Tudo terá acontecido durante as férias de Verão de 2003, segundo conta ao CM Lúcia Dias, mãe da jovem. Emigrada na Suíça, deixou a filha vir passar férias a Portugal com familiares. A partir de determinada altura começou a estranhar a reacção da menina sempre que lhe telefonava. "Pedia-me para a vir buscar porque tinha medo, mas sempre pensei que fosse uma birra", recorda.
Com o regresso da criança à Suíça, Lúcia Dias detectou "comportamentos estranhos" por parte da filha, que a levaram a procurar ajuda. "Fez psicoterapia durante três anos porque estava muito agressiva. Batia nos colegas de escola, começou a urinar na cama e escondia o corpo de mim e do irmão", conta a mãe, que só este ano teve a explicação para tais atitudes, quando a filha contou o que se tinha passado em Portugal. "Nunca associei a uma coisa destas. Isto é um pesadelo", afirma, revoltada.
Segundo a versão da vítima, relatada ao CM pela mãe, "ela estava no anexo de um café a brincar às escondidas com outras crianças quando um homem a agarrou e lhe introduziu o pénis na boca, tendo-lhe, ainda, tirado as cuecas para a tentar penetrar, mas ela começou a gritar e ele fugiu".
"Morri por dentro quando a minha filha me contou isto. Fiquei com uma raiva muito grande e logo no dia seguinte enviei a denúncia para a PJ", lembra Lúcia Dias.
O caso está agora a ser investigado pela PJ de Coimbra. Lúcia Dias espera que se faça justiça: "Não pode ficar assim. A minha filha ainda hoje tem medo de estar sozinha e tem pesadelos". Apesar de ter tido acompanhamento médico desde os 11 até aos 15 anos, "a minha filha será sempre traumatizada", conclui.
PORMENORES
CASOS REGISTADOS
A Polícia Judiciária investigou, em 2008, 1542 casos de abuso sexual de menores em Portugal, 995 dos quais foram contra crianças com idade inferior a 14 anos.
‘SALAS AMIGAS’
Para investigar este tipo de crimes, a PJ tem brigadas especializadas e criou as ‘salas amigas’ destinadas às crianças que são vítimas de abusos sexuais.
ALICIADOS NA NET
O número de processos relativos a casos de menores aliciados através da internet tem vindo a aumentar, segundo os dados da PJ. As vítimas são aliciadas a exibirem-se e despirem-se perante câmaras de vídeo.
ABUSOU DE SOBRINHA
O Tribunal da Marinha Grande condenou a sete anos de cadeia um empregado fabril, de 40 anos, por abuso sexual de uma sobrinha. A menina tinha sete anos quando foi abusada, mas só contou à mãe sete anos depois, o que desencadeou o processo.
CM
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