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terça-feira, 18 de maio de 2010

Protecção ambiental salva bacalhau da extinção

Protecção ambiental salva bacalhau da extinção

É uma prova de que a redução das quotas de pesca, conjugada com outras medidas, pode funcionar. Há três anos, o 'fiel amigo' estava a um passo de sair dos pratos dos portugueses - que o consomem salgado desde o século XV - , mas agora há esperança para o 'Gadus morhua'.

Em 2004, o Fundo Mundial para a Vida Selvagem e a Natureza (uma organização não governamental conhecida pela sigla WWF) alertava para o perigo de, em 15 anos, o bacalhau correr o risco de ficar extinto. Seis anos depois há, contudo, uma boa notícia: o WWF diz que, pela primeira vez numa década, o Gadus morhua está a ser pescado de forma sustentável no mar do Norte, graças às restrições na sua pesca, revela o The Independent.

As quotas de pesca mais redu-zidas e as me-didas empreendidas pelos próprios pescadores resultaram: o número de espécimes adultos (com capacidade de reprodução) subiu de 37400 toneladas, em 2004, para 54 250 toneladas, este ano - um aumento de 52%.

"Os sinais são encorajadores", disse o biólogo marinho Callum Roberts, da Universidade de Iork, ao jornal britânico. "Mas apesar de a tendência estar numa boa direcção, é ainda muito cedo para celebrar", acrescentou. O Conselho Internacional para a Exploração dos Mares, que aconselha a União Europeia, estima que o número necessário para a recuperação é entre 70 mil e 150 mil toneladas. "Essa meta das 150 mil toneladas não reflecte a abundância histórica da população", indicou. Nos anos 1970, havia no mar do Norte 250 mil toneladas de bacalhau adulto.

O sucesso no mar do Norte tem uma razão: os ministros das Pescas europeus cortaram as quotas anuais de forma sucessiva (causando o aumento do preço do bacalhau). Além disso, os pescadores escoceses tomaram as suas próprias medidas: permitiram câmaras de monitorização nos barcos, aumentaram a malha da rede para prevenir a captura de juvenis e permitiram a introdução de um método que permite que o bacalhau escape quando estão a pescar outros peixes. "Não creio que haja algum pescador que pense que podemos continuar a pescar e a pescar", afirmou Tom Harcus, o capitão escocês do Russa Taign, ao The Independent.

Apesar desta recuperação, o bacalhau do Atlântico continua na lista de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza.

"A recuperação do bacalhau do mar do Norte é uma notícia incrível - desde que se possa manter - e vai providenciar um estímu- lo para todos aqueles preocu- pados com o estado do planeta", escreveu o editor de ambiente do jornal britânico, Michael McCarthy.

DN

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