Recentemente constituída, a Associação Aldeias de Magaio ficou responsável pela coordenação de actividades de promoção cultural, ambiental, social e económica nas zonas serranas do concelho, integrando os seus órgãos sociais membros das associações culturais e recreativas das várias aldeias.
"São os representantes das aldeias que se estão a juntar neste projecto, obviamente enquadrado por um sentido estratégico e por um conjunto de actividades que pretendemos desenvolver", explicou à agência Lusa o presidente da Associação Cultural de Nodar, Luís Costa.
O objectivo é que, "em vez de cada uma das estruturas ter o seu próprio pequeno projecto, que nunca terá a escala desejada", trabalhem em conjunto. Aldeia, Candal, Póvoa das Leiras, Manhouce, Gamoal, Covas do Monte, Covas do Rio, Fujaco, Bordosedo, Pena, Nodar, Sequeiros, Sete Fontes, Rompecilha e Macieira são as aldeias que integram o projecto.
"São aldeias muito diferentes entre si, cada uma tem as suas características, quer humanas, quer geográficas. Mas, no fundo, elas partilham do mesmo isolamento, de uma certa tradição, de um certo modo de vida que ainda subsiste", frisou.
Apesar das vozes que dizem que "estas aldeias já estão praticamente mortas, já estão a desaparecer", Luís Costa tem uma certeza: "estas aldeias têm vida".
Isto porque, explicou Luís Costa, ainda têm "gente nova" e, mesmo predominando as actividades tradicionais ligadas à agricultura e ao gado, "hoje em dia estas aldeias já acabam por ter também outro tipo de profissões".
"Já interligam as actividades mais tradicionais com novas actividades. Vão havendo aqui e ali algumas oportunidades de trabalho na construção civil, muita gente trabalha na câmara, nos serviços de apoio social. Portanto, há alguns motivos para estas aldeias não desaparecerem", considerou.
Segundo Luís Costa, há aquelas que vivem "de um modo muito mais arcaico", de que é exemplo Covas do Monte, uma aldeia encravada no vale onde 58 pessoas convivem com cerca de duas mil cabras que diariamente sobem os montes, guardadas à vez pelos vários donos.
"Há outras que estão num processo intermédio, já articulam elementos tradicionais com elementos mais modernos", afirmou, dando como exemplo Nodar, cujas casas ainda são de xisto, "mas as pessoas vão tendo outras profissões", ou Sequeiros e Macieira, que têm "pessoas que vão e vêm todos os dias a S. Pedro do Sul" para trabalhar.
A Associação Aldeias de Magaio pretende dar sequência a actividades ambientais, recreativas e culturais que já vinham sendo desenvolvidas, mas também quer "definir um plano estratégico".
"O ponto fundamental é haver uma linha de rumo muito clara", frisou Luís Costa, referindo que será com base no plano estratégico que vão definir os investimentos a realizar.
DV
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