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Radio Viseu Cidade Viriato

sábado, 29 de maio de 2010

Allan Sharif confessou ter burlado entidades financeiras estrangeiras


O luso-americano Allan Sharif confessou no Tribunal de Mangualde, ter burlado instituições financeiras nos Estados Unidos da América (EUA), Canada e vários países da Europa, através do uso fraudulento do sistema de transferências monetárias das empresas Western Union e Moneygram.
O principal arguido do processo que também coloca no banco dos réus o seu tio, além de quatro filhos, o genro e um funcionário deste último, explicou ao pormenor a forma como realizava as burlas, fazendo-se passar por empregado da empresa responsável pelo apoio técnico dados à Western Union e Moneygram, negando o recurso a ameaças.

"...eu mostro-lhe
como se faz"
"Era tão fácil que não era preciso nada disso", assegurou ao colectivo de juízes. "Ponha-me um computador à frente e eu mostro-lhe como se faz", acrescentou Allan Sharif, garantindo que apenas necessitava de acesso à Internet e de um telefone.
O réu admitiu que tudo começou com a chegada de um "velho conhecido" a Portugal: Timothy Von Kaay. O arguido explicou que já se conheciam desde 2000, altura em que terão realizado esquemas idênticos nos EUA e que o levaram a fugir para Portugal em 2003. Dessa actividade económica tinham resultado mais de três milhões de euros depositados em contas off-shore no Paquistão.
Quando Timothy Von Kaay chegou a Portugal em 2007, o objectivo seria o de utilizar esse dinheiro na compra de terrenos e empresas nas zonas de Mangualde e Fornos de Algodres, mas a conta tinha sido bloqueada, pelo que decidiram regressar aos esquemas de burla financeira.
Allan Sharif adiantou que tudo só foi possível graças à presença de Timothy Von Kaay, por este ter em sua posse software específico para iludir o sistema informático das empresas de transferências monetárias, além disso, revelou que o cúmplice contava com um homem da sua confiança no interior da Western Union, um cunhado que já tinha sido útil noutras alturas, e que ajudava quando havia problemas nas transferências devido aos fusos horários.
Quanto a movimentações de verbas dos EUA para países da Europa que não Portugal, o réu disse que a partir de uma certa altura as transferências para o nosso país estavam bloqueadas, pelo que era preciso reencaminhá-las para outros destinos, entre os quais Espanha.

Tio e primos não
sabiam de nada
Quanto ao envolvimento dos restantes arguidos nos crimes - realizaram a maioria dos levantamentos - Allan Sharif explicou que nenhum deles sabia que a origem do dinheiro era criminosa.
"O meu tio estava convencido de que o dinheiro era proveniente da venda de uma quinta em Rio Torto. Ele chegou a assinar um contrato de promessa de compra e venda com o Timothy Von Kaay e explicámos que o pagamento era feito em pequenas tranches para que o negócio não fosse detectado pelas Finanças dos EUA, permitindo assim fugir aos impostos", garantiu.

Dinheiro servia para
alimentar vício do jogo
Allan Sharif, que testemunhou com os restantes arguidos fora da sala de audiências, explicou ao colectivo de juízes que o dinheiro servia para alimentar o vício do jogo nos casinos do país e para iniciar uma parceria empresarial com Timothy Von Kaay.
O arguido vai continuar a ser ouvido na próxima sessão do julgamento, marcada para o dia 4 de Junho, às 9h30, já que ontem não foram esclarecidas todas as dúvidas existentes. Nessa data, e se não houver necessidade de ouvir novamente algumas das testemunhas que já passaram pelo tribunal, também deverão ser feitas as alegações finais.

DV

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