Cantou-se o hino nacional junto ao poço por onde foram retirados os trabalhadores, após uma maratona que durou mais de 22 horas
05:00 - «Misión cumplida Chile» e as rosas de AtacamaComeçou por ser descrita como uma missão impossível e terminou como um resgate inédito. Os trinta e três mineiros que sobreviveram durante 69 dias no fundo de uma mina do deserto de Atacama foram todos retirados, um a um, através de um estreito túnel, com quase sete centenas de metros.
Durante 17 dias, depois de uma derrocada a 5 de Agosto no interior da mina de cobre de San José, temeu-se o pior. Mas os trabalhadores conseguiram refugiar-se num abrigo, onde estavam armazenados alimentos, que tiveram de racionar, até a procura por sinais de vida no interior da mina se ter cruzado com a longa espera de ajuda do exterior.
Foram colocados em prática três planos alternativos para chegar aos 33 homens. Os cálculos iniciais apontavam que seriam necessários três a quatro meses. Mas conseguiu-se encurtar esse prazo para pouco mais de dois.
«Terminou como uma verdadeira bênção o que começou por parecer uma tragédia», disse o Presidente Sebastién Piñera, depois emergir das entranhas do deserto o último mineiro, Luis Urzúa, que manteve a coesão entre os colegas durante os 17 dias em que estiveram entregues à incerteza de um resgate e que pedira para ser o último a deixar a mina depois do resgate ser já uma certeza.
Naquele que é o deserto mais seco da Terra, as mais de 22 horas que mediaram o momento em que foi retirado o primeiro mineiro e aquele em que o último saiu da cápsula «Fénix 2» encheram-se de lágrimas de ansiedade e alegria. A maratona foi acompanhada por meios de comunicação de todo o planeta, com cerca de dois mil jornalistas no local.
No livro «Historias Marginales» (traduzido em português como «As Rosas de Atacama»), o escritor chileno Luis Sepúlveda conta: «Tinha chovido miúda e subtilmente, como em quase todos os dias 31 de Março em Atacama. Quando me pus de pé, vi que o deserto estava vermelho, intensamente vermelho, coberto de pequenas flores cor de sangue».
Alguém lhe respondeu que eram «as rosas do deserto, as rosas de Atacama». «As plantas continuam ali, debaixo da terra salgada. Viram-nas os atacamenses, os incas, os conquistadores espanhóis, os soldados da guerra do Pacífico, os operários do salitre. Continuam lá e florescem uma vez por ano. Ao meio-dia já estarão calcinadas pelo Sol», explicou a voz.
Depois de 69 dias debaixo da terra seca do deserto, nesta noite de 13 de Outubro no Chile (madrugada do dia 14 em Portugal) a vida voltou a despontar da aridez do deserto, como as rosas de Atacama, quando os socorristas que devolveram os 33 mineiros à luz do Sol exibiram, já sós no fundo da mina, uma mensagem escrita ao país: «Misión cumplida Chile».
O tvi24.pt termina aqui a cobertura ao minuto do resgate dos 33 mineiros, que poderá recordar abaixo:
04:40 - «A noite foi longa. Vamos descansar», diz Presidente.
04:32 - O socorrista Manuel González chega à superfície. Fez questão de ser o primeiro a entrar na mina e o último a sair. É recebido pelo Presidente Sebastién Piñera e com muitos aplausos.
04:20 - Cápsula parte com último Manuel González.
04:10 - Correspondente do jornal espanhol «El País» relata que em Copiapó se festeja nas ruas com vuvuzelas.
04:07 - «Fénix 2» desce para a sua última viagem.
04:06 - Quinto socorrista regressa também. Falta apenas um. Todos eles se voluntariaram para esta operação.
03:45 - Mais um elemento das equipas de resgate alcança a superfície.
03:31 - Quarto socorrista entra na «Fénix 2» para a subida.
03:17 - Terceiro socorrista deixa o túnel.
03:02 - Cápsula desce novamente ao fundo da mina.
02:53 - Segundo socorrista chega à superfície.
02:50 - Sky News refere que todos os mineiro estão bem de saúde, com excepção de um que sofre de pneumonia e está já a ser medicado.
Leia as entradas anteriores
- Galeria Resgate dos mineiros no Chile
TVi24
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