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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Réptil pré-histórico gigante nadava como um tubarão

Réptil pré-histórico gigante nadava como um tubarão

Investigadores decidiram revisitar fósseis de um mosassauro que estão no Museu de História Natural de Los Angeles e descobriram que os seus dotes natatórios eram melhores do que se supunha até agora

Os mosassauros, répteis pré-históricos gigantes que chegavam a atingir mais de seis metros, foram grandes predadores dos oceanos durante o Cretáceo, há mais de 90 milhões de anos, tendo-se extinguido provavelmente há 68 milhões de anos. Ao contrário do que se supunha até agora, no entanto, estes animais não se deslocavam nas águas como as enguias, com movimentos idênticos aos das serpentes. Eram antes exímios nadadores, um pouco como os actuais tubarões.

Foi esta a descoberta surpreendente de um grupo internacional de investigadores, que decidiu revisitar um conjunto de fósseis bem preservados de um platecarpo, um desses mosassauros, que estava há várias décadas no Museu de História Natural de Los Angeles (EUA).

A nova leitura anatómica do mosassauro e as radicais implicações que ela teve na interpretação dos seus movimentos natatórios foram publicadas num artigo na revista científica PLoS One na semana passada.

Os mosassauros foram assim chamados porque os primeiros fósseis destes répteis marinhos foram descobertos junto ao rio Mosa, na Holanda, ainda no século XVIII. No entanto, os fósseis que agora foram objecto do novo estudo, são bem mais recentes. Foram descobertos no Kansas, (EUA) em 1969, e pouco depois adquiridos pelo Museu de História Natural de Los Angeles, onde têm estado desde então.

Os quatro autores do estudo - Johan Lindgren, da Universidade de Lund, na Suécia, Michael Caldwell e Takuya Konishi, da universidade canadiana de Alberta, em Edmonton, e Luis Chiappe, o director do Museu de História Natural de Los Angeles - fizeram uma avaliação exaustiva dos fósseis incrustados em quatro lajes de rocha, que contêm a quase totalidade de um espécimen que tem mais de seis metros de comprimento e que "é o mais bem preservado que se conhece no mundo" desta espécie extinta, como explicou o coordenador do estudo, o sueco Johan Lindgren.

Nas lajes, além de grande parte do esqueleto, os investigadores encontraram restos das escamas externas do animal, marcas coloridas da pele, restos do conteúdo do estômago, com peixes, e ainda vestígios bem delineados de uma cauda.

Os cientistas conseguiram demonstrar no seu estudo que a forma do corpo do platessauro e a sua terminação, já na forma de barbatana caudal, evoluíram muito cedo nos mosassauros e que estes eram melhores nadadores do que até agora se supunha. "Este fóssil mostra a evolução em acção e como um design de sucesso se desenvolveu em vários grupos no mesmo ambiente", adiantou por seu turno Luis Chiappe, sublinhando que com este estudo que "fica também demonstrado o potencial para novas descobertas que desafiam as teorias estabelecidas"

DN

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