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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Poluição sonora no mar causada pelos humanos afecta os peixes

Poluição sonora no mar causada pelos humanos afecta os peixes

Grupo de investigadores admite que algumas populações de bacalhau e atum do Atlântico já estão a mudar de casa para fugir ao nível crescente de ruído no meio marinho.

O mundo submerso é tudo menos silencioso e, ao contrário do mito, os peixes ouvem. Alguns deles ouvem até muito altas frequências. É por isso que o ruído crescente provocado pelas actividades humanas nos oceanos, que vão da navegação às actividades de pesca e das plataformas de exploração petrolífera às de gás natural, causam um forte impacto na vida marinha.

O alerta é de um grupo internacional de cientistas, coordenado por Hans Slabbekoorn, da universidade holandesa de Leiden. A sua equipa publicou um artigo na Trends in Ecology and Evolution, no qual explica que os níveis crescentes de ruído nos oceanos estão a afectar os peixes em várias frentes: na reprodução, na distribuição e na comunicação e defesa contra predadores.
"O nível e a distribuição do ruído submarino estão a aumentar à escala global, mas [o problema] recebe muito pouca atenção", afirmou Hans Slabbekoorn, citado pela BBC News, sublinhando que "as pessoas partem do princípio que o mundo dos peixes é um mundo silencioso".

Nada mais falso, como explica a equipa. Os peixes também têm o sentido da audição. Na verdade, até hoje, todos os peixes testados demonstraram ter um órgão auditivo. Em algumas espécies trata-se de um órgão interno, noutras é externo, localizado na zona lateral do corpo.

A amplitude das frequências que os peixes conseguem ouvir também varia consoante as espécies, mas a maioria consegue detectar sons entre 30 e 1000 Hz. Há outros que ouvem sons bem mais agudos, que andam entre 3000 e os 5000 Hz.

Além de ouvirem bem, os peixes têm vivências básicas associadas aos sons. A reprodução é uma delas, e a comunicação como defesa contra predadores é outra. Por isso a crescente poluição sonora que as actividades humanas estão a causar no mundo subaquático já poderão estar a afectar estas actividades básicas em inúmeras espécies.

Há sinais, nomeadamente, de que algumas espécies do Atlântico, como o arenque, o bacalhau ou o atum, poderão estar a mudar de "casa", para fugirem ao ruído causado pelas actividades humanas costeiras. E, se bem que o impacto das pescas nas populações de peixes "seja muito mais devastadora" do que o da poluição sonora, como admitem os investigadores, a verdade é que os dois factores associados poderão em conjunto potenciar-se mutuamente, causando danos maiores a algumas populações de peixes.

DN

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