Face à crise que o país, em geral, e a região, em particular, atravessam, Magalhães Soeiro, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Viseu, adianta que "todos os meses, cresce o número de pedidos de ajuda no refeitório social da Santa Casa da Misericórdia de Viseu". Nesse sentido, avança: "Temos que ser cada vez mais rigorosos na aceitação de quem nos pede auxílio". E explica porquê: "Inicialmente, as juntas de freguesia da cidade indicavam um conjunto de pessoas, mas passada essa altura, temos de ser mesmo muito rigorosos!"
Assim surgiram os inquéritos, para se saber a situação real de quem pede ajuda. Só depois é que o auxílio se efectiva, como é natural que aconteça. "Isso, às vezes, sofre uma alteração, quando vemos que uma pessoa precisa mesmo de comer", salienta o provedor da Santa Casa.
Magalhães Soeiro assinala situações que não pensaria existir como o de uma senhora que conhece e nunca pensou que necessitasse de ajuda alimentar.
"Outras questões complicadas são as que se referem a casais que sinalizamos e a quem pretendemos auxiliar, mas que porque socialmente lhes fica mal não se deslocam ao refeitório, nem aceitam refeições em casa, com medo que os vizinhos venham a saber da sua situação", acentua.
Existem ainda necessitados que dizem não ir ao refeitório por um período de quatro ou cinco dias, porque vão para casa dos filhos. Questionado sobre se os familiares não podiam ter um papel mais efectivo junto de quem precisa, o provedor responde: "Penso que quer de um lado, quer do outro a situação não é nada brilhante. Ou seja, a família não poderá contribuir com grande coisa!"
Em face "dessas situações verdadeiras dramáticas", como apelidou, "a única satisfação que a Santa da Misericórdia de Viseu sente é a de que se encontra a desempenhar um papel social, ajudando quem realmente necessita". Isto é, adianta: "sentimos que estamos a fazer bem a quem precisa e é reconfortante desempenhar esse papel", conclui o coronel Magalhães Soeiro.
O refeitório social nasceu de uma parceria entre a Câmara Municipal de Viseu e a Santa Casa da Misericórdia, tendo as áreas rurais ficado a cargo da autarquia, enquanto a zona urbana é da responsabilidade da Santa Casa.
DV
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