foto Achim Scheidemann/LUSA |
A FIFA concluiu que as sensuais vestimentas laranjas, usadas por 36 mulheres durante o encontro Holanda-Dinamarca, escondiam uma forma de publicidade encapotada, engendrada por uma empresa que não é patrocinador oficial do Mundial de 2010.
As 36 mulheres foram rodeadas pela segurança e expulsas do Estádio Soccer City. Foram levadas para a sede local da FIFA, onde foram interrogadas durante várias horas, conta o diário desportivo a "Marca".
"Obrigaram-nos a sair, empurrando-nos pelas escadas acima", contou à "Marca" Barbara Kastein, uma das 36 mulheres expulsas. Após o interrogatório, foram acusadas de "publicidade encoberta", crime que pode dar até seis meses de prisão.
O vestido laranja, cor da selecção holandesa e amplamente usado pelos adeptos da Holanda, faria parte de uma campanha da cerveja Bavaria. "A polícia fazia sempre as mesmas perguntas, uma e outra vez, perguntando se trabalhávamos para a Bavaria", contou Barbara Kastein.
"Disseram-nos que a publicidade encoberta é um delito na África do Sul, que iríamos ficar detidas e que passaríamos seis meses na prisão", acrescentou. "Sentimo-nos muito mal".
Segundo Barbara Kastein, as 36 mulheres foram levadas de volta ao hotel após três horas detidas. Antes, foram-lhes fotocopiados os passaportes e deixada a garantia de que seriam acusadas. "E tudo por usar um vestido laranja", lamentou.
Um desabafo em linha com as declarações do porta-voz da Bavaria. "As pessoas deveriam poder usar o que quiserem", disse Peer Swinkels, em declarações ao diário "The Star". O emblema da marca "não está no brinde", argumentou, ainda, aquele responsável.
A FIFA especificou que as mulheres eram sul-africanas e não holandesas e garantiu que não foi efectuada qualquer detenção. "Um grupo de mulheres foi usado por uma cervejeira holandesa para levar a cabo uma campanha de publicidade encoberta", argumentou o organismo que regula o futebol mundial.
A Bavaria foi protagonista de uma campanha polémica no Mundial de 2006, na Alemanha. As calças promocionais foram proibidas pela FIFA, o que levou muitos adeptos a entrar no estádio em roupa interior.
JN
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