Quase metade das 60 investigações legais que a Google enfrenta no mundo estão relacionadas com este serviço
As mais recentes queixas na Alemanha e em Espanha reavivaram as críticas ao serviço Street View, da Google, que permite ver fotografias de pessoas e prédios ao nível da rua numa perspectiva de 360 graus (ver em www.maps.google.com/streetview).
Na Alemanha, onde desde há dois anos os carros da Google andam a fotografar para o serviço que deve ser lançado até final do ano em 20 cidades, a empresa permitiu aos interessados que lares ou empresas sejam desfocados.
A imposição das autoridades quer evitar a identificação das propriedades. A chanceler Angela Merkel afirmou que não vai remover a sua habitação do Street View, mas apoia quem o fizer, nomeadamente o ministro dos Negócios Estrangeiros, Guido Westerwelle, que se opõe a essa divulgação.
O Governo alemão estima que 200 mil pessoas vão pedir para as suas propriedades serem removidas do Street View, o que podem fazer até 15 de Setembro. Cinco dias depois, as autoridades vão reunir-se com a Google ou a Microsoft - que tem o Photosynth nos seus Bing Maps com potencial semelhante ao Street View - para delinear uma estratégia sobre estes serviços. O ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, é contra as restrições e "danos colaterais inesperados", antecipando consequências em domínios como a liberdade de imprensa.
A Google perdeu a credibilidade neste serviço após se saber que os veículos de captação das imagens também recolheram ilegalmente dados pessoais em redes sem fios desprotegidas.
As autoridades do Reino Unido reconheceram em Julho que a Google não recolheu dados pessoais e que a informação obtida não prejudica ninguém. No entanto, a empresa aceitou destruir os dados obtidos na Áustria, Dinamarca e Irlanda.
Em Espanha, a juíza Raquel Fernandino convocou a Google para, em Outubro, determinar se ao recolher os dados não cometeu um crime informático. A expansão regional do serviço, lançado há três anos, foi suspensa. Em Junho, o director da Agencia de Protección de Datos disse que a empresa devia entregar os computadores com a informação - parte dos mais de 600 gigabytes de dados registados nos 34 países onde captou imagens para o Street View.
No total, 28 das 60 investigações que a empresa enfrenta no mundo devem-se a este serviço, revelou o The Guardian : 11 nos Estados Unidos, duas na Austrália, uma na Ásia e 14 na Europa.
A União Europeia recomendou à Google para alertar sobre os locais onde os carros de recolha de imagens passam. A empresa tem um site onde revela os locais, mas sem indicar datas ou alertando que as informações podem não ser actualizadas "devido a factores alheios ao nosso controlo". Em Portugal, os carros "operam actualmente" em Aveiro, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Faro, Guarda, Leiria, Porto, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo e Viseu.
DN
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