Alunos da Secundária de Vila Nova de Paiva acusam o director de bater no aluno que há uma semana manda fechar, por castigo, numa arrecadação. O responsável não comenta. A família diz que não sabia. Mas reconhece que o rapaz de 15 anos é problemático.
Três alunos do Curso de Educação e Formação (CEF) em Informática da Escola Secundária de Vila Nova de Paiva, colegas do rapaz, de 15 anos, que desde há uma semana tem vindo a ser fechado por castigo numa "espécie de arrecadação", garantiram, ontem, aos jornalistas, que viram o director bater no amigo.
"Ele não fez nada de mal. Apenas se limitou a perguntar ao director por que razão o manda fechar na arrecadação. Em resposta, levou duas bofetadas", garantiu um dos alunos, corroborado por mais dois companheiros, que assistiram à agressão.
Interpelado, ontem, pelo JN, à saída da escola, o director, Luís Taveira, limitou-se a dizer que não prestava declarações.
Companheiros condenam
No final das aulas, alguns dos alunos que frequentam o primeiro de dois anos do CEF em Informática (8.º ano), condenaram o castigo aplicado ao colega desde finais da última semana. Altura em que a directora de turma terá colocado no livro de ponto uma folha onde os professores avaliam o comportamento do aluno.
"Quando acham que ele se porta mal, é levado da sala, no rés-do--chão, e fechado à chave numa arrecadação, com dois ou três postigos, do andar superior. Uma funcionária fica junto à porta", relata indignado outro companheiro.
Os colegas garantem que o jovem fica todo o tempo lectivo sem fazer nada. "Bate com a cabeça nas paredes e, revoltado, já tentou abrir a porta com um arame."
Os companheiros reconhecem que o colega não gosta da escola e quer ir para a Suíça onde viveu até aos 7 a 8 anos. "Mas não é mal educado. E nem sequer causa transtorno nas aulas, porque somos todos iguais", diz outra rapariga. Que acusa ainda outro elemento do conselho directivo, neste caso uma mulher, de fazer ameaças. "Sempre que fala connosco, é para dizer que nos dá "duas galhetas" e nos cola à parede". O padrasto do rapaz disse, ao JN, que não sabia de nada. "Ele nunca nos contou. Mas fui ontem à escola e disseram-me que o põem numa sala, ao lado, para que a turma possa funcionar", diz o homem. Que admite que o enteado é bom miúdo, mas "um pouco revoltado e rebelde". Diferente da irmã, que frequenta o 12º ano da escola sem problemas.
JN
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