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Radio Viseu Cidade Viriato

terça-feira, 1 de junho de 2010

Pai suspeito de violar as duas filhas surdas

Uma jovem surda, de 15 anos, foi retirada aos pais por suspeitas de abuso sexual. Da casa onde vivia foram também levados a irmã, grávida e maior de idade, e o filho desta, com apenas quatro anos. O suspeito é o próprio pai das duas raparigas.

O caso está a ser investigado pela Directoria do Sul da Polícia Judiciária (PJ). O pai das raparigas ainda não foi ouvido pelos inspectores, que aguardam pela conclusão de exames periciais feitos às alegadas vítimas.

O caso foi conhecido há poucas semanas quando "Andreia" (nome fictício) contou aos professores o horror que garantiu ter vivido em casa. Depois de mais um dia de aulas, a jovem de 15 anos regressou à modesta habitação, numa freguesia de Faro, onde residia com a família. Desconhecia que aquele seria um dos últimos dias que iria viver em paz.

O pai ter-se-á aproveitado de uma ocasião em que estava sozinho com a filha para acariciar-lhe os seios. Já teria tentado fazê-lo noutra altura, mas a menina conseguiu escapar. Assustada, "Andreia" acabou por escolher como confidente a irmã mais velha, "Gabriela" (nome fictício), também ela surda. Nessa altura, a rapariga de 27 anos terá ganho coragem para revelar um segredo que guardara até então. "Contou que o filho de quatro anos é fruto de uma alegada violação por parte do pai de ambas, tal como o bebé que carrega na barriga", apurou o JN junto de uma fonte ligada ao processo.

"Andreia" temeu que o mesmo lhe acontecesse e, no dia seguinte, desabafou com os professores. O alerta às autoridades não demorou. A situação foi sinalizada, considerada de risco - por haver suspeitas de abuso sexual - e, por isso, urgente. Acompanhados pela GNR, elementos da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) foram à casa da menor para retirá-la aos pais. Segundo uma testemunha, quando viu os militares, "Andreia" apressou-se a ir buscar o bilhete de identidade e correu para a viatura da guarda.

A menina começou por estar inicialmente aos cuidados de uma instituição longe do meio em que está inserida. Actualmente, e por decisão do Tribunal de Família e Menores, está numa outra em Faro, o que permitiu o regresso à escola e ao contacto com professores e colegas. "Andreia", que por ser surda tem necessidades educativas especiais, "está a tentar viver o mais próximo da normalidade e não fala sobre o que aconteceu", soube o JN. Uma tia e a própria mãe tentaram contactá-la na escola, mas estão impedidas por ordem judicial.

Fonte da CPCJ confirmou que a situação está a ser acompanhada, mas oficialmente não foi possível obter quaisquer comentários, uma vez que todos os processos de promoção e protecção são de carácter reservado. Ao que o JN apurou, "Gabriela" também está numa instituição de acolhimento por ter o filho de quatro anos a seu cargo e estar grávida de oito meses.

Fonte da PJ explicou que o pai das raparigas não foi detido e nem sequer ainda ouvido pelos inspectores para dar a sua versão da história. Todos os envolvidos foram sujeitos a exames, tais como testes de ADN para apurar a paternidade da criança de quatro anos e do feto. A intenção dos investigadores será "esperar pelos resultados" e só depois avançar para eventuais novas diligências.

Contactado pelo JN, o pai disse não poder falar sobre as acusações por estar a conduzir. Depois não voltou a atender o telemóvel. O mesmo comportamento teve a mãe, que alegou estar "ocupada a trabalhar".

JN

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