“Manso é a tua tia, pá!” diz Sócrates ...

Visivelmente irritado com as acusações de Francisco Louçã, o primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou: “Manso é a tua tia, pá!”

Parlamento: Troca acesa de palavras entre Sócrates e Louçã.

A discussão em torno dos salários dos gestores públicos provocou ontem no Parlamento uma acesa troca de palavras entre José Sócrates e Francisco Louçã, que terminou com o primeiro-ministro irritado: "Manso é a tua tia, pá!"

Os microfones não captaram o som, mas as imagens das câmaras da Assembleia da República não deixam qualquer margem para dúvidas. Quando o deputado do BE afirmou que Sócrates estava 'um pouco mais manso' nas suas intervenções, o chefe do Governo, visivelmente irritado, atirou: 'Manso é a tua tia, pá!' Louçã pediu de imediato a Sócrates para não baixar o nível do debate. Confrontada com a atitude do primeiro-ministro, a Presidência da República recusou comentar.

No debate, Sócrates confessou que os salários dos gestores públicos causam 'embaraço' ao Governo e condenou a 'escalada gananciosa' dos seus ordenados. E garantiu que o Estado vai votar contra o pagamento de bónus em empresas públicas ou com participação pública, como é o caso da EDP, e exigir a redução de salários em 5%. Sócrates rejeitou ainda a revisão do PEC e recusou qualquer aumento de impostos.

MANUELA E ARNAUT PERPLEXOS

A afirmação de José Sócrates no Parlamento apanhou de surpresa os deputados. Manuela Ferreira Leite, que estava sentada na última fila do plenário, perguntou a José Luís Arnaut, sentado ao seu lado: 'O que é que ele disse?' O social--democrata franziu as sobrancelhas e encolheu os ombros.

PORMENORES

COMBUSTÍVEIS

Apesar de estar 'preocupado' com o aumento do preço dos combustíveis, Sócrates dá voto de confiança à Autoridade da Concorrência.

MAIS-VALIAS

Governo aprova na próxima quinta-feira, no Conselho de Ministros, a tributação das mais-valias.

REVER CONSTITUIÇÃO

Sócrates considera que a revisão da Constituição não é prioritária, mas está disponível para o debate desde que o Estado social não seja enfraquecido.

CM