Investigadores e técnicos, em representação dos cinco continentes, subscreveram, ontem, em Mirandela, um documento estratégico no qual estão incluídas diversas medidas para enfrentar a próxima seca que "poderá ser pior do que a de 2005".
A redução de perdas nos sistemas de abastecimento de água e a melhoria do uso da água na agricultura "são dois aspectos essenciais para preparar Portugal para a próxima seca", avança o presidente da Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Norte.
António Guerreiro de Brito revela que estas são duas das medidas da "Declaração de Mirandela" que vai ser entregue ao Ministério do Ambiente e que foi o resultado do simpósio internacional sobre a gestão de bacias hidrográficas e respostas à escassez de água e secas em futuros climáticos incertos, promovido pela Sociedade Portuguesa de Simulação Ambiental e Avaliação de Riscos, com o apoio da UNESCO, no quadro do Programa HELP.
"Temos de pensar que a próxima seca poderá ser pior do que a de 2005 e temos de estar preparados para isso, caso contrário não estaremos numa posição muito favorável para a enfrentar", explica o presidente da ARH Norte, revelando que já começaram os trabalhos de preparação do Plano de Gestão da Bacia Hidrográfica do Douro, que incluem 876 massas de água e que deve estar concluído em 2011. "O que faz a diferença em relação aos planos anteriores é que agora é necessário encontrar o financiamento para a aplicação das medidas", acrescenta António Guerreiro de Brito, no final do simpósio que contou com a presença da ministra do Ambiente.
Dulce Pássaro recusou-se a prestar declarações à Comunicação Social, mas na sessão de encerramento do evento elegeu a gestão integrada dos recursos hídricos como sendo "fundamental para encontrar soluções e eliminar problemas nos domínios em que a água representa a matriz essencial".
Para a titular da pasta do Ambiente, a variabilidade climática "será provavelmente a maior ameaça global que vamos enfrentar no século XXI", pelo que "a nossa estratégia terá de passar pela implementação de medidas de mitigação e aumentar o esforço de adaptação, mesmo que não seja possível quantificar o seu grau de eficácia", concluiu.
JN
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