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terça-feira, 15 de junho de 2010

GNR apreendeu 130 armas ilegais

GNR apreendeu 130 armas ilegais

Região tem tradição no uso de armas de fogo por se localizar junto à fronteira. Num ano foram detidas 50 pessoas.

Numa região, o Alto Tâmega, onde ter uma arma em casa é um hábito enraizado, a GNR tem feito tudo para contrariar esta "tradição". O Núcleo de Investigação Criminal (NIC) do Destacamento Territorial da GNR de Chaves, da região onde ocorreu o duplo homicídio, seguido de suicídio do autor, apreendeu, no espaço de apenas um ano, 130 armas ilegais e deteve 50 pessoas por este crime.

As armas apreendidas eram de todo o tipo, milhares de munições, explosivos, utensílios para o fabrico de munições, entre outros objectos relacionados. "Só se consegue reduzir a criminalidade, principalmente a violenta, tirando as armas ilegais da rua", comentou uma fonte do NIC de Chaves.

Este interlocutor, que pediu anonimato, lembra que o último episódio com um nível de violência semelhante ao de Montalegre, onde também intervieram armas de fogo, foi em Setembro de 2009. Um filho acabou por resolver tiro a desavença que o seu pai manteve dez anos com um seu vizinho. Tudo aconteceu na aldeia de Carvalho, freguesia de Vilar, concelho de Boticas. Neste caso, ninguém perdeu a vida, mas o tribunal de Boticas optou por decidir uma pena exemplar e aplicou cinco anos de prisão efectiva ao autor dos disparos.

Na região do Alto Tâmega (Chaves, Boticas, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar), os crimes com uso de armas de fogo, muitas vezes cometidos por pessoas de avançada idade e motivados nem que seja por um rego de água, eram muito frequentes. Mas a GNR desde 2009 lançou uma autêntica "caça às armas", e o combate a este tipo de crime continua a ser uma das prioridades do NIC de Chaves (responsáveis pela criminalidade no Alto Tâmega).

Erradicar as armas ilegais da região transmontana, uma das zonas do país onde mais armas têm aparecido nas residências, continua a ser a preocupação das autoridades, que acreditam que esta missão vai reduzir substancialmente o número de crimes violentos e os chamados ajustes de contas, que, na grande maioria dos casos, acaba com mortes.

Os resultados começam a ser visíveis e na região do Alto Tâmega, contrariamente ao que acontecia no passado, ainda não muito distante, não têm ocorrido muitos crimes violentos. No entanto, é na região do Alto Tâmega que se apreendeu o maior número de armas ilegais e alguns dos crimes de outras localidades foram cometidos com armas com proveniência dessa região.

Segundo as autoridades, esta é uma região fronteiriça e no tempo do contrabando o medo pairava no ar e era rara a casa que não tinha uma arma. Combater esse "culto" completamente enraizado nas pessoas não se tem revelado uma tarefa fácil. Comentários como o de "levam-me as pistolas mas não me levam a carteira e eu tenho de comprar outra para ter a minha casa segura" em pessoas de idade são muito frequentes durante as buscas domiciliárias.

O facto de o autor dos crimes de sexta-feira em Montalegre, ter utilizado uma arma é exactamente o espelho do que se passa um pouco por toda a região. Há cerca de um mês, a GNR, pela conduta violenta que José Fernandes apresentava, realizou uma busca à sua residência e apreendeu-lhe as armas que tinha, até mesmo as que tinha em situação legal, mas um mês bastou para que adquirisse uma pistola 6.35 mm, adaptada, com que cometeu os crimes.

DN

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