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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Dois milhões de vacinas da gripe A por devolver

Dois milhões de vacinas da gripe A por devolver

O Ministério da Saúde quer anular o resto da encomenda ou reconvertê-la em vacinas da gripe sazonal.

A poucos dias de a Organização Mundial de Saúde anunciar o fim da pandemia da gripe A, o Ministério da Saúde tenta livrar-se dos dois milhões de vacinas que ainda estão por receber. As negociações com o fabricante, a GlaxoSmithKline (GSK) arrastam-se desde o início do ano. Da encomenda inicial de seis milhões de vacinas, Portugal já recebeu dois milhões e conseguiu anular a vinda de outros dois.

Perante o reduzido impacto da gripe A e a fraca adesão à vacinação, apesar dos muitos apelos feitos pela Direcção-Geral da Saúde, o ministério procura a todo o custo anular o que falta receber da encomenda inicial, de seis milhões de vacinas, à GSK. "As negociações estão a decorrer", disse ao DN fonte do Ministério da Saúde. Resposta idêntica deu o laboratório.

O objectivo é evitar a entrega das vacinas que faltam ou, então, reconvertê-las em vacinas da gripe sazonal, a serem usadas este Inverno. É possível que as negociações demorem mais algum tempo, já que o sucesso de Ana Jorge está dependente do resultado das negociações de outros países europeus, como a França, que também querem anular encomendas.

Até ao momento, Portugal recebeu dois milhões de vacinas que foram pagas na totalidade: cerca de 15 milhões de euros. Destas, só 700 mil foram utilizadas. "As restantes serão usadas para a gripe sazonal, já que o vírus continua em circulação", afirmou ao DN Graça Freitas, subdirectora-geral da Saúde.

Ao contrário do que aconteceu nos Estados Unidos, que destruiu 40 milhões de doses por falta de validade, em Portugal esse problema não se coloca. "As nossas vacinas são diferentes e têm um prazo de validade de dois anos", disse Graça Freitas. Os medicamentos que foram entregues começaram a ser produzidos em Agosto do ano passado, o que significa que têm ainda um ano de validade.

Esta foi uma pandemia polémica. As estatísticas reveladas pela OMS, com milhões de infectados e mortos em todo o mundo, ficaram muito aquém da realidade. Em Abril, havia cerca de 18 mil mortes. A gripe sazonal mata cerca de 500 mil pessoas por ano.

A forma como a pandemia foi divulgada e o alarmismo que se gerou levantaram suspeitas sobre a relação entre a OMS e as farmacêuticas, levando a assembleia parlamentar do Conselho da Europa a publicar um relatório em que afirma que a pandemia nunca existiu.

"Esta situação devia ser um caso de estudo sobre tudo o que não se deve fazer. Alarmaram-se as pessoas a nível mundial, sem justificação. É fácil ver isso agora e podia ter sido visto antes. Houve problemas na gestão do risco, com uma sobre--reacção à situação. Nada levara a crer que seria algo péssimo", disse ao DN António Vaz Carneiro, director do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência.

As críticas não ficam por aqui. "A comunicação foi um desastre total. A OMS devia ter tido uma posição cuidada e ponderada. Não é assim que se fazem as coisas. A OMS reagiu mais politicamente, obrigando os governos a fazer o mesmo", afirmou o médico, esperando que se aprenda com os erros do passado.

DN

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