Funcionários do Pentágono com acessos de segurança muito elevados usaram computadores do trabalho para comprar e consumir pornografia infantil, revelou uma inspecção oficial. Entre os departamentos envolvidos, contam-se o de investigação avançada, que concebe novos armamentos, e a Agência Nacional de Segurança (NSA), responsável pela espionagem electrónica.
O número exacto de funcionários detectados não foi revelado no relatório, mas a porta-voz do Pentágono explicou que esse número rondava as duas dezenas. O jornal Boston Globe fala em 30 casos investigados e escreve que o relatório do inspector considerou que a situação envolvia riscos de segurança, pois os suspeitos tinham acesso a instalações militares sensíveis e eram vulneráveis a chantagem ou ameaças.
Estas situações surgiram no âmbito de uma investigação mais alargada, que dura há quatro anos, e que já permitiu identificar mais de cinco mil consumidores de pornografia infantil nos Estados Unidos. Vários casos citados no relatório da inspecção não são recentes e já foram julgados.
Entre os suspeitos e acusados havia funcionários propriamente ditos do Ministério da Defesa, incluindo militares, mas também de empresas que trabalham para o Pentágono. Era o que acontecia com um trabalhador da Oracle, com acessos top secret no âmbito de trabalhos para a NSA. Quando este homem percebeu que as autoridades o tinham detectado, contaminou vários computadores no seu local de trabalho, tentando baralhar os investigadores.
Este suspeito acabou por fugir para a Líbia, mas foi preso e extraditado para os EUA. Para ele, a história deverá terminar no tribunal, com uma acusação de uso de propriedade do Governo para aceder a pornografia infantil. Para já, o referido funcionário está suspenso sem salário. Outro suspeito tinha acesso a satélites espiões americanos e foi entretanto retirado das funções, para um trabalho menos sensível.
Os investigadores afirmam que será difícil condenar alguns dos elementos detectados nesta investigação. Em certos casos, não é possível estabelecer a idade exacta das crianças que surgem nas imagens pornográficas, inviabilizando a acusação. Existe ainda a situação em que as imagens não permitem concluir se as crianças foram mesmo abusadas.
DN
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