O primeiro-ministro afirmou no domingo estar de acordo com o discurso do Presidente da República na sessão comemorativa do 25 de Abril, considerando-o portador de uma atitude de confiança e com linhas «inspiradoras» para a acção política.
«Acho que os senhores jornalistas têm uma grande tendência para interpretar qualquer palavra do senhor Presidente da República como sendo sempre uma palavra que se destina a fazer críticas, mas não foi isso que vi neste discurso. Pelo contrário, o senhor Presidente da República teve palavras para valorizar a atitude que é necessária de confiança no país», disse Sócrates no final da sessão comemorativa da Revolução de Abril.
Para o primeiro-ministro, o discurso feito pelo Presidente da República «foi muito apropriado» face à actual conjuntura política, económica e financeira mundial.
«O Presidente da República referiu-se à questão da confiança, à necessidade de se desenvolverem respostas à crise económica que todo o mundo vive, porque não é apenas Portugal que está a enfrentar momentos difíceis, mas sim todos os países desenvolvidos. Portanto, nessa circunstância, é necessária uma actuação política com resposta para a recuperação económica, mas também que se projecte para o futuro», disse.
O mar e a indústria
José Sócrates destacou especificamente duas áreas abordadas por Cavaco Silva na sua intervenção, classificando-as como «inspiradoras para a acção política».
«Vi nas palavras do senhor Presidente da República aquilo que é necessário ao país, confiança, mas também palavras inspiradoras no que respeita à matéria relacionada com o mar, quer no que respeita às indústrias» deste sector, disse Sócrates.
Neste contexto, o primeiro-ministro disse ter encarado o discurso do Presidente da República como portador das palavras que são «necessárias ao país».
A «vertigem gananciosa» dos gestores
«Palavras necessárias» mesmo no que respeita a questões polémicas como as remunerações auferidas pelos gestores.
Até nesse aspecto, o primeiro-ministro afirmou acompanhar as críticas do Presidente da República relativamente à «vertigem gananciosa» dos gestores e frisou que o Estado se opôs e condenou essas práticas.
«Eu acompanho essa crítica do Presidente da República. Também eu tenho criticado aquilo que classifiquei como vertigem gananciosa que tem conduzido algumas actuações de empresas um pouco por todo o mundo na remuneração dos seus gestores», respondeu José Sócrates às criticas do Presidente da República sobre os prémios e bónus recebidos por gestores numa conjuntura económica de crise.
Neste ponto, o primeiro-ministro salientou que o Governo «decidiu que em 2010 e 2011 o Estado agiria no sentido de não permitir bónus nas empresas públicas e votando contra [a atribuição de prémios] em todas as empresas em que tenha participação».
TVi24
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