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terça-feira, 20 de abril de 2010

O crocodilo que já matou 300 pessoas...

O  crocodilo que já matou 300 pessoas

A vida de um crododilo gigante e do homem que tenta apanhá-lo há quase 20 anos. Apesar de medir sete metros de comprimento e pesar uma tonelada, sendo por isso mais lento que os seus parentes dentro de água, tem conseguido escapar a todas as armadilhas que o francês Patrice Faye lhe monta. O seu nome é conhecido e temido em toda a região porque 'Gustave' continua a matar.

Audifax tem 25 anos e foi um dos poucos que escaparam. Mas não mostra com orgulho a sua perna amputada pelo joelho. Não arranja trabalho, é gozado por todos e as mulheres não querem nada com ele. Não é uma estrela, como o crocodilo que, aos 13 anos, o atacou quando tomava banho no lago Tanganica. Não há nas redondezas ninguém que não saiba a história de Gustave, um monstro de sete metros de comprimento, uma tonelada de peso e a fama de ter matado 300 pessoas nos seus estimados 68 anos.

"Que se saiba, é o maior crocodilo africano, o único que vive tão perto de uma cidade e que, além disso, engoliu centenas de pessoas", contou ao El Mundo o explorador francês Patrice Faye, que há quase 20 anos persegue o animal que, por alguma razão desconhecida, resolveu baptizar de Gustave. "A princípio queria matá--lo. Depois pensei que seria melhor capturá-lo e estudá-lo porque é um espécime magnífico e único", admitiu Faye, que há pouco reconhecia à BBC que Gustave era a sua verdadeira "alma gémea".

Os ataques sucedem-se ao longo da costa norte do lago Tanganica e do rio Rusizi. Em duas semanas pode haver seis ou sete relatos e outras tantas vítimas, antes de os habitantes da região se esquecerem do perigo e voltarem ao seu dia-a-dia na água. Meses ou anos depois, o crocodilo-do-nilo volta a atacar. Como é que Patrice sabe que é ele? Porque além das testemunhas falarem de um animal gigante (os "normais" não chegam a superar os 4,5 metros), mencionam a cicatriz na cabeça. O francês pensa que se trata de uma antiga ferida de bala. Uma das lendas diz que Gustave um dia "engoliu" os tiros disparados pelos soldados.

Tal como os outros crocodilos, este caça de forma oportunista. Se houver comida disponível, vai aproveitar. E o seu apetite por carne humana pode ter começado durante os anos da guerra civil na República Democrática do Congo, durante os quais os corpos das vítimas eram lançados ao rio Rusizi de tal forma que se diz que chegavam a entupir a sua foz.

Actualmente, o seu peso torna--o mais lento que o normal dentro da água, razão pela qual deve preferir atacar os humanos. "Ao ser tão grande, é mais lento e então a sua única opção é caçar presas fáceis e na água não há presa mais fácil que os humanos. Não acho que seja uma questão de gosto, mas uma questão do que pode caçar", disse Faye à BBC.

Segundo Patrice, o início da lenda de Gustave remonta ao início dos anos 1990, quando a população do Burundi (80% de etnia hutu), decidiu dar a alcunha de "Gustave" ao então presidente, o ex-general tutsi Pierre Buyoya. O francês acha que nesse momento a sua cruzada para salvar o gigante começou a ter hipótese de se tornar realidade. E colocou definitivamente de lado a licença para matar que tinha tirado anos antes.

"Nunca tive medo quando fui à procura dele. O que verdadeiramente é para mim aterrador é o dia em que ele decidir vir atrás de mim. Então, sim, terei motivos para me preocupar", disse Faye. E não foram poucas as vezes que o francês lhe tentou pôr as mãos em cima - o mais próximo que esteve foi a dois metros. Para um documentário em 2004 construiu uma armadilha gigante: tinha dez metros de comprimento, dois metros de largura e outros tantos de altura. Não resultou.

Há quatro anos, um jornalista da National Geographic juntou-se a Faye para mais uma tentativa para capturar e estudar a lenda. "Encontrar um crocodilo entre milhares, mesmo um tão chamativo como Gustave, prometia ser tão confuso como encontrar Ussama ben Laden", escreveu Michael McRae. No final, acabou por deixar o Burundi sem medir o gigante ou tirar-lhe amostras de sangue e do ADN, depois do reatar dos combates na fronteira.

Mas a busca continua e o pior pesadelo do francês será ver Gustave capturado por outra pessoa que não ele: "Sentiria como se me tivessem roubado algo. Vou permanecer-lhe fiel e espero que ele faça o mesmo."

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DN

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