Investigadores apanharam pela primeira vez uma estrela com 20 vezes mais massa que o Sol no interior do disco onde ela está a formar-se
São estrelas gigantes, de grande escala, e até agora não se sabia se o processo do seu nascimento era idêntico ao das estrelas mais pequenas, ou com menor massa, como é o caso do Sol. Mas um estudo publicado hoje na revista Nature lança uma nova luz sobre esse mistério. Um grupo de investigadores apanhou uma dessas estrelas em fase de embrião e descobriu que o processo de nascimento destas estrelas gigantes, afinal, é idêntico ao das outras, de menor massa.
"As nossas observações mostram um disco em torno de uma jovem estrela massiva em embrião, que está totalmente formada e prestes a eclodir", explicou o investigador Stefan Kraus, da universidade de Michigan, nos EUA, que coordenou o estudo.
A equipa de astrónomos utilizou imagens do telescópio espacial Spitzer e do Apex, em terra, para observar um objecto localizado na constelação de Centauro, a 10 mil anos-luz da Terra, que tem 20 vezes a massa do Sol e cinco vezes o seu raio.
Os astrónomos verificaram então que existiam ali jactos de materiais e com novas observações acabaram por perceber que se tratava do embrião de uma estrela gigante que ainda está envolta na "casca" do seu disco.
"Esses jactos são comuns em volta de jovens estrelas de menor massa e geralmente indicam a a presença de um disco", contou o coordenador da investigação.
Era esse o caso, mas para uma estrela massiva, o que acabou por ser um prémio adicional, já que isso permitiu concluir que estas estrelas se formam da mesma maneira.
Os discos em torno das estrelas em formação são essenciais no caso das estrelas de menor massa. No entanto, não se sabia se o mesmo aconteceria para estrelas pelo menos 10 vez maiores do que o Sol. Supunha-se, nomeadamente, que a emissão luminosa muito forte do objecto pudesse impedir a congregação da massa para a formação da própria estrela. Afinal não é assim.
Para poderem caracterizar as propriedades daquele disco, a equipa utilizou o conjunto dos very large telescopes (VLT) instalados no Chile pelo European Southern Observatory (ESO). E foram as imagens assim obtidas que revelaram a presença do embrião estelar no interior do disco.
Colisão entre galáxias
? A sonda da NASA Galaxy Evolution Explorer também acaba de dar mais um contributo para o conhecimento sobre a formação de estrelas. As imagens que a nave recolheu, e que astrónomos do California Institute of Technology, nos Estados Unidos, estudaram, revelaram que na galáxia IC 3418, a 54 milhões de anos-luz da Terra, surgiu uma cauda quando esta galáxia entrou em colisão com uma outra. Nessa cauda, onde se formaram jactos de gás devido à movimentação, estão a formar-se estrelas.
DN
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