O stress está na origem de mais de metade do total de dias de trabalho perdidos por motivo de doença relacionada com a profissão, representando um elevado custo em termos de sofrimento humano e em termos económicos, alerta a OIT.
Segundo um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), preparado para assinalar o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, que se comemora a 28 de Abril, o stress foi considerado a segunda causa mais frequente dos problemas de saúde relacionados com o trabalho, tendo atingindo 22 por cento dos trabalhadores da União Europeia em 2005.
A OIT refere estudos realizados em países europeus e noutros países desenvolvidos que revelam que o stress está na origem de 50 a 60 por cento do total de dias de trabalho perdidos.
"Tudo isso representa um custo que pode ser considerável do ponto de vista do sofrimento humano e do peso económico que este [o stress] representa para o indivíduo e para sociedade", diz o relatório a que a agência Lusa teve acesso.
De acordo com o documento, a longo prazo o stress relacionado com o trabalho pode originar lesões músculo-esqueléticas, hipertensão, úlceras digestivas e doenças cardiovasculares.
Pode ainda contribuir para uma incapacidade de fazer face às exigências do trabalho e pode ser um factor de depressão ou até de suicídio.
Segundo a OIT, os factores psicossociais são já reconhecidos como sendo problemas de dimensão mundial que afectam todos os países, todas as profissões e todos os trabalhadores.
O aumento da flexibilidade e da precariedade do emprego, a intensificação dos ritmos de trabalho e os problemas relacionais no meio laboral são alguns dos factores que estão na origem do aumento do stress relacionado com o trabalho .
Para pôr cobro à situação a OIT defende a necessidade de procurar melhorar as medidas de prevenção e dos processos de diagnóstico para as doenças profissionais e para os sistemas nacionais de vigilância da saúde dos trabalhadores.
Defende, em particular, a necessidade de introduzir medidas de prevenção específicas com vista à redução das potenciais consequências do stress relacionado com o trabalho.
Este ano a OIT decidiu dedicar o relatório do Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho aos "Riscos emergentes e novas formas de prevenção num mundo de trabalho em mudança".
Segundo a OIT os novos riscos profissionais e os riscos emergentes podem ser causados por inovações técnicas ou por mudanças sociais ou organizacionais como as novas tecnologias e os novos processos de produção.
A Organização lembra que as novas tecnologias se utilizam no mundo inteiro, e com uma frequência cada vez maior, assim como processos de fabrico modernos que recorrem às nanotecnologias e às biotecnologias.
As previsões apontam para que até 2020 cerca de 20 por cento de todos os produtor fabricados no mundo usarão as nanotecnologias, que actualmente são usadas em área como a saúde.
DN
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