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sexta-feira, 16 de julho de 2010

Emigrante diz ter sido burlado duas vezes seguidas pela mesma imobiliária


Imagine que comprava um terreno, fazia a escritura, pagava contribuição autárquica e não podia usufruir dele. E imagine ainda que, na mesma altura, dava um sinal para a compra de um andar num prédio que nunca chegou a ser construído.

Parece impossível, mas foi exactamente o que aconteceu a Valentim Santos, emigrante na Suíça, que diz ter sido burlado duas vezes pela mesma imobiliária quando decidiu comprar alguns bens imóveis na cidade de Viseu.

O caso remonta a 2003/2004, altura em que Valentim Santos comprou um terreno em Vildemoinhos com 1.050 metros quadrados, por 250 mil euros, através de uma imobiliária de Viseu. Essa parcela já era utilizada pelos moradores de uma habitação anexa ao terreno (que não eram seus detentores) e, após a compra, foi dada garantia de que no espaço de um ano, o terreno estaria livre para o novo proprietário.

Já passaram sete anos e Valentim Santos ainda não pode entrar no seu próprio terreno, porque os moradores da casa ao lado não libertaram o espaço, mesmo não lhes pertencendo - o caso teve de ir para tribunal. "O terreno está em meu nome, pago contribuição autárquica e não posso lá entrar, porque a justiça deu razão às pessoas da casa do lado por serem já de idade", explicou, mostrando-se revoltado com esta "injustiça".

Segundo disse, os idosos aceitariam deixar o terreno se lhes fosse paga uma indemnização. Mas, Valentim Santos recusa fazê-lo e afirma que não lhes dá "nem um cêntimo", pois tem direito ao terreno. "Uma pessoa trabalha para ter alguma coisa, tenho três filhos e depois as pessoas que lá estão é que são as coitadinhas", lamentou.

O caso arrastou-se no Tribunal de Viseu durante todos estes anos e, recentemente, foi lida a sentença que deu razão aos habitantes da casa, que é independente do terreno. O lesado não aceitou a decisão do tribunal e o caso está em fase de recurso. Depois de ter comprado o terreno em Vildemoinhos, Valentim Santos pensou que seria um bom investimento comprar um andar de um prédio junto à rotunda Carlos Lopes, ficando com quatro apartamentos em seu nome. Mesmo tendo visto apenas um esboço do projecto e máquinas a trabalhar, avançou com um sinal de 75 mil euros que entregou à imobiliária.

Na sua opinião, era realmente um bom investimento se os prédios tivessem sido mesmo construídos. O problema foi que a empresa construtura declarou falência, pouco tempo depois de ter começado a arranjar o terreno para inciar a obra.

"A imobiliária garantiu-me que o terreno estava em nome da empresa construtora, mas afinal não estava e a empresa abriu falência, mudou de nome e eu fiquei sem os apartamentos", esclareceu, acrescentando que os terrenos já foram vendidos a outra empresa.
O caso, que também aconteceu há cerca de sete anos, foi para tribunal e a construtora foi condenada a pagar o dobro do valor que Valentim Santos já tinha adiantado. "Como a empresa já não tinha nada, virei-me para a imobiliária e para o respectivo dono, que me propôs o negócio", lembrou.

Ambas as partes chegaram a um acordo segundo o qual o responsável pela imobiliária teria de pagar 70 mil euros em seis meses. Esse período está a decorrer e Valentim Santos garante que ainda não recebeu nada, pelo que "está uma execução em curso e ele tem 20 dias para decidir o que quer fazer: ou paga, ou contesta ou vão sobre os bens dele".

"Estamos num país em que não podemos acreditar em ninguém. Só espero que os outros emigrantes não caiam no mesmo erro de vir para aqui de olhos fechados", alertou. Estes não foram os dois únicos negócios que Valentim Santos fez com esta imobiliária. Algum tempo antes, comprou uma vivenda em Vila Chã de Sá e "como o negócio correu bem", confiou que "a pessoa fosse séria ".

DV

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