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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Portugueses entre os mais aflitos

Portugueses entre os mais aflitos

Só as famílias gregas sentem mais dificuldades para pagar todas as contas no final de cada mês.

Os portugueses estão entre os europeus que mais dificuldades sentem em chegar ao final de cada mês sem contas por pagar. A conclusão é do Eurobarómetro, que revelou que 38,6% dos portugueses inquiridos admitem que todos os meses vivem "uma luta constante" para conseguir pagar as suas dívidas. Segundo os dados do mais recente inquérito europeu, divulgado ontem, só na Grécia se sente mais dificuldades que em Portugal para pagar as contas, com 43,9% dos gregos a classificar a sua "luta" mensal como muito difícil.

Apesar das dificuldades sentidas, 82,2% dos inquiridos ainda conseguem pagar todas as suas despesas. De acordo com o Eurobarómetro, apenas 17,6% dos portugueses admitiram ter deixado contas por pagar ao longo do último ano. Esta é, contudo, uma situação que se poderá alterar, já que a maioria dos participantes neste inquérito considera que a sua situação económica vai manter-se num nível baixo (42%) ou mesmo piorar (42,3%).

Prova desta falta de confiança na evolução positiva da economia das famílias nacionais está no facto de 12,6% dos portugueses admitirem que existe um risco "muito elevado" de não conseguir pagar os seus empréstimos ou dívidas no decurso dos próximos 12 meses. Quase metade (48,3%) dos inquiridos assegura mesmo que não terá qualquer capacidade de resposta para fazer face a uma despesa inesperada de mil euros.

Se as expectativas sobre a evolução imediata da economia não são as melhores, mais pessimista é a percepção que têm os portugueses sobre o seu futuro a longo prazo. Mais de um quarto dos inquiridos (25,6%) estão convencidos de que a pensão a que terão direito quando se reformar será "insuficiente para viver com dignidade". Por esta razão, 26,2% dos portugueses abordados pelo Eurobarómetro consideram que será necessário poupar já para assegurar uma reforma mais confortável e 19,7% acreditam que terão de trabalhar mais anos até atingir a reforma.

DN

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