Abril de 2012 vai ser um ano de transformação para a nossa forma de ver televisão. Os aparelhos que funcionam com tubos de raios catódicos vão tornar-se obsoletos e os LCD passam a dominar o mercado, uma vez que só eles são capazes de suportar a televisão digital terrestre. As autoridades de reciclagem já se mostram preparadas para tratar de forma ecológica os aparelhos.
O dia 26 de Abril de 2012 será histórico para os resíduos em Portugal. Porquê? É neste dia que, segundo a Anacom, irá estar concluído o processo final de migração do sinal de televisão analógica para o digital. Más notícias para os cerca de 3,5 milhões de televisores CRT (tubo de raios catódicos) que existem no nosso país, pois apenas irão servir para serem reciclados e os seus materiais reutilizados.
"A televisão digital terrestre será uma realidade no futuro em Portugal, o que irá provocar uma substituição maciça de receptores de televisão. A Amb3E, com a sua rede de recepção, logística e unidades de tratamento e valorização existentes, está preparada para a alteração na data em que ela ocorrer", disse ao DN Fernando Lamy da Fontoura, director-geral da Amb3E - Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos.
O processo tem decorrido normalmente em Portugal. Com o advento dos LCD, as pessoas começaram a livrar-se dos obsoletos televisores de tubo de raios catódicos, como explicou Rui Cabral, director executivo da ANREEE - Associação Nacional para o Registo de Equipamentos: "A grande maioria dos equipamentos de televisão recebidos pelas entidades gestoras e posteriormente pelos recicladores são equipamentos de tecnologia CRT, demonstrando que, de facto, tem vindo a assistir-se no mercado à substituição deste tipo de televisores pelas tecnologias mais recentes capazes de responder melhor às exigências da passagem do sinal analógico para o sinal digital."
Mas descansem aqueles que receiam o aumento do lixo, pois a Amb3e já tem planeado o destino dos televisores: "Coexistem actualmente no mercado, e estão em funcionamento, aparelhos de tecnologias, materiais e soluções construtivas diversas. Os metais e uma percentagem significativa de plásticos serão valorizados pela reciclagem."
O grande problema são os tais tubos catódicos que contêm "algumas substâncias químicas nocivas ao ambiente e à saúde pública", como o fósforo, alumínio, paládio ou platina. Por isso há uma preocupação com a sua correcta separação e eliminação, "com o encaminhamento para aterro ou para valorização energética, conforme as respectivas características". Já os materiais recicláveis serão encaminhados de novo para a indústria. Como o nosso país não tem capacidade para absorver esses materiais, a maioria é exportada.
DN
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