Um crocodilo-do-nilo ou um suricate do Kalahari podem ser vistos na região alentejana, onde os desafios da Natureza estão bem representados em três espaços temáticos
Crocodilos-do-nilo, girafas, tigres, piranhas-vermelhas, rãs-seta-venenosas e até uma anaconda proveniente da bacia amazónica … No Alentejo "profundo" não faltam animais selvagens à espera de uma visita.
Inaugurado há 11 anos, numa área de 90 hectares em Vila Nova de Santo André, o Badoca SafariPark foi visitado em 2009 por cerca de 110 mil pessoas e conta hoje com 300 animais selvagens. Entre os mais recentes incluem-se duas crias de girafa, com cerca de um ano e meio de idade, chegadas em Junho de Zlin Zoo, um parque congénere da República Checa.
Pela herdade já andava um macho, que agora passa a ter companhia. "O nosso objectivo é aumentar as colecções de animais e promover a diversidade genética, através da aposta em animais da mesma espécie mas de diferentes origens", diz Margarida Brás, a Relações Públicas do Badoca. "Impulsionar a reprodução das espécies é outra prioridade, sendo uma das vias através das quais concretizamos a nossa missão de conservação e preservação de espécies."
Além do safari, o parque tem outras atracções, como o parque dos primatas ou um rafting africano a bordo de um barco pneumático que percorre 500 metros em águas turbulentas. Entre as novidades deste ano incluem-se duas crias de arara-azul-e-amarela, as últimas que nasceram na herdade e que apresentam um "excelente desenvolvimento".
Quando chegaram ao Monte Selvagem - parque que abriu portas em Maio de 2004, num montado tipicamente alentejano de sobreiros e azinheiras próximo de Lavre, Montemor-o-Novo -, em pleno Inverno, os cinco crocodilos-do-nilo, cada um com mais de cinco metros de comprimento, mal se mexiam. "Durante o Inverno estão em semi--hibernação pois, como são répteis, precisam de temperaturas quentes", diz Diogo Pinto Gouveia, director técnico do Monte Selvagem. A chegada do calor pôs os crocodilos em movimento, transformando- -os nas "novas estrelas" do parque.
À espera dos visitantes, em cerca de 20 hectares, estão 450 animais, de 80 espécies, entre as quais se inclui outra novidade: dois suricates originários do deserto do Kalahari. "Queremos contribuir para a preservação da biodiversidade, e, nos momentos de lazer que as crianças das escolas e as famílias aqui passam, tentamos que sintam a maravilha que é a natureza, para terem vontade de a proteger", refere Ana Paula Santos, directora-geral do parque cujos animais são provenientes de outros zoos ou encaminhados pelos serviços de protecção da natureza.
Ali bem próximo fica o Fluviário de Mora, considerado o melhor museu de 2008, pela Associação Portuguesa de Museologia, e que este ano assinala o seu terceiro aniversário.
Um casal de lontras asiáticas (o macho apelidado de Ronaldo, e a fêmea de Mariza) faz as delícias da criançada, mas entre os 500 peixes, de 55 espécies diferentes, algumas delas em risco de extinção, há muito mais para ver. Por exemplo: piranhas e anacondas oriundas do Brasil, uma enguia-dinossauro dos grandes lagos africanos, ou o esturjão, uma espécie já desaparecida dos rios portugueses.
DN
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