Já é possível fazer turismo no País escolhendo locais que apostam na preservação da natureza. A protecção do meio ambiente faz-se e vê-se em coisas tão simples, como o recurso a painéis solares para aquecer a água ou iluminar os caminhos. O DN dá-lhe algumas dicas para que possa fazer ecoturismo em Portugal
Cada vez vez mais portugueses querem fazer férias ecológicas, o que é visível no aumento da oferta de locais que aliam o descanso à preservação do ambiente. Segundo um estudo da Associação Nacional de Empresas de Turismo, citado pelo Turismo de Portugal, calcula-se que cerca de 500 mil pessoas procurem o turismo de natureza, no qual se inclui o ecoturismo. A nível mundial, este segmento já representa 3 a 4% da procura anual.
Hélder Spínola, da Quercus, diz que "este segmento de mercado tem tido um grande desenvolvimento na última década, penetrando no próprio segmento 'tradicional' do turismo". O responsável defende que este é um segmento que "ainda tem muito potencial de desenvolvimento, em particular como estratégia de diferenciação e concorrência com outros destinos turísticos".
"Há alguns estabelecimentos hoteleiros que já têm cuidados específicos na protecção ambiental", recorda Hélder Spínola. Aliás, na União Europeia, existe mesmo um rótulo ecológico - o Eco-Label - que distingue unidades hoteleiras e produtos mais "ecológicos".
Em Portugal, de acordo com o site do Eco-Label (www.eco-label.com/portuguese), estão referenciadas apenas cinco unidades turísticas: a Casa dos Bispos, a Casa Melo Alvim, o Hotel Jardim Atlântico, o Hotel Rural Quinta dos Bispos e o Hotel de São Pedro (ver mapa), mas há muitas mais.
Francisco de Mello Breyner, do Zmar - Eco Campo Resort & Spa, na Zambujeira do Mar, quer demonstrar que "o exemplo é a única maneira de influenciar alguém". Na unidade há cuidados específicos: "a terra não foi impermeabilizada, o lixo é reciclado e a água das piscinas reutilizada", diz o responsável. E a iluminação dos caminhos, a partir de candeeiros com painéis solares, ajudou a poupar anualmente cerca de dez mil euros em energia eléctrica.
Já na Ecoland Turismo Rural, localizada em Mértola, a aposta passou pela escolha dos materiais de construção: foi reconstruída uma casa em taipa, mantendo a estrutura antiga, "o que permite manter a casa fresca sem recorrer a ar condicionado", frisa Cláudia Melo. Toda a água usada é aquecida através de painéis solares.
Também a Casa Melo Alvim, em Viana do Castelo, se distingue pelo recurso a painéis solares térmicos, para aquecimento de águas sanitárias, e painéis fotovoltaicos, para a produção de energia eléctrica.
Apesar dos cuidados na escolha do hotel, Hélder Spínola lembra que um problema das férias ecológicas é a deslocação, sobretudo se for por via aérea. "É esta escolha que torna muito difícil dizer que se fez férias ecológicas", diz.
Segundo as contas do DN, uma viagem entre Lisboa e Barcelona (cerca de 2500 quilómetros, ida e volta) implica a emissão de 0,54 toneladas de CO2 se a deslocação for feita de avião, descendo para 0,32 se a viagem for de carro. Numa deslocação por comboio, são emitidas 0,15 toneladas, mas se a viagem for de autocarro, são produzidas 0,08 toneladas de CO2.
Por isso, uma das dicas que o turista deve ter em conta é a forma como se desloca. "Os portugueses, por exemplo, podem ir de comboio para Castelo Branco ou para Espanha", explica.
DN
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