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Radio Viseu Cidade Viriato
sábado, 30 de janeiro de 2010
LISBOA - «vários disparos de dissuasão»...
A polícia foi obrigada a efectuar «vários disparos de dissuasão» ao final da tarde desta sexta-feira quando alguns camionistas, que protestam contra nova legislação para os equipamentos de diversão, ameaçaram entrar em contramão na Alameda dos Oceanos, no Parque das Nações, apurou a de fonte policial.
Carrosséis: «O prazer do Governo é ver as pessoas na rua»
Segundo a mesma fonte, «os camionistas tentaram entrar em contramão na via que já estava cortada ao trânsito, pondo em perigo a integridade física de agentes e civis. Houve então a necessidade de efectuar vários disparos dissuasão», adiantou, não sabendo, de momento, precisar se os disparos foram efectuados para o ar ou para os pneus dos veículos.
Apesar do grande aparato policial no local e do ambiente hostil, segundo a mesma fonte, não há feridos na sequência dos desacatos, nem detidos. «Há apenas registo de uma pessoa que se sentiu mal devido aos ânimos exaltados», disse.
«A polícia veio atrás de nós aos tiros»
Em declarações um dos manifestantes afirmou que «a polícia veio atrás de nós aos tiros. Parecia-mos uns bandidos». O homem mostrou ainda na mão os projécteis das balas disparadas pela polícia.
Os empresários de diversão acusam ainda a PSP de agredir um dos condutores dos camiões, acusação desmentida pela polícia. Rui Oliveira, um dos manifestantes que presenciou a alegada agressão, disse citado pela Lusa, que «a polícia apontou as armas ao camião, obrigou o condutor a parar a viatura e puxou-o pelo braço para fora do carro».
«Eram cerca de seis ou sete agentes a agredi-lo» e «ele foi para o hospital com dores nas costas», contou ainda, precisando que o condutor, de 37 anos, seguia acompanhado pelo filho, de 13, que também terá sido agredido.
Marcelo Matias, 20 anos, que seguia no camião atrás do do condutor alegadamente agredido, disse que não foi «atingido pelas balas de borracha que a polícia disparou por muito pouco».
A PSP nega a acusação, garantindo que «não houve confrontos físicos com nenhum dos manifestantes» que se mantêm no Parque Tejo e que «o homem foi encaminhado numa ambulância do INEM [Instituto Nacional de Emergência Médica] para o hospital só porque se sentiu mal».
O incidente ocorreu, segundo Rui Oliveira, quando os camiões se preparavam para iniciar uma marcha lenta, sem autorização da polícia. A marcha lenta foi, entretanto, cancelada, já que os manifestantes da Associação Portuguesa de Empresários de Diversão (APED) pretendiam sair às 18:00 quando a autorização do Governo Civil de Lisboa só começava a partir das 19:30, adiantou à Lusa o comandante Jorge Barreira, do Comando Metropolitano de Lisboa.
Além disso, segundo a polícia, os manifestantes recusaram-se a cumprir o itinerário autorizado pelo governo civil, bem como o sugerido pela PSP.
Os empresários de diversão começaram a dispersar pelas 22 horas e foram escoltados pela PSP até à saída da cidade. Uma nova manifestação está autorizada pelo Governo Civil de Lisboa para sábado e a saída será feita do Parque das Nações, em Lisboa, às 13:00.
Testemunhas no local disseram que as autoridades bloquearam ao trânsito a saída da Alameda dos Oceanos. Anteriormente, a PSP já tinha confirmado que a via entre a rotunda do rio Trancão e a rotunda do Parque das Nações.ALCOBACA - Deu à costa na Praia da Mina, Concelho de Alcobaça, uma Tartaruga de Couro com 1,97 metros. ...
Deu esta sexta-feira à costa na Praia da Mina, Concelho de Alcobaça, uma Tartaruga de Couro com 1,97 metros.
Segundo a autarquia de Alcobaça, este exemplar raro, daquela que é a maior espécie de tartaruga oceânica, vai agora ser recolhido pelo Museu de História Natural de Lisboa para fins de coleccionismo.
A bióloga da autarquia, Sofia Quaresma, explicou à Agência Lusa que o animal, «com pelo menos 300 quilos», foi encontrado por um pescador que informou o município.
Segundo Sofia Quaresma, o animal, adulto, «sofreu traumatismos de contacto com objecto desconhecido, presumivelmente um barco».
«A Câmara contactou várias entidades no sentido de saber se estavam interessadas na tartaruga para efeitos de coleccionismo, tendo o Museu Nacional de História Natural sido a única entidade a mostrar interesse», acrescentou a responsável.
Sofia Quaresma esclareceu que ainda esta sexta-feira técnicos do museu vão buscar o animal, que neste momento se encontra no parque de campismo da praia da Mina.
A bióloga esclareceu que a tartaruga-de-couro é uma espécie que «está em perigo, mas vai existindo numa zona geográfica muito vasta, em vários oceanos».sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
LISBOA - Recolha de assinaturas...
Não muito depois do ministro da Defesa, Luís Amado, ter defendido, em Londres, a necessidade de travar «uma batalha» para explicar à opinião pública a importância da presença de tropas no Afeganistão, um grupo de pessoas garantia, na Baixa de Lisboa, que essa é uma guerra «perdida» há muito, porque a opinião pública não compreende a outra, que se combate no país dos talibã, há oito anos.
Manuel Baptista, membro da plataforma PAGAN, explicou que a iniciativa - que se realizou no mesmo dia em que na capital britânica se reuniram governantes de 60 países para discutir o futuro do Afeganistão - tem como finalidade «inaugurar a campanha de rua» de recolha de assinaturas contra a presença de militares portugueses no país e sensibilizar para uma guerra que descreveu como «ilegal». «Temos o objectivo de denunciar a pouca vergonha de estarmos metidos numa guerra com que não temos nada a ver», disse, enquanto distribuía panfletos aos transeuntes.
«Criámos a Plataforma em Setembro do ano passado. É um ramo nacional da campanha internacional chamada No to War, No to NATO. PAGAN quer dizer Plataforma Anti-Guerra, Anti-Nato», adiantou.
Para Manuel baptista o conflito afegão trata-se de «uma guerra encomendada». «[George W.] Bush decidiu fazer uma retaliação, uma punição e [Barack] Obama, defraudando o seu eleitorado, continuou», disse, criticando a «vassalagem» dos europeus. «Vão para uma guerra que não é deles». Neste lote, não poupou Portugal, nem o apelo de Luís Amado para que se explique o conflito às populações.
«A caneta recusa-se a assinar»
«Se fosse uma coisa que toda a gente percebesse, uma questão vital para nós, é evidente que não era preciso explicar nada», criticou o elemento da PAGAN. Ao lado, Rogério Miranda, de 67 anos, protestava, enquanto sacudia a esferográfica, soltando uma graça. «A caneta recusa-se a assinar». Enquanto isso, explicou: «Sou contra a guerra e particularmente contra esta». À custa de insistência, o pacifista conseguiu, finalmente, vencer a luta com o espaço em branco, para se juntar à causa pela qual tinha descido à baixa. «Nunca venho a estas coisas por acaso».
Já por acaso, pelo local passou Paulo Teixeira, de 37 anos. Entre as compras e o barco para o Barreiro, «esbarrou» no grupo que lhe pedia para dizer «não» à guerra e à NATO. «Estou contra a guerra, apesar dessa guerra no Afeganistão ser para acabar com os ditos talibã, penso que haveria outra maneira mais pacífica de resolver o problema». E assinou.
«Mercenários»
Paulo seguiu caminho. Parado, perto uma faixa de protesto, onde se lia «NATO = fábrica de morte», estava o major Mário Tomé. Habituado a este tipo de iniciativas, o antigo militar contestou a presença das «tropas de ocupação» no Afeganistão. «Sejam elas quais forem, sejam elas os meninos bonitos dos Estados Unidos, sejam os nossos rapazes, como se diz, são mercenários».
«Vão ganhar mais dinheiro por irem para o Afeganistão. Oferecem-se. No outro dia vi um sargento que era a quinta vez que ia para uma missão», disse o major, assegurando não ter dúvidas em qualificar este tipo de participações: «São mercenárias. Até porque não têm nada a ver com os nossos interesses, de Portugal e dos portugueses».
Sobre a batalha da opinião pública, de que falara Luís Amado, o antigo militar atirou: «Essa batalha, desde o princípio que não ganham. Não há opinião pública que apoie aquilo». Contudo, considerou que contra a presença de tropas portuguesas no território, defendida pelo Governo, é também necessário fazer o que o ministro pedia: «É preciso mobilizar esta gente, o espírito cívico. Acendê-lo. Pô-lo em movimento».
Depois de ter iniciado a recolha das assinaturas, Manuel Baptista disse que mais importante do que levar o assunto ao Parlamento é colocá-lo na agenda da opinião pública, para em Novembro, a par da cimeira da NATO em Portugal, realizar uma contra-cimeira.HAITI - Caso raro de sobrevivência...
É um caso para os livros e que está a integrar a comunidade médica. Darlene Etienne tem 16 anos e não só sobreviveu ao sismo que destruiu Port-au-Prince como sobreviveu durante longos 15 dias, debaixo de entulho, sem comer e sem beber um pingo de água.
Ainda não há certezas e de certo que o caso será alvo de um acompanhamento mais rigoroso, mas até ao momento, e segundo as palavras da própria Darlene, foram 15 dias sem ver a luz do dia, sem comer e sem um único líquido.
«Eu não consigo explicar isto clinicamente, é muito surpreendente», declarou Evelyne Lambert, médica e militar a prestar auxílio no Haiti. «O factor médico surpreende-nos a todos. Mas o que podemos confirmar, devido ao estado de saúde em que a jovem nos chegou, é que de facto ela esteve debaixo dos escombros durante vários dias», explicou a médica à Reuters.
Questionada sobre a possibilidade de sobreviver tantos dias sem água, a clínica não deu garantias, mas sublinhou a surpresa de todos. «É muito difícil dizer. Choveu um pouco e há sempre águas que se podem infiltrar, é difícil de dizer. Em qualquer dos casos, quando lá chegámos, não conseguimos ver água nenhuma. Ficámos também muito surpreendidos ao verificar que ela apresentava sinais de desidratação que correspondem a um longo período sem comida. De facto, na literatura é muito difícil encontrar casos de pessoas que sobrevivem mais de 10 dias sem comer e sem beber. Ficámos muitos surpreendidos com este caso», disse.
A própria Darlene já confirmou que nas primeiras declarações que não terá ingerido nada durante 15 dias. «Eu consegui falar com ela esta manhã e ela disse-me que não tinha comido, nem bebido nada e que ficou soterrada no primeiro sismo», disse a médica.
Já Claude Fulla, chefe da equipa de Protecção Civil Francesa no local, explica os primeiros momentos conta os primeiros momentos de resgate. «Quando entrei nos escombros, logo no início, ela estava visível apenas ao nível do cabelo. Eu perguntei se ela estava bem e fiquei muito surpreendido ao ouvir a sua voz fraca responder-me que estava «ok», contou Claude Fulla.quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
HAITI - 15 dias depois e mais um sobrevivente...
Uma adolescente foi esta quarta-feira retirada dos escombros de uma casa no Haiti, 15 dias após o sismo que devastou o país, avança a agência «Reuters».
Segundo um dos elementos da equipa de salvamento, a jovem «estava muito desidratada e com uma perna ferida».
«Ela estava em choque. Estava muito feliz e chorava», afirmou J.P. Malaganne, um dos elementos da equipa que resgatou a adolescente.
«Não sei como é que ela conseguiu resistir tanto tempo. É um milagre», disse ainda.
A jovem foi resgatada dos destroços do Colégio São Geraldo, em Port-au-Prince, por uma equipa de salvamento francesa. Um primo diz que Darlene Etienne, a jovem resgatada, tinha começado a estudar na escola quando o desastre aconteceu. «Pensámos que ela estava morta», referiu o familiar da resgatada.ESTADOS UNIDOS - Adolescente do Colorado dispara sobre mãe e padrasto e passa o resto da noite a ver filmes e a jogar no computador...
John Caudle, um adolescente norte-americano, está a ser acusado de matar a mãe e o padrasto por não querer realizar as tarefas domésticas.
O jovem de 14 anos, residente em Monte Vista, no Colorado, explicou à polícia que os pais insistiam para que ele arrumasse o quarto e fosse despejar o lixo.
De acordo com a BBC Brasil, cansado da insistência dos pais e depois de discutir com a mãe, Caudle foi buscar uma arma que estava guardada num cofre e atirou sobre a mãe, enquanto esta via televisão.
O jovem escondeu-se depois e esperou pelo padrasto, atingindo-o com um tiro atrás da cabeça.
O jovem confessou que depois de matar a mãe e o padrasto passou a noite e ver filmes e a jogar no computador. No dia seguinte foi à escola e depois das aulas fugiu a conduzir o carro do padrasto.
Familiares encontraram os corpos de Joanne Rinebarger, de 34 anos, e de Tracy Rinebarger, de 38.
Caudle foi preso e vai ser julgado na próxima semana em dois processos por homicídio qualificado.MEXICO - Salvador Cabañas a beira da morte...
Salvador Cabañas luta pela vida num hospital mexicano. O internacional paraguaio foi baleado num bar há dois dias e corre risco de morte, segundo informou há poucas horas o médico Ernesto Martinez.
«O edema cerebral aumentou. O Salvador está estável, mas corre risco de morte», explicou o clínico, que explicou a causa do agravamento do quadro clínico. «O motivo é um inchaço no cérebro e a progressão da pressão intracraniana.»
«Isso só é tratado com medicamentos. Por isso, vamos sedá-lo mais para proteger as funções cerebrais. Sabíamos que isso poderia acontecer, estamos tranquilos. Por sorte, não há sangramentos. Sabemos que o edema alcança o seu pico máximo em 72 horas, e estamos com 48», adiantou o doutor Martinez, esperançado numa boa reacção do futebolista nos próximos dias.LISBOA - EB1 do Bairro da Boavista pertence a um programa de combate ao insucesso, mas os docentes contratados desistem ao fim de um mês ...
O segundo período ainda agora começou, mas 22 alunos da EB 1 Arquitecto Ribeiro Telles, em Benfica, Lisboa, já tiveram sete professores. Por estar num bairro desfavorecido, a escola faz parte de um programa do governo para combater o insucesso, mas os professores contratados desistem ao fim de um mês.
A docente da turma do 4º ano foi mãe pouco depois do início das aulas e os professores que se seguiram ficaram por pouco tempo. Pais e educadores temem, por isso, que os filhos estejam mal preparados para passar ao segundo ciclo de ensino.
A escola contratou três professores substitutos que ficaram à experiência durante um mês, mas acabaram por desistir.
«Os miúdos portam-se mal, subiam à parede e queriam andar à porrada com a professora», explica Sinara, uma das alunas do 4º ano afectada.
«Na turma estão três ou quatro alunos, juntam-se e tratam mal as professoras (...) e elas vão-se embora, porque não estão para aguentar», acrescenta Delfina, avó de outra aluna.
No bairro social da Boavista a escola podia ser um factor de estabilidade, mas com tantas mudanças de professores é difícil manter a rotina.
«Os alunos terem trocar de professores não lhes conseguem manter o respeito, hoje conhecem uma, amanhã outra e isto para eles é uma brincadeira, nem conseguem levar a escola a sério», desabafa Vera Martins, mãe de uma aluna.
A escola tem autonomia para contratar os professores mais indicados à função e ao meio, mas ambas as partes podem rescindir contrato no prazo de um mês.
Entre tantas trocas quem sai prejudicado são os alunos.quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
PORTUGAL - O ABANDONO RURAL E A DESERTIFICAÇÃO ...
Habituamo-nos a pensar os territórios como espaços de povoamento bem consolidados, com populações profundamente enraizadas e um fortíssimo sentido de pertença aos locais de origem. E essa noção parecia estar certa. Para gerações e gerações de estudiosos, de literatos e de políticos que a utilizaram até á exaustão nas suas descrições do país, este era feito de um bom número de regiões cada um com as suas características próprias marcadas por uma forma particular de ajustamento do homem ao seu meio. A mobilidade espacial, sempre vista à escala dos indivíduos, não era de molde a alterar este quadro e, portanto, não constituia uma ameaça à estabilidade dos povoamentos, antes funcionava como um processo de restabelecer os equilíbrios regionais.
A sociedade rural, em particular, correspondia a esta ideia de autarcia e funcionava de uma forma relativamente estabilizada. Ela caracterizou-se, até muito recentemente, por uma economia pouco mercantilizada baseada na exploração da terra e no trabalho, por uma estratificação social muito polarizada, contrapondo uma ampla camada de camponeses sem terra a uma reduzida camada de grandes proprietários e por uma estrutura clientelar de relações sociais unindo estas camadas entre si. A inexistência de um estrato social intermédio capaz de romper com o circulo fechado da bipolarização social manteve-se até à emergência do fenómeno emigratório na década de sessenta. O modo de vida predominante da população rural expressava-se, então, numa economia de pura subsistência, numa sobrecarga, até ao limite, do trabalho familiar e numa rigorosa contenção dos consumos para o grosso da população rural.
A pobreza generalizada dos produtores, mal compensada pela generosidade dos patrões, pela entreajuda grupal e pela assistência pública, alimentava uma atitude cautelar de minimização do risco que era pouco favorável a empreendimentos inovadores. Associados a ela, encontravam-se frequentemente o pessimismo e o fatalismo, mas também o individualismo e o sentido de autonomia que ainda hoje persistem
As últimas décadas, porém, vieram mostrar como os territórios se podem transformar rapidamente sob o efeito de dinâmicas de mobilidade humana dominadas por um quadro de oportunidades distinto do que até então prevalecera. Desde os anos 60 do séc. XX muitas regiões do país deixaram de ser capazes de assegurar a reprodução económica das suas populações e assistiram a um fluxo de abandono sem precedentes em direcção a outras regiões mais ricas ou dotadas de maior capacidade de emprego do país ou do estrangeiro. Os dados dos Censos confirmam esse fenómeno: o declínio demográfico tocou, nos últimos quarenta anos, a grande maioria dos concelhos situados a norte do Tejo, deixando de fora apenas uma pequena faixa litoral representando cerca de % do território.
As marcas do abandono são inúmeras e muito diversas. O envelhecimento da população é talvez a mais visível, de tal modo ela fica estampada no rosto dos residentes do Portugal interior. Mas o envelhecimento não é só das pessoas. Estende-se também às coisas produzidas pela acção humana: as casas, os caminhos, as levadas, as alfaias, o vestuário e até as próprias festas. E a natureza também ela não fica imune. As terras, deixadas de cuidar e entregues a si próprias, ficam de velho e recuperam o seu estado de natureza, que se alastra rapidamente as terras vizinhas, enquanto os matos, as silvas, as ervas daninhas envolvem as árvores, os muros e os espaços outrora trabalhados, definhando e destruindo a paisagem humanizada. Como um processo interactivo, a degradação da paisagem contribui, por sua vez, para intensificar a expulsão da população e amplificar o êxodo rural
O esforço para preservar uma paisagem que foi sendo construída por gerações e gerações de camponeses parece inglório, sobretudo para as pessoas que ainda vivem nas aldeias em declínio e que se vêm impotentes para contrariar o definhamento da comunidade e do seu território. Faltam as forças, faltam os meios, falta a confiança. Uma atitude de resignação e apatia emerge desta impotência e vai alimentar-se do fatalismo quase religioso que estropiou a imaginação e a arte do nosso povo.
É certo que gerações de jovens emigrados tentam combater à distância os males que atingem os seus patrícios, mas os meios que estão disponíveis para eles utlilizarem são pouco eficazes, quando não, contraproducentes. Eles constróem casas, asfaltam estradas, voltam pela festa do ano, trazem conforto e dinheiro... porém, estão ausentes e este facto é decisivo para a sorte das populações. No dia a dia, não há quem ajude, quem mobilize, quem anime, quem transmita confiança, quem olhe para o futuro. Por isso, as pequenas comunidades de aldeia vivem de recordações, não entendendo nada do presente nem nutrindo quaisquer expectativas quanto ao futuro. O drama da desertificação é o da transposição dos limiares críticos da iniciativa pessoal e da acção colectiva, ou seja, a desvitalização irreversível das comunidades.
A experiência mostra que abaixo de um determinado limiar mínimo demográfico e social as comunidades se reduzem rapidamente até à sua extinção. Para isso contribui também, a lógica de gestão das ajudas pelo próprio Estado de Bem-estar dominada pela necessidade de seleccionar e restringir os investimentos sociais por forma a garantir a sua solvabilidade económica. Em regiões em declínio demográfico ou de concentração de populações envelhecidas, a gestão racional dos recursos está a conduzir a um desinvestimento demográfico (redução da oferta de serviços) ou a uma residualização demográfica (degradação da qualidade dos mesmos). Num caso e noutro, custos sociais elevadíssimos estão a ser suportados pelas populações e a contribuir não só para a perpetuação da velha pobreza rural como para uma amplificação das dinâmicas de repulsão demográfica.
Neste quadro, a revitalização das comunidades do interior do país é um objectivo desejável mas muito difícil de levar a cabo dada a incapacidade que elas mostram de reter ou de atrair a população mais jovem e activa e isto apesar da crescente afectação de meios e recursos que tem sido feita através de políticas públicas e incentivos directa ou indirectamente orientadas para essa finalidade.
Estudos realizados em França nos anos 60 mostraram que a atracção da cidade e as representações negativas sobre o viver no campo são determinantes nas decisões dos jovens rurais sobre ficar ou partir, mesmo quando as condições de vida nas zonas rurais tenham melhorado bastante e as das zonas urbanas piorado. No caso português, é visível a melhoria da vida nas localidades do interior – designadamente nos centros urbanos - em resultado de uma política de redução das disparidades territoriais e, relativamente aos jovens, assistiu-se a um forte investimento na descentralização de infraestruturas e na disseminação de programas dedicadas a esse grupo da população. No domínio do emprego, persistindo enormes carências, os jovens beneficiam hoje de um conjunto de incentivos sem precedente para se envolverem em actividades produtivas. Por seu turno, o insucesso escolar, o abandono precoce e os níveis de escolaridade e de qualificação muito baixos que têm particular expressão nas regiões do interior, são hoje objecto de políticas de correcção que mobilizam importantes recursos humanos e financeiros. Como estão jovens a responder a todas estas mudanças ? Não existe uma avaliação definitiva sobre o assunto. Em qualquer caso, cremos que os resultados demorarão algum tempo a serem visíveis e que há que vencer as resistências quase epidérmicas dos jovens a permanecer na sua terra. E cremos sobretudo que o investimento que está a ser feito só pode ter êxito se os programas se adequarem ao perfil, às expectativas e às aspirações dos jovens e se estes virem as suas ideias e propostas suficientemente ouvidas e seriamente tidas em conta no desenho dos programas.
MEXICO - Câmara de segurança filmou toda a acção, imagens divulgadas...
Um vídeo das câmaras de segurança permitiu identificar o suspeito de ter disparado um tiro na cabeça do jogador Salvador Cabañas. Trata-se de José Jesus Balderas Garza, também conhecido como JJ ou El Modelo. O disparo aconteceu no interior da casa de banho do Bar Bar, na Cidade do México.
Goleador paraguaio Salvador Cabañas baleado na cabeça
José Jesus encontrava-se no bar com um amigo, conhecido como El Contador, mas que terá abandonado o local antes do disparo. O vídeo foi divulgado no México e permite ver também um segurança do espaço nocturno a ser impedido de entrar na casa de banho imediatamente antes do disparo.
O vídeo começa por mostrar o amigo do suspeito à porta da casa de banho (José Jesus já estava lá dentro), juntamente com uma loira, que a polícia diz tratar-se de uma dançarina cubana. Mais tarde chega Cabañas com a esposa, os dois separam-se, Cabañas entra na casa de banho e não sai mais.
Pelo meio chega o segurança que é impedido de entrar na casa de banho e recebe uma reprimenda. Os dois amigos saem então, já depois de terem disparado o tiro, e abandonam o local rapidamente. O segundo a abandonar a casa de banho, com um corpo mais atlético, foi identificado como o suspeito do disparo.
O vídeo foi divulgado pela polícia mexicana, que em conferência de imprensa explicou os contornos do caso. «Não temos dúvidas de que naquele espaço de tempo foi feito o disparo», disse o promotor Miguel Ángel Mancera, revelando ainda suspeitar que a dançarina cubana seja o motivo do disparo.
Veja o vídeo das câmaras de segurança:
EUROPA - A bater ao dente mais uma vez...
O frio siberiano que continua a fustigar sobretudo o Leste europeu já matou dezenas de pessoas, estando as temperaturas polares a avançar para Oeste e Sudoeste, avança a agência «France Press».
Na segunda-feira, o frio matou na Polónia dez pessoas, que se somaram às 11 que tinham falecido no domingo.
Ao todo, desde Novembro, as baixas temperaturas já mataram no país 212 pessoas, segundo um porta-voz da polícia polaca, Kamila Szala, que adiantou que as vítimas são homens entre os 35 e os 60 anos, sem residência fixa.PORTUGAL - Orcamento do Estado ...
O Governo prevê um défice orçamental de 8,3% para este ano, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado, apresentada esta terça-feira à noite pelo ministro das Finanças, em conferência de imprensa.
Economia nacional vai crescer 0,7% este ano
O valor representará um corte face ao défice previsto para 2009, que o governo admite ter ascendido aos 9,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
Governo anuncia congelamento de salários
Teixeira dos Santos sublinhou que para este ano está prevista uma redução do défice em um ponto percentual, mas garante que a redução será feita sem aumento de impostos.
Escalões de IRS actualizados em 0,8%
«Temos de enfrentar o desafio de efectuar uma redução significativa ao mesmo tempo que mantemos os apoios e estímulos até termos a certeza de que o pior da crise já passou. Há um conjunto de medidas que sinalizam a determinação do Governo em prosseguir essa política,isso será claro com a presentação do prgrama de estabiliadde e crescimento», disse o ministro.
Teixeira dos Santos garantiu ainda que o Executivo continua com o mesmo empenho e vontade de vencer o desafio. «Quem está à frente das finanças portuguesas é alguém que deu provas que é capaz de reduzir os défices», assegurou.
Toda a informação e análise sobre o Orçamento de Estado aqui
O rácio da dívida pública ascenderá aos 85,4% comparado com 76,6% em 2009.
Recorde-se que Bruxelas exige, no âmbito do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), um corte anual de, pelo menos, 0,5 pontos percentuais.
Até 2013, o Governo terá de cortar o buraco das contas públicas para menos de 3% do PIB.O OE para 2010
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
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