A Universidade do Minho concebeu um robot, de nome Maria, uma espécie de empregada doméstica apta a fazer tarefas como apanhar sacos e restos de lixo ou levar um dado objecto de um lado para o outro da casa.
Em declarações à Lusa, o investigador Fernando Ribeiro, do grupo de robótica do Departamento de Electrónica Industrial (DEI) da Escola de Engenharia da UMinho, em Guimarães, adiantou que a «Maria» está ainda programada para dizer o próprio nome e «características pessoais» e seguir uma pessoa dentro da casa.
«Dá-se-lhe uma ordem verbal e ela executa-a», salientou.
A UMinho vai participar mais uma vez no campeonato mundial de robótica RoboCup, que decorre em Singapura entre os dias 19 e 25 de Junho, mas, em vez de levar a habitual equipa de robots futebolistas, o grupo do Minho vai participar na liga RoboCup@Home.
Fernando Ribeiro sublinhou que a UMinho participa «para aprender», já que há outras universidades a nível mundial com investigação mais avançada no domínio dos robots domésticos.
«Todos os anos acrescentaremos mais uma ou duas tarefas à nossa Maria», afirmou.
O investigador recordou que o mesmo se passou com os robots futebolistas que, ao princípio, jogavam devagarinho e agora manejam a bola a velocidades superiores. Fernando Ribeiro observou que esta nova competição do RoboCup «concentra-se em aplicações do mundo real e na interacção homem-máquina com robots autónomos móveis».
«O principal objectivo é o de colocar robots a realizar tarefas caseiras e começar a ambientar os cidadãos para a ideia de terem robots no seu lar», frisou.
A prova desenrola-se numa habitação, com os seus compartimentos tradicionais e a respectiva mobília, mas com as paredes baixas para que o público possa ver facilmente os robots nas actividades.
Cada equipa tem um robot autónomo móvel, o qual, quando instruído a partir de um microfone, reconhecendo os respectivos comandos, terá que realizar as tarefas para que está programado.
As acções exigidas são muito simples de cumprir para um humano, mas bastante complexas para um robot, assinalou o cientista.
Para o RoboCup@Home ficaram qualificadas 26 equipas, de países como EUA, Austrália, Alemanha, Japão, Holanda, China, Chile, Irão, México, Singapura, Taiwan, Tailândia e Portugal, que tem como única representante a MINHO@Home da UMinho.
A equipa é formada pelos professores Fernando Ribeiro e Gil Lopes e por quatro alunos (Davide Oliveira, Fátima Gonçalves, João Costa, Júlio Rodrigues), que têm vindo a desenvolver o robot na sua estrutura mecânica, na electrónica e na programação. O robot chama-se «Maria» ou MARy (Minho Autonomous Robot), para que os estrangeiros possam pronunciar de modo correcto.
Tem as suas roupas desenhadas por Inês Amaral, do Departamento de Engenharia Têxtil da UMinho e será, «muito provavelmente», o primeiro «vestido» por uma profissional.
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