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segunda-feira, 12 de julho de 2010

10% dos jovens portugueses admitem não usar preservativo

10% dos jovens portugueses admitem não usar preservativo

Dados de 2010 revelam uma diminuição acentuada do número de alunos que não usam protecção. Em 2002 eram 30% os que não usavam, e em 2006 eram 18%.

O número de jovens que não usam preservativo durante as relações sexuais tem vindo a descer desde 2002. Um estudo realizado este ano revela que apenas 10% admite não se proteger. Uma quebra "acentuada", sublinha a coordenadora da investigação Margarida Gaspar Matos, lembrando que em 2002 eram 30% os jovens que não usavam protecção, e em 2006 eram 18%.

A professora de Saúde Internacional, da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa, revela ainda que um quarto dos alunos do 8.º ao 10.º ano já iniciou a sua vida sexual. Estes dados fazem parte do livro Sexualidade Afectos e Cultura - Gestão de Problemas de Saúde em Meio Escolar, lançado ontem e que pretende ajudar os professores na implementação da educação sexual nas escolas.

"Os dados estatísticos servem, no fundo, para ajudar as pessoas a perceber o impacto da educação sexual", sublinha Margarida Gaspar Matos. A especialista lembra que "todos os estudos mostram que a educação atrasa o início da vida sexual e que diminui o risco de gravidez na adolescência e de transmissão de doenças".

Por isso, Margarida Gaspar Matos diz não entender os receios dos pais face à introdução da educação sexual nas escolas. Além da resistência das famílias, também os professores alegam não ter formação para abordar estes temas.

No entanto, a investigadora garante que este já não é um problema. E para ajudar os docentes, Margarida Gaspar Matos incluiu no seu livro exercícios que podem ser usados nas aulas. "Não são exercícios obrigatórios, são apenas exemplos para ajudar os professores", indica.

A educação sexual nas escolas portuguesas só arranca em pleno no próximo ano lectivo. Para a sua aplicação é obrigatória a existência de um "espaço saúde" nas instituições. A constituição e o funcionamento ainda não estão totalmente definidos, mas para Margarida Gaspar Matos este deve ser um lugar de acolhimento dos jovens, mas também de interacção com os pais.

"Não pode ser um espaço em que o aluno entra e toda a gente sabe que foi buscar preservativos. Tem de ser um lugar onde podem tirar dúvidas, com interacção, e onde possam também falar com um psicólogo, uma vez por semana, por exemplo", defende a especialista em educação para a saúde.

Este espaço poderia funcionar com professores estagiários ou até com alunos mais velhos que pudessem dar informações aos mais novos de uma forma mais próxima. Estes locais devem também estar aberto aos pais. "A minha proposta é que possam ser feitas duas sessões por semana, em que pais e estudantes tomam conta do espaço e falam dos temas da sexualidade", acrescenta.

Margarida Gaspar Matos defende também a criação de uma linha verde entre as escolas e os centros de saúde. "É importante que exista um serviço de comunicação entre as escolas e os centros de saúde que façam a referência dos alunos problemáticos em matéria de comportamentos", diz.

DN

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