Em Faro, temperatura não desceu dos 20º este mês. INSA regista excesso de mortos.
As duas primeiras semanas de Agosto foram cinco graus mais quentes do que o normal para os últimos 30 anos. A informação foi avançada ontem pelo Instituto de Meteorologia, que salienta a continuação do calor, depois do Julho mais quente dos últimos 78 anos.
As temperaturas elevadas voltaram também, segundo o Instituto Ricardo Jorge, a fazer com que na primeira semana de Agosto "houvesse um aumento da mortalidade acima do esperado".
De 1 a 12 de Agosto, o continente registou uma média da temperatura máxima do ar de 33,9 graus, "o que significa uma anomalia de mais 5,1º em relação ao valor normal de 1971-2000 para este mês", explica o Instituto de Meteorologia (IM). Sines, onde a máxima rondou os 29,5 graus, sobressai, já que registou uma subida de quase oito graus em relação ao normal.
O IM explica que o calor excessivo foi causado por uma corrente do Leste que transportou uma massa de ar quente e seco. Situação que provocou outra onda de calor em várias regiões do continente: Monção e Alcácer do Sal de 3 a 11 de Agosto; e Sines, Guarda, Sagres, Monte Real, Anadia, Nelas e Dois Portos no período de 6 a 11 de Agosto.
A Amareleja voltou a ser o local mais quente do País, com máximas de 42,3 graus, mas Tomar também chegou aos 42.
Faro, por outro lado, ainda não teve nenhuma noite fresca, abaixo dos 20 graus, e anteontem o termómetro não marcou menos de 27. Aliás, a mínima também foi 2,7 graus mais alta do que o valor normal do mês (que é de 15,5).
As altas temperaturas têm levado a Direcção-Geral da Saúde (DGS) a emitir vários alertas nas últimas semanas, avisando para o perigo da exposição continuada ao calor. Até porque a DGS já admitiu que as várias ondas de calor registadas no País desde Abril terão contribuído directamente para o aumento da mortalidade e para um excesso de mais de mil óbitos.
O último relatório do Instituto Ricardo Jorge também dá conta de um excesso de cerca de 200 mortos na última semana, em relação ao mesmo período do ano passado - excesso esse que atribui "às temperaturas elevadas".
São sobretudo aqueles que já estão mais fragilizados, devido à idade ou a doenças crónicas, que acabam por morrer durante períodos de maior calor. Aliás, segundo o que Paulo Diegues, da DGS, disse ao DN, a maior parte das vítimas destes valores extremos tem mais de 75 anos.
DN
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