria mas onde o que estava em causa era um processo de constituição de identidade", diz.

"Era uma população que começava a sentir a necessidade de viver um universo simbólico, numa narrativa colectiva", afirma Vítor Oliveira Jorge, equiparando este processo com "a necessidade que hoje temos em pertencer a agremiações e clubes".

A época em causa - entre três e dois mil anos antes de Cristo - marca o "começo do apego à terra que não existia no Paleolítico" e a "transição para sítios de reunião imponentes", explica o também presidente da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnografia (SPAE).

"Para aqui, sobretudo, trazia- -se coisas", referindo os milhares de moinhos manuais, percutores de pedra, machados polidos ineficientes e milhares de fragmentos cerâmicos que ali foram encontrados, afirma.

"Num certo sentido, trata-se de um protomuseu, com protovitrinas, um lugar de memória da época", preconiza Vítor Oliveira Jorge.

A escavação arqueológica supõe uma utilização do local como "mercado, feira ou sítio de troca, de pessoas, de bens e informações, e de reforço dos laços sociais", e não o povoado em si mesmo, acredita.

Desde 1998 que se efectuam escavações neste sítio da freguesia de Horta do Douro, numa cooperação da Universidade do Porto com outras universidades estrangeiras, e o Instituto Politécnico de Tomar, em parceria com a Associação Cultural Desportiva e Recreativa (ACDR) de Freixo de Numão.

DN

terça-feira, 20 de julho de 2010

Primeira pagina 20-07-2010

Empregados, precisam-se!

Empresas sem mãos a medir com encomendas

Panificadores e empresários da indústria do calçado queixam-se da falta de mão-de-obra.

A elevada taxa de desemprego que se regista em Portugal, já nos dois dígitos, sugere que o trabalho é um bem cada vez mais escasso, reservado apenas aos mais afortunados. No entanto, e contrariando todas as estatísticas, há sectores no nosso país que se queixam de atravessar graves dificuldades económicas devido à... falta de trabalhadores.

Segundo apurou o DN, sectores como a panificação ou a indústria de calçado - mas também algumas empresas especializadas da área dos têxteis - estão a sofrer com a falta de mão-de-obra, numa altura em que as empresas mais precisam de produzir para conseguir ultrapassar a crise, transversal a todas as áreas de negócio.

Frustrados com a falta de candidatos para preencher os cargos que os seus sectores precisavam para produzir a 100%, os empresários destas áreas apontam o dedo às mentalidades dos desempregados e às formações profissionais organizadas pelos centros de emprego como a principal causa para haver tanta falta de pessoal disposto a trabalhar.

De acordo com os dados mensais disponibilizados pelo Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP), quase metade das ofertas de trabalho que todos os meses chegam aos centros de emprego ficam por preencher. Das 11 449 ofertas de emprego que o instituto recebeu ao longo do mês de Junho, apenas 6261 resultaram em colocações, tendo ficado por preencher 5188 ofertas, 46% do total de ofertas.

Este é um cenário que se tem repetido ao longo de todo o ano, apesar de o IEFP ter na sua base de dados o registo de mais de 550 mil desempregados. Segundo apurou o DN, a explicação para a s discrepâncias entre o número de ofertas tem várias explicações possíveis. A questão geográfica é uma destas razões: muitas das ofertas que chegam ao IEFP não encontram candidatos que correspondam às características pretendidas nas áreas em que são efectuadas. Por outro lado, há ainda a questão da falta de qualificações dos desempregados para preencher as ofertas que surgem, um problema que se associa às diferenças entre os salários oferecidos e o valor dos subsídios de desemprego.

DN

Animais em risco de extinção renascem em Chernobyl

Animais em risco de extinção renascem em Chernobyl

O desastre em Chernobyl equivaleu a 400 bombas iguais à de Hiroshima. As radiações depositaram-se na região. Os humanos tiveram de sair e os animais reclamaram o seu espaço. Uns falam em paraíso na Terra, outros que as radiações prejudicam a fauna e flora.

Imagine-se um lugar sem pessoas, sem pesticidas, sem indústria, sem trânsito, onde os animais vivem em total liberdade e reclamam aquilo que um dia chegou a ser deles. Esse lugar existe: é numa zona que abrange a Ucrânia e a Bielorrússia, mas só é assim porque, em 1986, ocorreu lá o maior desastre nuclear de sempre. A radiação de Chernobyl, que impediu os humanos de voltarem à região, não afectou o espírito curioso dos animais, que invadiram as cidades e as casas onde as pessoas viviam. Há até 14 espécies em vias de extinção que estão a usar esta região livre de pessoas para renascerem.

No dia 26 de Abril de 1986, o quarto reactor da central nuclear de Chernobyl, no norte da Ucrânia, explodiu, o que resultou na libertação de material radioactivo e a subsequente evacuação da região. Mais de 135 mil pessoas tiveram de abandonar as suas casas. O que não fez caso foi a fauna (e também a flora) que, sem humanos, também não tinha quem a impedisse de vaguear à vontade pela zona. Foi assim que surgiu o boom de biodiversidade na região.

Animais como o lince, bufos- -reais, garças-brancas, cisnes, ursos e lobos introduziram-se na zona deserta próxima de Chernobyl. Sem quem os cace, os lobos formaram matilhas. A cadeia alimentar fortaleceu-se, pois tudo voltou ao ritmo normal da natureza. Voltou a ver-se javalis na zona, e até os cisnes voltaram para nidificar. Vendo tal biodiversidade, o homem resolveu dar uma ajuda e introduziu lá animais. O caso de maior sucesso é o do cavalo de Przewalski, o equídeo mais próximo do cavalo original, que transportou as tropas de Átila, o Huno, e que estava em perigo de extinção. Aliás, foram 14 as espécies em perigo que conseguiram reaparecer na região "nuclear". Na Bielorrússia, a zona foi já considerada, oficialmente, reserva natural.

Apesar disso, há quem considere que as radiações estão a prejudicar a fauna e a flora - estudos indicam que são precisos 900 anos para eliminar qualquer rasto de partículas nucleares de Chernobyl. Os vários estudos são inconclusivos, mas... os animais não se importam.

DN

Moçambique: Frelimo quer mudar Constituição

Moçambique: Frelimo quer mudar Constituição

Forças da oposição acusam partido do Governo de pretender abrir caminho a um terceiro mandato do Presidente Guebuza.

A Frelimo, com maioria de dois terços na Assembleia da República, já decidiu: na próxima sessão do parlamento, em Outubro, vai propor mexidas na Constituição moçambicana. O anúncio está a agitar os partidos da oposição.

Margarida Talapa, chefe da bancada e uma das figuras mais influentes do partido no poder há 35 anos, em Moçambique, não foi precisa no anúncio da intenção da sua formação política de rever a lei fundamental. Ganham novamente terreno os receios de alguns círculos políticos do país de que a Frelimo quer fazer uso da sua posição no Parlamento para mudar a Constituição, de modo a permitir um terceiro mandato do Presidente Armando Guebuza.

Talapa, em digressão parlamentar em Nampula, principal círculo eleitoral de Moçambique com 48 dos 250 assentos parlamentares, justificou dizendo que a intenção do "batuque e maçaroca" é adequar o texto à actual situação do país. Argumentou que o país observou, nos últimos tempos, um grande salto do ponto de vista sócio-económico e que, por isso, a Constituição deve ajustar-se à relidade. Segundo a Frelimo, o Governo precisa de mais poderes para agir. Isso requer que esteja preceituado na lei fundamental.

Reagindo às pretensões da Frelimo, António Muchanga, membro sénior da Renamo, a segunda força política do país com 51 assentos no Parlamento, e membro do Conselho de Estado, diz não ser relevante a revisão do texto, "a não ser por ambições políticas, e por se pretender mudar o xadrez no sistema de eleição do Presidente da República".

"Já mexemos na Constituição em 2004. Porquê novamente agora?", questionou, acrescentando que a preocupação fundamental deve ser consolidar o conhecimento do seu conteúdo por parte dos cidadãos "e não passarmos a vida a mudar".

"Espero que a Frelimo não entre em clivagens que levem à destruição de tudo que construímos até agora em termos de democracia", acrescentou.

O secretário-geral do Movimento Nacionalista Moçambicano (Monamo), o advogado Máximo Dias, é pela correcção do que chamou de "aspectos pontuais", mas "sem mudar a essência" da Constituição. "As liberdades democráticas não devem ser modificadas ou diminuídas sob risco de eu voltar a saltar a fronteira", disse o ex-candidato às presidenciais nas primeiras eleições multipartidárias moçambicanas de 1994, ganhas por Joaquim Chissano.

DN

No rasto do caracol

No  rasto do caracol

Há quem não entenda a paixão. Outros desconhecem o sabor. Alguns não podem ouvir o nome sem sentir náusea. O facto é que caracóis rimam com Verão, e as estimativas apontam para o consumo de 42 mil toneladas por ano em Portugal.

Uma caracoleta bebé tem o tamanho da ponta de um alfinete e pesa 0,032 gramas. No primeiro mês, tem predilecção pela couve-nabo, mas logo passa a devorar "farinha" - uma ração que mistura proteína, gordura, cinzas, cálcio e fósforo, além de vitaminas, como a E e a D3. As caracoletas de criação dividem o metro quadrado com outras 300, em canteiros de 44 metros onde coabitam 60 mil. No Verão levam quatro meses a crescer, a chegar ao ponto da reprodução ou da panela. No Inverno, o ciclo dura seis meses. Mesmo em viveiro, muitas são as ameaças à vida de uma caracoleta: o pulgão das couves, os pirilampos, os grilos, as moscas, os ácaros, os pássaros gaios ou as ratazanas. Há que combatê-los a cada 15 dias com a aplicação de agrotóxicos. Notívaga, a espécie Hélix aspersa máxima adora água e ganha seis regas por dia. No mundo das caracoletas, a temperatura média é de 25 graus e a humidade ideal, de 70%.

"As caracoletas podem ser retiradas quando o rebordo está formado. Ou seja, está rijo, com cor e textura diferenciada do restante da casca. São colhidas uma a uma e passam quatro dias na purga, em que não são alimentadas e libertam líquidos de modo a garantir a sua higiene e qualidade. Então, elas reduzem os batimentos cardíacos e entram em estivação no Verão e hibernação no Inverno. Podem estar um mês nesta condição, e nessa altura pesam em média 24 gramas", explica Ana Ferreira, proprietária da Active Garden.

Os amigos riram-se quando Daniel Oliveira, então a cursar Engenharia Alimentar, confessou o sonho de criar caracóis. Ignorou-os, e nos últimos anos da faculdade dedicou--se a pesquisar sobre estes animais. Concluiu o curso com uma monografia sobre o tema e conquistou a mulher para o negócio. No princípio de 2009, instalaram a Active Garden em Merceana (perto de Torres Vedras). "A proximidade do mar, o vento e o solo arenoso da região são bons para a criação do caracol. A espécie que criamos é conhecida como 'caracoleta'. Em Portugal não há criação dos 'caracolinhos', os pequeninos e mais consumidos, estes são selvagens e vêm de Marrocos. A perda no cultivo é de cerca de 30%. Além do espaço necessário para se criar o caracolinho, é um investimento que não faz sentido", aponta Daniel.

A maior parte da produção nacional de caracoletas é exportada para a França e a Espanha, onde é aproveitada também pela indústria alimentar, vendida já cozida ou em preparados como o paté. "A caracoleta é um alimento e estamos preocupados com a sua qualidade, fazemos análise externa laboratorial de cada lote a ser comercializado, para além de análises regulares da água e do solo. Planeamos produzir os bebés e introduzir produtos como o caviar de caracol, muito apreciado na França", planeia Daniel Oliveira.

Entre a colocação dos bebés no canteiro e a sua colheita, as tarefas num campo de caracoletas exige atenção diária. A vida dos criadores passa-se entre a rega, a distribuição da farinha, o plantio da couve, a conservação da estufa... Ana diz sofrer quando encontra um bicho morto, e garante não sossegar até descobrir o motivo. Confessa saboreá-los em qualquer altura do ano. "Preparo caracoleta de cebolada. Depois de lavadas e cozidas, retira-se da casca e refoga-se com cebola, chouriço e cogumelos, a acompanhar por batatas fritas. Ou então arroz de caracoletas", sugere

DN

ATL proibido de servir mais do que 30 refeições

ATL proibido de servir mais do que 30 refeições

União das Misericórdias indignada com aviso da Segurança Social.

Uma instituição do distrito de Aveiro recebeu uma carta da Segurança Social a avisar que não podia dar refeições a mais de 30 crianças. Correndo o risco de perder os apoios da Segurança Social por dar de comer a mais crianças carenciadas, adianta o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel de Lemos.

Na carta, o centro distrital da Segurança Social refere que "a prestação do serviço de refeições a utentes extra acordo, configura um serviço de catering, para o qual não detém o respectivo licenciamento". Ou seja, que se o Ateliê de Tempos Livres (ATL) servir mais do que as 30 refeições fixadas no acordo, pode perder os apoios pois está a fazer um serviço para o qual não está autorizada.

Manuel de Lemos revela que na instituição em causa já houve dias em que tiveram de servir mais de 30 almoços às crianças. "As pessoas esquecem-se que os utentes da instituição são crianças e muitas delas com fome. E depois deste ofício não vamos poder dar mais de 30 refeições", refere.

O número de refeições pagas é estipulado no contrato anual que as Misericórdias estabelecem com a Segurança Social. Como o ATL em causa tem 30 crianças inscritas é esse o limite de apoios dados. No entanto, o presidente da UMP garante que "já têm aparecido mais quatro ou cinco crianças".

Revoltado com este ofício, Manuel de Lemos não poupa críticas: "Este aviso é um sinal da cegueira e da irresponsabilidade social próprio de a quem a crise ainda não bateu à porta". E acrescenta que esta situação mostra que se "estão a ser ultrapassados os limites do bom senso".

O representante das misericórdias adianta que percebia a situação se estivesse em causa o dobro das refeições, uma vez que poderia ser questionada a capacidade da cozinha de fazer todas as refeições. No entanto, garante que os termos usados no ofício nunca deveriam ser aqueles. "Referem que ao ultrapassar os almoços acordados estamos a fazer um serviço de catering, como se estivéssemos a vender as refeições", aponta Manuel de Lemos.

No mesmo ofício, a Segurança Social avisa a instituição que os almoços durante o tempo de aulas vão passar a ser servidos nas escolas e pagos pelas autarquias. Mas que durante as férias escolares serão os ATL a servir os almoços, "sem receber o valor das refeições", refere Manuel de Lemos.

Ainda assim, Manuel de Lemos sublinha que este não é o problema maior. "O que nos interessa é alimentar as crianças que não têm outras refeições", diz.

DN

Bateu com o carro numa árvore enquanto fazia sexo

Uma norte-americana de 23 anos foi presa em Vineland, no estado da Nova Jersey, por se ter envolvido num acidente e viação enquanto praticava sexo oral num condutor. A notícia é avançada pelo canal de televisão «Fox».

Não foi tanto o acidente ou o acto sexual que levaram as autoridades a deter a jovem, mas antes as falsas declarações que prestou às autoridades. É que, inicialmente, ela recusou-se a admitir que estivesse a praticar sexo no carro em andamento e argumento que lhe tinham roubado o veículo.

Mas os polícias desconfiaram e, pressionada, ela admitiu que tinha saído com um homem para ter sexo e que ele estava a conduzir durante o acto. Mas recusou-se a revelar o nome do homem.

TVi24

Mulher de 108 anos reencontra marido de 38 após um ano separados

Uma mulher da Malásia, com 108 anos, reencontrou-se com o marido, esta semana, depois de um ano de separação. O detalhe, avança a France Presse, é que o marido tem apenas 38 anos.

Ainda de acordo com a France Presse, o homem esteve internado durante um ano num centro de reabilitação para toxicodependentes para fazer tratamento. O reencontro aconteceu na última quinta-feira.

«Estou feliz que meu marido tenha voltado. Estou feliz que estamos juntos novamente, porque gosto muito dele», disse a mulher a um jornal local citado pela France Presse.

«Voltaremos a nossa vida normal e cumprirei com meu dever de esposa, como qualquer outra mulher», prometeu.

Wook Kundor casou-se com Muhamad Nur Che Musa, 70 anos mais novo, em 2006. Era o 23º casamento de Wook.

TVi24

Portugueses e brasileiras lideram casais mistos

Maria Inês e Manuel casaram-se este ano, depois de uma 'série de  felizes coincidências' e de muitos 'e-mails' e mensagens

Em 2009, realizaram-se 4634 casamentos de portugueses com estrangeiros, 11,5% do total das uniões.

Maria Inês Salla e Manuel Varanda casaram-se em Abril. Uma brasileira que veio a Portugal de férias e que aqui encontrou "o grande amor". "Não vim aqui para me casar", garante, embora reconheça que existem muitas conterrâneas que "dão o golpe" para conseguirem a legalização. Em 2009, as uniões entre portugueses e brasileiras constituíram 48% dos casamentos mistos, a que se somam 11% de brasileiros com portuguesas, num total de 4634.

As uniões oficiais entre portugueses e cidadãos estrangeiros diminuíram no último ano, seguindo a tendência da população portuguesa em geral. Mesmo assim, significam 11,5% do total. E continuam a ser os homens portugueses que mais se casam com estrangeiras, sobretudo com brasileiras (2216). Seguem-se as esposas do Leste europeu, em particular as ucranianas (76) e as russas (54), mas num número bastante inferior às oriundas do Brasil. E embora esta seja a comunidade com mais imigrantes no País (116 220, seguindo-se os ucranianos com 52 293), a proporção das que se casam com nacionais é bem superior.

"Muitas casam-se para ter os papéis. Só percebi isso quando comecei a tratar da documentação para o meu casamento e as pessoas diziam que me tinha saído a sorte grande. A minha realidade é outra. Tinha uma boa vida no Brasil, um apartamento em São Paulo e outro na praia, mas amo o meu marido e isso é que é importante", diz Maria.

Conheceram-se no dia 10 de Janeiro de 2009 e casaram-se 15 meses depois. E, na sua história de amor, surge uma série de coincidências que a fazem acreditar que estavam "destinados" um para o outro. Maria, 48 anos, licenciada em Propaganda e Marketing, e Manuel, 54, pasteleiro, estavam ambos divorciados há dez anos e com filhos já adultos. Ela tem dois, ele três e uma neta.

Maria vivia no Brasil. Iniciou viagem em finais de 2008, acompanhada pela filha, com destino a Inglaterra, onde estava o filho, e com passagem por várias países, nomeadamente por Portugal. Queria fazer o percurso do irmão, que aqui morrerra em 1982. Ficou na casa de um primo e, no segundo dia da visita, cruzou-se com o Manuel. "Chamou-me a atenção", recorda Maria.

Entretanto, acabou por não seguir viagem para Inglaterra porque caiu na estação de metro da Baixa-Chiado. "A minha filha seguiu, o meu primo também viajou, e, como fiquei sozinha, decidi fazer limpezas. Meti todos os aparelhos eléctricos a funcionar e pegou fogo. Corri para o apartamento em frente a pedir ajuda e quem me abriu a porta foi o Manuel". O vizinho tranquilizou-a, e, mais tarde, ela viajou para o Brasil, deixando-lhe um cartão de agradecimentos. "Chorei muito, parecia que estava a deixar alguém para trás."

A empatia foi recíproca, percebeu depois, mas foi ela a dar o primeiro passo, escrevendo-lhe uma carta. E passaram a comunicar, e a namorar, por e-mail e mensagens.

E como é que a família do marido reagiu?

"Existe um preconceito grande em relação à mulher brasileira. E ele tinha uma pessoa próxima que trocou a mulher por uma brasileira, e, depois, ela deu o golpe e levou-lhe tudo. Estavam de pé atrás, mas quando a minha sogra me viu, foi muito carinhosa. E os filhos também me aceitaram muito bem", conta. E não tem problemas em tornar público o seu caso, "é uma prova de amor".

Os dados de 2009 do Instituto Nacional de Estatística indicam uma diminuição de casamentos de portuguesas com paquistaneses (15 contra 385, em 2008) e com indianos (23 contra 143), facto que pode ser justificado pela acção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras contra as uniões "por conveniência", proibidas por lei. No ano passado, foram desmanteladas duas importantes redes que promoviam estes casamentos.

DN

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Primeira pagina 19-07-2010

Imigrantes moldavos: saudades da simpatia e do presunto

Imigrantes moldavos: saudades da simpatia e do presunto

Portugal tornou-se num país 'vizinho' da Moldávia, não só para quem imigrou mas também para quem ficou. São a terceira comunidade do Leste por cá, onde ganham dinheiro para construir as casas no seu país, recorrendo às técnicas portuguesas. Operários que elogiam a simpatia dos portugueses, a comida, a cerveja e o café. E já se serve feijoada e polvo à lagareiro à mesa de um restaurante moldavo

Em Longanesti, as casas estão em cimento, inacabadas. Os acabamentos fazem-se à medida das remessas e das férias dos imigrantes. Casas vazias ou com crianças e velhos. A força de trabalho emigrou. É uma aldeia moldava que fica a 45 km da capital, Chisinau. Faltam infra-estruturas, caminhos alcatroados e, sobretudo, pessoas. "O dono desta casa trabalha em Portugal. Este também. Nesta casa, o marido está em Portugal e a mulher na Rússia. Estes estão em Itália. A maioria dos donos está em Portugal, no Algarve. E há um ou outro que está em Itália, Rússia, Israel... e até nos Estados Unidos e Canadá."

As ruas estão praticamente desertas. Passam crianças e jovens, a pé, de bicicleta e de carroça. Alguns transportam água por caminhos enlameados devido às chuvas recentes. A carreira deixa meia dúzia de pessoas. Isto num final da manhã de sábado. Mas durante a semana não há muito mais movimento, apenas a população jovem está concentrada na escola ou na creche locais. Mesmo assim, já foram muitos mais, diz Vasile Seciu, o nosso "guia". E lamenta: "Nasciam 80/90 crianças por ano até 1990, a partir daí começou a decrescer, agora são umas 20. Estudavam 720 alunos na escola secundária há quatro anos, agora são 620."

Em resumo: Loganesti apresenta um cenário idêntico a muitas aldeias portuguesas nos anos 60. E muitas ainda o mantêm no que diz respeito à falta de habitantes, que migraram para o litoral e para o estrangeiro. Em Portugal já não se distinguem as "casas tipo maison" das novas habitações, enquanto na Moldávia as vivendas dos emigrantes se destacam pelo tamanho, pelo traço e por estarem por pintar. Porque o que é natural é que quem deixa o país queira dar sinais de que partiu para melhor. E vai acrescentado um piso, uma divisão, um pormenor ao ritmo das poupanças. Além de que não há outras novas construções.

"E, depois, copiam-se uns aos outros. Tinham todos janelas de alumínio, mas houve alguém que as meteu em plástico e, agora, está tudo a mudar", critica Vasile Seciu.

Casas construídas segundo as técnicas e tecnologias usadas em Portugal, já que a maioria daqueles imigrantes trabalha na construção civil. Transportam um ou outro material menos pesado nas viagens de férias, mas grande parte é adquirida no próprio país. Já o recheio das casas tem muito equipamento adquirido em Portugal: electrodomésticos, aparelhos de som, lâmpadas e candeeiros, tapetes, etc.

Um contentor por abrir é mais um exemplo da influência da construção portuguesa na Moldávia. Pertence a Ceborati, que se tornou empreiteiro e que, agora, vai iniciar a actividade no país de origem.

Vasile é contabilista, empresário e político. É um dos notáveis da terra. É dirigente do partido comunista e foi presidente da junta de freguesia de Loganesti, cargo que tem esperança em recuperar nas próximas eleições. Identifica toda a gente, sabe exactamente onde é que cada um vive, conhece-lhes as histórias e as estratégias de sobrevivência. Habituou-se a ver partir as pessoas, algumas a regressar, para voltar a partir.

Conta que estão inscritos 4270 eleitores e só votaram 1600 nas últimas eleições. Um terço da população vive no estrangeiro e mais de metade em Portugal, no Algarve.

Vera Rotaru, 60 anos

Gheorge Lepadatu, 62 anos

Cinco netos, dois filhos e o marido constituem a família de Vera Rotaru, 60 anos, assistente hospitalar. Sergei Rotaru, 31 anos, é o que emigrou para Portugal, há dez anos. Actualmente, vive em Lisboa com a mulher e os dois filhos. O outro está em Itália há três anos e deixou os três filhos em Loganesti. "O Sergei saiu há mais tempo e os filhos já nasceram lá. Os outros estão comigo e o meu marido, estão a ser educados por nós. Gostava de ir visitá-los, mas também gostava que os meus filhos estivessem ao pé de mim. Só que não há condições e são obrigados a viver fora do país", lamenta Vera.

Está com a neta mais velha, a Verónica, de 11 anos, "boa aluna", orgulha-se a avó. Esperam a carreira, um veículo que parece ter décadas. A adolescente sonha em juntar-se aos pais na Itália, enquanto vai usufruindo das roupas e das mesadas que chegam pontualmente. Aproxima-se Agosto e ambas as mulheres esperam a visita dos familiares.

Não são os 62 anos de idade que fazem Gheorge Lepadatu temer as viagens e o trabalho fora do país. O que o retém na Moldávia é a falta de oportunidades no estrangeiro. "Gostava muito de conhecer Portugal, mas não tenho oportunidade. Dois dos meus filhos já lá trabalharam e dizem que é bom. Um regressou à Moldávia, o outro ficou. Vive no Sul, numa cidade junto a Espanha. Trabalha numa empresa de construção civil portuguesa mas que tem empreitadas em Espanha. Está lá há sete anos e trabalhou dois anos na Ponte 25 de Abril", conta Gheorge. Tem mais três filhas, uma das quais vive em Israel. "É melhor porque vai com um contrato de trabalho. E ganha-se mais do que em Portugal", acrescenta.

Gheorge trabalha na loja de produtos agrícolas de Vasile Seciu. Alfaias e sementes, alguns dos legumes são importados de Portugal. Têm fama na Moldávia.

As fotografias, as histórias que os filhos contam, os euros, o presunto e outras iguarias que lhes chegam, tornaram Portugal num país "vizinho".

Tatiana Luca, 43 anos

Vasile Luca, 45 anos

Nada resta do prato principal do almoço do restaurante de Tatiana Luca. Uma feijoada à transmontana que aprendeu a confeccionar nos anos em que foi cozinheira em Portugal. "Não sobrou nadinha para o jantar, gostava que provasse, para ver como estava boa", lamenta Tatiana. Fica em Singerei, a 120 km de Chisinau, a capital, terra natal de Tatiana, 43 anos. É um restaurante de preços médios, com esplanada e música ao vivo e que abriu há um ano, um sonho de imigrante tornado realidade. E, todos os dias, a ementa é feita à base da gastronomia portuguesa: "Feijoada, caldeirada, lulas recheadas, camarão, grelhados, entremeada, nunca pode faltar a entremeada grelhada." Com um ou outro prato moldavo, além das sobremesas.

Tatiana espera a visita dos patrões onde trabalhou em Portugal e a quem foi dizendo que iria abrir um restaurante com comida portuguesa. "Eu cumpri a minha parte, agora falta a deles", ri-se. O lançamento foi feito com pompa e com a presença do presidente da junta de freguesia de Singerei. Serviu arroz de marisco, arroz de polvo, lulas recheadas, camarão agridoce e filetes de espada com molho de limão. "Um sucesso!"

Voltou a Singerei em 2008, nove anos depois de ter imigrado para Portugal. "Trazíamos sempre coisas, electrodomésticos e, quando regressámos, até trouxe um presunto inteiro", revela o marido, Vasile Luca, 45 anos, Foi o primeiro a imigrar, em Fevereiro de 1999. Tatiana chegou quatro meses depois. "O restaurante é dela", sublinha.

Vasile foi militar na ex-URSS e chegou a viver na Rússia após a queda do regime comunista, a que continuam a tecer elogios. "Tínhamos casa, educação, cuidados de saúde", justificam. Tempos que lhes deram para comprar dois apartamentos, um dos quais venderam para vir para Portugal: "Tínhamos as coisas, mas não tínhamos dinheiro para as manter", explica Tatiana.

Em Portugal, ele trabalhou nas obras e ela exerceu finalmente o curso de cozinheira que tirara na Moldávia. Imigrantes com jornadas longas. "Ganhava três mil euros, fazia dois horários. Ninguém acreditava e perguntavam como é que conseguia. Consegue-se quando se tem os filhos para criar."

Os filhos, Ioan, de 24, e Radu, de 22, também viveram em Portugal, mas dizem que já não voltavam. Estão envolvidos nos negócios que os pais estão construir e a que chamam "Impierium VIRTIM", o último nome formado pelas iniciais de cada um dos quatro membros. Além do restaurante, têm uma empresa de materiais de construção e outra de táxis. "O Governo moldavo devia apostar nas pessoas que regressam. Dou emprego a 52 pessoas, a telefonista do serviço de táxis tem um curso de assistente social", sublinha Vasile.

O tecto do restaurante imita madeira, as paredes têm pinturas, murais com o mar e até uma imitação forçada do Castelo de S. Jorge. São alguns dos pormenores importados de Portugal. "Recordações. Estou a ouvir português e penso que estou em Portugal. As pessoas são muito simpáticas, riem-se muito. Portugal terá sempre um espaço no nosso coração", diz Tatiana.

Para trás fica um ou outro empregador que não cumpriu os deveres. E a pergunta que faziam constantemente a Tatiana: "Têm televisão na Moldávia?" Mas ela também vinha com imagens erradas: "Cheguei de autocarro e perguntei onde é que estavam as árvores com as bananas", conta. Recorda, ainda, uma noite em que ficou detida no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Queria saber como podia legalizar-se. "Há e têm o melhor café da Europa", acrescenta.

Entre os clientes estão muitos imigrantes que regressaram à Moldávia. "Gostava de tudo em Portugal, do sorriso, do presunto... do marisco, mas estava cansado. Trabalhava numa empresa de alta tensão no Algarve. Não faltava nada em Portugal, só faltava a minha família", repete Ioan Goras, 43 anos. Viveu no País entre 2000 e 2008, sendo que nos últimos quatro anos trabalhou em Itália e na Grécia com a empresa portuguesa. A mulher chegou a imigrar em 2001, mas regressou dois anos depois.

Ioan ganhava entre 1500 e 2000 euros por mês em Portugal. Recebe, agora, mil euros na Moldávia como taxista. "Trabalho muito. Sou eu que dou dinheiro a ganhar ao patrão!", diz, numa conversa com muitos "pá" e "estás a ver". Expressões que lhe ficaram da vida de imigrante. E ostenta um outro sinal no dedo, o anel do Futebol Clube do Porto. E à provocação "Não sabe que foi o Benfica que ganhou este ano o campeonato?", responde: "Sei, acompanho os jogos. Mas há quantos anos não ganhavam nada?"

Ruslan Delogramatic, 24 anos, taxista, Stefan Andriuta, 29, recepcionista de armazém, e Marin Urecheau, 38, pedreiro, viveram em Portugal, mas nunca conseguiram obter a autorização de residência. É Ruslan que revela ter tido o salário mais baixo na construção civil em Portugal, 800 euros, metade do que ganhavam os outros dois. "Trabalhava menos", admite. Ganham o equivalente a 200 euros na Moldávia. Têm saudades dos euros, dos petiscos, da "sardinha assada" e da "cerveja portuguesa".

Nem Portugal tem bananeiras nem faltam televisões na Moldávia. Mas faltam saneamento básico e infra-estruturas, uma das áreas que o Governo apresenta como sendo um bom investimento para as empresas estrangeiras. Os bens culturais e os transportes, por exemplo, são baratos, mas já a alimentação e o vestuário são caros. E há lojas e centros comerciais com os preços em dólares e euros. Tudo muito limpo, acético e sem clientes à vista. Junto à porta, na rua, uma anciã ganha dinheiro com uma balança, um leu por cada pesagem. Um país onde o ordenado mínimo é 55 euros e o médio, 200, mas há quem peça 50 euros à hora para fazer uma reportagem fotográfica.

A conversa é alargada. Tatiana e os outros ex-imigrantes estão agradecidos. E fazem questão de brindar: "À forma como fomos recebidos no seu país." Tatiana voltou, para receber a nacionalidade portuguesa. Para circular livremente na UE.

Leonid Busuioc, 44 anos

Elena, 17 anos, e Catalina, 21 anos, não frequentam os novos centros comerciais nem as lojas de marca da Moldávia. Mas conhecem bem a Bershka e a Zara. É onde se vestem, roupa que os pais lhes enviavam de Portugal. O país que acolheu os pais e que só conhecem em fotografia. O pai diz-lhes que "é um povo muito bom, simpático e respeitoso". Ao contrário dos moldavos, que classifica de "mais fechados". "Têm uma vida mais difícil", justifica.

O pai é Leonid Busuioc, 44 anos. Imigrou para Portugal em 2000, com um visto de turismo. Começou por trabalhar numa empresa que fazia as infra-estruturas dos terrenos para construção. Mudou quando percebeu que o patrão nunca faria um contrato para poder legalizar-se. "O salário dependia das horas, com horas extraordinárias e sábados podia receber 1300 euros/mês", diz.

Há dois anos teve um problema na vista. O trabalho começava a escassear em Portugal e a economia moldava dava sinais de crescimento. Tem uma cunhada que trabalha num hospital moldavo e achou que o melhor era regressar. Regressou ele e a mulher, Maria Busuioc, 44 anos. Vive em Gratiesti, na periferia de Chisinau. "Pensava que a vida ia melhorar, mas piorou." Acabou o trabalho como segurança de armazém, onde ganhava 150 euros por mês. Faz biscates. Está a fazer as fundações da casa de uma cunhada, emigrante na Itália. E faz melhorias na sua, que tem construído aos poucos.

A mulher voltou a Portugal o ano passado. Ganha 500 euros mensais como empregada doméstica, mas conseguiu um contrato de trabalho para ter acesso à autorização de residência. Chamará Leonid quando o processo estiver concluído. "Até vendo a casa se for preciso, não é só por mim, mas pelas minhas filhas. Estão a estudar e podem ter um melhor futuro em Portugal."
As raparigas gostam da ideia. Tem mar e centros comerciais onde há de tudo, do barato ao caro. É o que lhes contam os pais.

DN

Mundial: padre holandês suspenso por dar a missa de laranja

Um padre católico holandês foi suspenso por dar uma missa vestido de laranja no dia da final do Campeonato do Mundo com a Espanha.

O reverendo Paul Vlaar usou uma túnica laranja, decorou a sua igreja da mesma cor e, durante a cerimónia, até encarnou o papel de guarda-redes ao defender uma bola rematada por um paroquiano. O bispo de Haarlem não achou muita graça à situação e acusou Vlaar de não respeitar a natureza sagrada da Eucaristia.

Um vídeo da missa na vila de Obdam, a norte de Amesterdão, chegou ao Youtube e foi divulgado um pouco por todo o mundo, mas não impressionou Jozef Punt. Em comunicado, o bispo disse que a «missa envergonhou» a igreja na Holanda e no estrangeiro e ordenou que o padre entrasse num «período de reflexão», decretando a sua suspensão.




TVi24

África é o pior continente para os 'gays'

África é o pior continente para os 'gays'

A Argentina foi o primeiro país da América Latina a legalizar o casamento homossexual. Mas no resto do mundo não há tempo para comemorar: ainda há sete países onde a homossexualidade pode ser punida com a morte

A Argentina fez história e tornou-se esta semana no primeiro país da América Latina a autorizar os casamentos homossexuais - assim como as adopções. Mas em 76 países do mundo os gays ainda arriscam ser condenados a penas de prisão e em sete países a homossexualidade pode ser castigada com a morte. A África é o pior continente para os homossexuais, segundo um relatório da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais.

Este ano, outros dois países legalizaram os casamentos homossexuais. Portugal foi um deles, a Islândia foi outro. No dia em que a nova lei entrou em vigor, a primeira-ministra Johanna Sigurdardottir - a primeira lésbica a chegar a chefe de Governo do mundo - casou com a sua companheira, Jonina Leosdottir. Mas, em África, a atitude de outros chefes de Estado é bastante diferente. Robert Mugabe, o Presidente do Zimbabwe, disse que "gays e lésbicas são piores do que cães e porcos".

Neste continente, o tema é muitas vezes usado como arma em períodos eleitorais. Foi isso que aconteceu na Nigéria, em 2006, e no Burundi, em 2009. No Uganda, as autoridades querem aprovar uma lei que penaliza com prisão ou morte as relações homossexuais, e prevê ainda punições para pais, médicos ou professores que não denunciem os casos. A proposta gerou críticas em todo o mundo, até do Presidente dos EUA, Barack Obama, e foi criada uma comissão para investigar.

Neste momento, são sete os países que condenam à morte os homossexuais: Irão, Mauritânia, Arábia Saudita, Sudão e Iémen, além de algumas regiões da Nigéria e da Somália. Mas muitas vezes uma maior abertura da lei não significa uma atitude mais positiva quanto aos direitos das minorias sexuais. Na África do Sul, o país que tem uma das legislações mais avançadas do continente em relação a este tema (os casamentos gay são reconhecidos), existe muita violência contra as pessoas homossexuais, especialmente violência sexual contra as lésbicas e assassínios.

Em relação ao relatório do ano anterior, houve apenas um país que discriminalizou a homossexualidade. Pode parecer pouco, mas na verdade foi uma grande vitória, porque o país em causa é a Índia, onde vive um sexto da população mundial. A justiça indiana considerou que a secção 377 do Código Penal (herdado do Império Britânico em 1860), não se pode aplicar às relações sexuais consensuais entre adultos. A secção, que ainda hoje é aplicada em muitos países da Commonwealth, prevê penas de prisão para actividades sexuais "contrárias à ordem da natureza".

DN

Falta de doentes leva dentistas a fazer promoções

Falta de doentes leva dentistas a fazer promoções

A escassez de dinheiro leva cada vez menos pessoas a tratar dos dentes. Médicos procuram soluções para enfrentar o problema

A crise está a levar os portugueses a deixar de ir ao dentista ou a não pagar as consultas nem os tratamentos. Em dois anos, a procura desceu 20%, e já há clínicas dentárias em risco de fechar. Para captar doentes, os dentistas desdobram--se em soluções: fazem promoções, aceitam pagamentos faseados ou créditos e promovem os serviços em todo o lado, até à porta das estações do metro ou em troca de pontos nas gasolineiras.

A quebra da procura é denunciada pelo bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas. Orlando Monteiro da Silva diz que muitos colegas estão com dificuldade em manter o consultório porque os doentes são menos, suspendem tratamentos ou simplesmente não os pagam. "Sempre houve isto, de forma residual. Agora há um grande aumento." O bastonário salienta que a quebra verifica-se também porque os doentes optam por tratamentos mais simples - como próteses removíveis e não fixas - ou só em casos urgentes, deixando para depois as soluções de longo prazo.

"Não tenho dúvidas de que é por causa da crise", diz sem apontar o número de clínicas em risco. Apesar de reconhecer as dificuldades, Orlando Silva lamenta a atitude dos colegas que publicitam os serviços de forma enganosa ou usam práticas incorrectas. "Os honorários publicitados pelas clínicas que distribuem folhetos à porta do metro não são possíveis de praticar com o mínimo de qualidade." Alguns profissionais usam ainda publicidade comparativa, apresentando-se como especialistas em determinada área ou detentores de técnicas inovadoras.

Os jovens que acabam o curso, optam por emigrar. Só em Inglaterra, diz Monteiro da Silva, estão actualmente mais de 500.

Há mais de 20 anos que é dentista na zona do Porto. Mas está longe do rendimento que tirava há meia dúzia de anos e tem semanas em que as consultas marcadas reduzem-se a metade. "Tenho dias com 10 ou 12 consultas confirmadas e só aparecem quatro ou cinco pessoas", conta ao DN o dentista de 48 anos, que não se identificou.

As longas listas de espera já não existem. "Hoje não", diz, reconhecendo que as pessoas não têm mais capacidade financeira para tratar os dentes. "Têm dificuldades e retraem-se. Não sei como é que quem recebe 500 euros consegue chegar ao fim do mês, quanto mais ir ao dentista".

Por isso, ele próprio procura enganar a crise como pode. "Na primeira quinzena do mês temos mais trabalho do que nas duas últimas. Procuro distribuir as consultas pelo mês. Havia pessoas que vinham três e quatro vezes por mês e agora só aparecem uma. O que acontece mais é pedirem para pagar em três ou quatro vezes. Eu permito mas até com pessoas conhecidas há dissabores."

Dissabores que passam pelo não pagamento da conta ou por tratamentos que ficam a meio. Há ainda pessoas que não voltam por vergonha de não poderem pagar. Apesar de ter o consultório só por sua conta, está decidido a não fazer acordo com seguradoras. "Prefiro ter mais tempo para os meus utentes. No futuro não sei". Mas há casos piores: "Colegas que preferem fazer acordos com seguradoras e receber pouco em vez de nada. Há jovens que são explorados, com pagamentos a recibo verde e à percentagem por tratamento. Tiram 9 euros por consulta e têm de pagar IRS e segurança social", diz.

DN