Acabou em tragédia um desentendimento entre amigos ocorrido durante uma festa de aniversário, ontem de madrugada, domingo, em Vila Praia de Âncora, Caminha. David, de 24 anos, sucumbiu devido a grave ferimento causado por objecto cortante. A PJ investiga.
Pouco passava das 3.30 horas de domingo quando uma altercação entre amigos tomou conta da festa de aniversário que decorria em apartamento situado na Rua Dr. Mesquita da Silva, no coração de Vila Praia de Âncora.
Segundo amigos da vítima, na origem do diferendo terá estado o desaparecimento de um telemóvel, propriedade da namorada de um dos residentes no imóvel, pessoa essa que terá acusado David. Gerou-se, então, uma violenta discussão, que em pouco tempo passou a agressão física, tendo os envolvidos no conflito transitado do interior do apartamento para as escadas do prédio. Terá sido aí que David foi gravemente ferido, com um objecto cortante, supostamente, uma faca de cozinha, vindo a desfalecer.
"Mal saí do apartamento para as escadas fui atingido com um gás no rosto que não me deixou ver nada. Andei pelas escadas durante alguns minutos sem saber para onde ia. Os meus olhos ardiam imenso. Só quando cheguei à rua é que comecei a recuperar a visão", conta um amigo de David, dando conta que viu, então, o jovem desfalecido no chão. "A princípio, pensei que tivesse ficado tonto com o gás e caído, mas depois é que vi que a sua roupa estava toda ensanguentada".
Segundo Eldon Vaz, primo da vítima, David queixava-se de fortes dores no peito e pedia que o levassem para o hospital. "Ainda ligámos para as emergências, mas como a ambulância tardava em chegar, colocámos o David no carro e seguimos para Viana. Ele pediu várias vezes que o levássemos logo para o hospital", conta.
No caminho, um dos pneus do carro furou, obrigando os jovens a imobilizar a viatura, já em Carreço, Viana do Castelo. Uma equipa do INEM acorreu, então, àquela localidade, vindo a encontrar David "com uma pulsação muito fraca", contam os amigos. Daria entrada nas Urgências do hospital vianense em estado crítico. Dez minutos volvidos, a unidade de saúde comunicava aos amigos do jovem o seu falecimento.
Profundamente emocionado, Daniel Carvalho, pai do jovem, não encontra explicações para o sucedido: "O meu filho era uma pessoa sensacional. Muito calmo e amigo. Não há palavras para esta tragédia".
À hora de fecho desta edição, a Polícia Judiciária interrogava alguns dos indivíduos que se encontravam na festa, entre os quais uma rapariga. Ao que o JN conseguiu apurar, a PJ não havia, ainda, procedido a qualquer detenção.
Em Âncora, o vidro da porta do prédio completamente estilhaçado e uma extensa mancha de sangue no pavimento davam conta da tragédia. Mas ali, o JN não viria a encontrar alguém que pudesse contar o que aconteceu.
JN
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