Especialistas da universidade da Florida estudaram 50 anos de estatísticas de ataques de tubarões nas costas da Florida e fizeram retrato-robô das ocorrências
Atacam sobretudo ao domingo, pela lua nova, em águas profundas, de preferência mergulhadores ou nadadores vestidos com fato banho ou de mergulho negro e branco. Estas são as condições certas para os ataques dos tubarões, diz um grupo de investigadores da universidade da Florida, que estudou estatísticas e fez observações para chegar a esta conclusão.
A equipa, coordenada pelo investigador George Burgess, avaliou 50 anos de estatísticas recolhidas na região de Volusia, na Florida (no Sudeste), que é conhecida como "a capital dos ataques de tubarões no mundo". Entre 1999 e 2008, um em cada cinco ataques de tubarões no mundo aconteceu naquela faixa de costa com 75 quilómetros de extensão.
Ao longo de um ano, a equipa de George Burgess fez observações naquela zona de praias de areia branca e fina, onde as ondas grandes atraem os surfistas, mas também os predadores, sobretudo entre os meses de Maio e Agosto. Agosto é mesmo o mais perigoso.
Entre 1956 e 2008, registaram-se ali 231 ataques de tubarões. A maioria das vítimas (60% das quais eram surfistas) foi mordida numa perna. A maioria dos ataques ocorreu ou de manhã muito cedo ou ao fim da tarde, quando as ondas são mais fortes.
"A maioria dos ataques ocorre durante a lua nova, e a seguir na lua cheia", explicou George Burgess, sublinhando ser "provável que as fases lunares influenciem os movimentos e os ciclos reprodutivos dos peixes, que são a fonte de alimento dos tubarões".
Agosto é o mês no qual se registam mais ataques de tubarões, por simples razões estatísticas segundo o estudo. É durante aquele mês que maior número de banhistas se concentra nas praias.
Mergulhar e bater os pés são movimentos que atraem os tubarões, previnem os investigadores que sublinham igualmente que a maioria das vítimas usavam fatos de banho brancos e pretos ou brancos e amarelos, num sinal de que estes predadores vêem bem os contrastes.
Os autores do estudo sublinham igualmente que a maioria destas ocorrências são mordeduras, mais do que verdadeiros ataques. "Chamar-lhes ataques é provavelmente uma designação incorrecta, já que as consequências não são em geral mais graves do que as de uma mordedura de cão", adianta o coordenador do estu- do.
Neste caso da costa da Florida, "não se trata do mesmo tipo de mordeduras dos tubarões que têm entre três e seis metros e atacam na costa californiana. Os tubarões na Florida são mais pequenos".
DN
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