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Radio Viseu Cidade Viriato

sábado, 24 de abril de 2010

Condenado a 19 anos de prisão e ao pagamento de 161 mil euros...


Chegou ontem ao fim, no Tribunal Judicial de Viseu, o julgamento do indivíduo que a Polícia Judiciária deteve em finais de 2008 como principal suspeito da morte de uma angariadora imobiliária, brutalmente assassinada no dia 15 de Dezembro daquele ano, num apartamento do Bairro de Santa Eugénia, em Viseu.
O tribunal de jurados condenou Alfredo Azevedo, de 42 anos, casado, pai de três filhos e desempregado, a mais de 19 anos de prisão de prisão pelo crime de homicídio qualificado e a 10 meses de prisão pelo crime de furto simples, o que resultou no cúmulo jurídico de 19 anos e três meses de prisão efectiva. Além disso, será obrigado a indemnizar o marido e os dois filhos da vítima em mais de 161 mil euros, por danos morais e patrimoniais.
Os três juízes e os quatro jurados consideraram ter ficado provado que o arguido matou a angariadora imobiliária Dulce Moreira, na casa de banho de um apartamento que esta lhe foi mostrar no Bairro de Santa Eugénia, em Viseu, "agarrando-a por trás e degolando-a", cortando-lhe a carótida e a jugular. A vítima terá tentado resistir, o que explica os ferimentos defensivos - pequenos cortes - na mão esquerda. De seguida, fechou à chave a casa de banho, onde se encontrava o corpo e levou a carteira da vítima, com mais de 200 euros e um telemóvel.
Na opinião do tribunal, não surgiu, durante o julgamento, que se prolongou por cinco meses, "qualquer outra hipótese plausível" para o que poderá ter acontecido, lembrando que foram descobertas inúmeras incongruências nas declarações do arguido às autoridades e também durante a reconstituição na qual participou de livre vontade. Nomeadamente no quer diz respeito aos locais onde o réu disse ter estado na hora do crime e que se provaram não corresponderem à verdade.
O que mais terá contribuído para a condenação de Alfredo Azevedo foram os telefonemas realizados do seu telemóvel para o telefone da vítima no dia do crime, como está explicado no acórdão lido pelo juiz-presidente.
Segundo o documento, ligou-lhe de manhã da zona de Abraveses, onde tinha estado a ver uma moradia em banda com outra agente imobiliária, e outra vez às 11h45 , altura em que Dulce Moreira estava a tomar café com uma amiga, saindo à pressa ao mesmo tempo que explicava que se tratava do cliente com o qual ia ver o apartamento no Bairro de Santa Eugénia. A poucos metros da esquadra da PSP entrou no carro do seu homicida, acabando por falecer pouco tempo depois.

Pena máxima
No final da leitura da sentença e questionado pelos jornalistas, o marido de Dulce Moreira, João Gentil, considerou que deveria ter sido condenado à pena máxima (25 anos) pelo que fez. A mesma opinião tiveram os filhos da vítima, que afirmaram ter-se feito justiça, embora a pena de prisão a aplicar deveria ter sido a pena máxima.
"Acabou", desabafou um deles, enquanto saia do tribunal.
Quanto à possibilidade de recorrer, João Gentil referiu que essa é uma decisão que caberá ao advogado tomar depois de uma análise mais pormenorizada do acórdão.
O advogado de Alfredo Azevedo, Nuno Lopes, recusou fazer qualquer tipo de comentário sobre o processo, mas garantiu que irá recorrer da sentença.

Arguido chorou,
abraçado à filha
No que diz respeito a Alfredo Azevedo, que durante todas as sessões do julgamento assistiu em silêncio às declarações das inúmeras testemunhas, mostrou alguma emoção, chorando nos braços da filha mais velha, que assistiu à leitura do acórdão, antes de ser algemado e transportado para o Estabelecimento Prisional de Viseu, onde já se encontra, desde Fevereiro deste ano, depois de a medida de coacção lhe ter sido alterada de prisão domiciliária para prisão preventiva por existência de risco de fuga.
A mulher, que só através dos investigadores da Polícia Judiciária ficou a saber que, à altura dos factos, o marido estava desempregado há vários meses e que a traiu com várias mulheres num bar de alterne, não assistiu à leitura do acórdão.

DV

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