Bruna Real, a professora de Mirandela transferida da EB1 de Torre de Dona Chama para o Arquivo Municipal de Mirandela, após ter sido fotografada nua para a "Playboy", terá concordado com a mudança. A docente acordou a transferência de forma a evitar um processo.
José Silvano confirmou, ao JN, que "não há qualquer processo em curso, uma vez que se tratou de uma transferência de funções de comum acordo entre a Câmara e a docente".
Todavia há contradições. A vereadora da Educação tinha dito, na sexta-feira, que iria ser levado a cabo um inquérito, "nomeadamente, um processo de averiguações" sobre o caso, e admitiu que o facto de a professora ter posado nua para a "Playboy" provocou "grande alarido junto da comunidade escolar" e que foi o director do agrupamento que solicitou à Câmara que tomasse uma medida. Já anteontem a jovem de 27 anos havia remetido comentários sobre a sua situação para a altura em que "o processo de averiguações estivesse concluído".
Recorde-se que a professora de Expressão Musical começou, anteontem, as suas novas funções no Arquivo Municipal, onde vai cumprir duas horas por dia, até ao final de Junho, data em que termina o seu contrato. Contactada pelo JN, Bruna Real escusou-se a prestar declarações. A jovem nem sequer quis dizer se tinha gostado do novo serviço.
Professora substituída
Entretanto, a ex-professora foi substituída na escola de Torre de Dona Chama, adiantou, ontem, ao JN, a vereadora da Educação. Gentil Vaz explicou que foi colocado, até 30 de Junho, um docente que já fazia parte da lista de professores que foram candidatos ao concurso para preenchimento das vagas das Actividades Extracurriculares (AEC) e garantiu que "nunca estiveram sem aulas" os alunos do 3º e 4º ano a quem Bruna Real dava aulas.
Entretanto, os apoios a Bruna Real sucedem-se. O director da Playboy Portugal, João Espírito Santo de Araújo, enviou uma nota de imprensa, através da qual não só manifesta apoio à modelo, como tece duras críticas ao Executivo da Câmara de Mirandela por ter afastado a docente. O responsável pela publicação considera a transferência "injusta" e "uma atitude de censura".
Duras críticas
João Espírito Santo de Araújo lamenta também que "num mês em que os portugueses sofrem duras penalizações com a subida de impostos, e em particular numa edição da "Playboy" portuguesa que expõe os contornos duvidosos do caso BPP que lançou milhares de pessoas para o desespero económico (…) o mediatismo recaia sobre uma profissional exemplar e acarinhada que nada mais fez do que participar num ensaio fotográfico".
JN
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