Mais de 90% das variantes do vírus VIH são bloqueadas em laboratório por moléculas e não infectam células.
Uma equipa internacional, coordenada por investigadores dos National Institute of Health, dos Estados Unidos, descobriu dois anticorpos que conseguem bloquear em laboratório a maior parte das variantes conhecidas do vírus VIH. A descoberta abre uma via nova nas pesquisas para o desenvolvimento de uma vacina contra a sida, garantem os cientistas.
Mais de um quarto de século depois da identificação do VIH, que já fez 30 milhões de vítimas mortais até hoje, a procura de uma vacina contra a doença permanece um objectivo por cumprir, apesar dos enormes esforços da comunidade internacional e dos recursos mobilizados para a investigação nesse sentido.
A descoberta destes dois antigénios (moléculas que desencadeiam mecanismos de defesa por parte do organismo), que foram baptizados como VRCO1 e VRCO2, parecem muito promissores - pelo menos no laboratório.
Os cientistas observaram que eles impedem a infecção das células humanas por mais de 90% das variedades do VIH actualmente em circulação e com uma eficácia que nunca antes tinha sido observada.
Além disso, os investigadores conseguiram também desmontar o processo através do qual os anticorpos conseguem bloquear a acção do vírus.
A equipa norte-americana utilizou uma nova abordagem de trabalho, com uma proteína modificada do VIH, de forma que ela se fixasse em células específicas que produzem anticorpos para neutralizar o vírus.
Foi assim que descobriram os dois novos anticorpos, que são naturalmente produzidos no organismo dos seropositivos, como verificaram.
Os investigadores já começaram a desenvolver compostos de uma potencial vacina que induza o organismo a produzir grandes quantidades de anticorpos daquele tipo. A descoberta é publicada hoje revista Science.
DN
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