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Radio Viseu Cidade Viriato
sexta-feira, 7 de maio de 2010
"Este treinador enterrou o Académico"
Frontal e corrosivo, o presidente do Académico de Viseu Futebol Clube não poupa o treinador António Borges depois da descida à 3.ª Divisão Nacional, responsabilizando-o mesmo pelo sucedido ao clube, em todos os aspectos.
Em declarações ao Diário de Viseu, António Albino revela que tanto treinador como adjunto tinham contratualizado um prémio por conseguirem colocar a equipa no 1.º lugar e outro por conseguirem a subida.
"Quando contratei este treinador, contratei-o com o pensamento de que fosse, de facto, o ideal para que o clube conseguisse a manutenção. Na altura, falei-lhe nos primeiros lugares [4.º ou 5.º] e ele mostrou-se até ofendido dizendo que não lutava por esses lugares, que iria lutar pelo primeiro, juntando a exigência dos prémios".
Ultrapassado o período de encantamento da nova aquisição, mesmo junto dos jogadores, as dificuldades depressa regressaram e o presidente confirma que pensou dispensar o técnico.
"A determinada altura pensei em demiti-lo, é verdade. Não o fiz porque, primeiro, ele tem um contrato profissional e haveria lugar a uma indemnização se isso acontecesse e, depois, porque não sabia se desceria na mesma, não querendo ser por isso responsabilizado por criar instabilidade com a troca de treinadores. Hoje, perante os factos, arrependo-me de não o ter demitido".
Jogadores cantavam
o hino nos treinos
António Albino revelou ainda algumas situações que lhe causaram estranheza sob o ponto de vista da orientação dos treinos. O dirigente lamenta que o treino fosse quase sempre a 'meio-campo' e que o treinador tudo fizesse para que elementos da Direcção não assistissem ao mesmo.
"Ele [António Borges], sempre marcou os treinos com a preocupação de que eu ou qualquer elemento da Direcção não assistisse ao mesmo. Passou a ter dois treinos por dia, dispensou jogadores porque não podia treinar nesse sistema até que tive de intervir e passar os treinos para mais tarde [18h00] de modo a que também a Direcção acompanhasse a evolução da equipa. Depois, os treinos eram uma autêntica brincadeira. Para além da equipa só treinar, praticamente, a meio-campo, num treino o treinador chega ao desplante de obrigar três jogadores a cantarem o hino nacional para a equipa".
O presidente academista lamenta que tenha dado todas as condições ao técnico e que isso nunca tenha permitido um campeonato mais tranquilo ao clube.
"Tudo o que o treinador me pediu para salvar o Académico eu consegui dar-lhe, sempre com a ideia de ficar nos primeiros lugares. Não se fez um esforço maior no orçamento porque também não se podia, mas ele alterou a equipa conforme quis, alterou os treinos e a única coisa que conseguiu foi enterrar o Académico".
Demasiada confiança
Sobre a aplicação dos jogadores, António Albino não lhes aponta o dedo mas estranhou a prestação do último encontro.
"Senti que os jogadores deram quase sempre o máximo excepto no jogo com o Esmoriz em que, realmente, estranho a forma como jogaram. O que me parece, também, é que o treinador deu tanta confiança aos jogadores que quando quis controlá-los não conseguiu". Albino confirma que tem sido muito complicado digerir a ideia de voltar à 3.ª Divisão Nacional e sublinha não estar habituado a perder.
"Não estou vocacionado para perder. Não estou, nem quero estar, habituado a isso e quem me conhece sabe bem disso. Custou-me muito ver o que construímos cair assim porque tenho sofrido por dentro, silenciosamente, nos últimos tempos. Não estranho a 3.ª Nacional porque já lá estive dois anos e sei como preparar a equipa para isso. Agora, é ponto assente que o nosso objectivo é subir já no próximo ano. Viseu merece melhor e quero acreditar que mais vale dar um passo atrás para depois dar dois para a frente".
Quanto à continuidade dos jogadores para a próxima temporada, António Albino ignora uma eventual razia no grupo de trabalho, apelando, antes, ao coração dos atletas.
"Gostaria de ver todos estes jogadores no plantel da próxima época para provarem, a mim e aos sócios, que isto não passou de um acidente de percurso e que todos têm muito valor".
Ainda sobre o blackout, decretado algures a meio da temporada com objectivos obscuros, Albino garante que este partiu do treinador e que a Direcção não foi tida nem achada na decisão.
"O blackout partiu do treinador porque a mim ninguém me cala. A Direcção não teve qualquer intervenção no mesmo e tomámos conhecimento pela comunicação social. Não tenho dúvidas de que foi ele que obrigou os jogadores a estarem calados".
Sem avançar nomes, até porque garante ainda não os ter, o presidente do Académico lá adianta que o próximo técnico terá de ter "muita ambição".
"O próximo treinador tem de ter muita ambição para poder projectar este Académico à dignidade que merece, de forma a que os viseenses se orgulhem dele".
O dirigente garante que muito em breve será conhecido o sucessor de António Borges que, por enquanto, cumprirá o contrato até ao fim.
DV
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