Lisboa chega a atingir o dobro da mortalidade do Algarve. Apenas encaminha 1,5% dos doentes pelo INEM
Em 2009, 77% dos doentes com enfartes não tiveram a resposta adequada, o que, se tivesse acontecido, evitaria muitas das sequelas registadas. Ou seja, de acordo com os dados da Coordenação Nacional para as Doenças Cardiovasculares, de um total de 3806 casos, apenas 884 (23%) foram correctamente encaminhados para os hospitais. Mas este número ainda é mais reduzido se neste lote forem incluídos todos os doentes coronários. Segundo os mesmos dados, só 5,8% chegam aos hospitais através da activação da via verde - o sistema criado pelo Ministério da Saúde, em 2005, e através do qual deveriam ser encaminhados todos os utentes que liguem para o 112 com suspeitas de doenças coronárias, de forma a receberem tratamento mais rápido e adequado com o objectivo de reduzir as sequelas e a mortalidade.
No entanto, o balanço da unidade de Coordenação Nacional para as Doenças Cardiovasculares relativamente a 2009 revela melhorias de uma forma global, apesar de a percentagem estar longe das metas definidas pela tutela, que era a de, nesta altura, a via verde já ser utilizada em 80% das situações coronárias urgentes. "Os ganhos são graduais. Nada que não esperássemos. Temos é de garantir que a tendência contínua a ser de crescimento", explicou ao DN o coordenador Rui Cruz Ferreira, que sublinha que esta tendência já permitiu reduzir em 1% a mortalidade anual. Neste momento, "a mortalidade estará entre os 8% e os 9%".
Dos 884 casos que, no ano passado, chegaram aos hospitais pela via verde, a maior parte é oriunda do Norte, Centro e Algarve. Aliás, 18% do total dos doentes coronários do Algarve e 11,8% dos do Centro já chegam às unidades coronárias via INEM.
Mas o coordenador Rui Ferreira está especialmente preocupado com a situação de Lisboa. "É a única a não registar a tendência de subida". Só 1,5% dos doentes com problema cardíacos e 7% dos enfartes que pedem resposta mais ágil (99 em 1396) chegam às unidades pelo programa via verde. Um número que, ainda por cima, tem diminuído relativamente aos anos anteriores. A grande diferença é que a mortalidade nos hospitais de Lisboa chega a ser quase o dobro da de outras unidades do País.
O coordenador afirma: "Não se justifica que na região que tem mais meios materiais e humanos haja os piores resultados", sublinhando que "a área de Lisboa até tem mais especialistas do que o preconizado. Talvez, por isso, haja dispersão na altura de orientar os doentes". Rui Ferreira vai reunir-se com as institui- ções envolvidas para encontrar soluções. "Acredito que as pessoas não recorram logo ao INEM porque têm a urgência perto. E é possível que o INEM e os hospitais não se articulem bem."
Os doentes admitidos nas unidades de AVC subiram 10,5% num ano, para 7826 admissões. Em 2006, só chegavam lá 1720 doentes. Através da via verde, foram encaminhadas 1693 pessoas, mais 46%, mas ainda assim só 22% do total. A realização de fibrinólises, o tratamento mais eficaz, beneficia mais doentes (ver caixa). "Nota-se evolução em todas as regiões, o que melhora o tratamento e reduz a incapacidade dos doentes."
DN
No entanto, o balanço da unidade de Coordenação Nacional para as Doenças Cardiovasculares relativamente a 2009 revela melhorias de uma forma global, apesar de a percentagem estar longe das metas definidas pela tutela, que era a de, nesta altura, a via verde já ser utilizada em 80% das situações coronárias urgentes. "Os ganhos são graduais. Nada que não esperássemos. Temos é de garantir que a tendência contínua a ser de crescimento", explicou ao DN o coordenador Rui Cruz Ferreira, que sublinha que esta tendência já permitiu reduzir em 1% a mortalidade anual. Neste momento, "a mortalidade estará entre os 8% e os 9%".
Dos 884 casos que, no ano passado, chegaram aos hospitais pela via verde, a maior parte é oriunda do Norte, Centro e Algarve. Aliás, 18% do total dos doentes coronários do Algarve e 11,8% dos do Centro já chegam às unidades coronárias via INEM.
Mas o coordenador Rui Ferreira está especialmente preocupado com a situação de Lisboa. "É a única a não registar a tendência de subida". Só 1,5% dos doentes com problema cardíacos e 7% dos enfartes que pedem resposta mais ágil (99 em 1396) chegam às unidades pelo programa via verde. Um número que, ainda por cima, tem diminuído relativamente aos anos anteriores. A grande diferença é que a mortalidade nos hospitais de Lisboa chega a ser quase o dobro da de outras unidades do País.
O coordenador afirma: "Não se justifica que na região que tem mais meios materiais e humanos haja os piores resultados", sublinhando que "a área de Lisboa até tem mais especialistas do que o preconizado. Talvez, por isso, haja dispersão na altura de orientar os doentes". Rui Ferreira vai reunir-se com as institui- ções envolvidas para encontrar soluções. "Acredito que as pessoas não recorram logo ao INEM porque têm a urgência perto. E é possível que o INEM e os hospitais não se articulem bem."
Os doentes admitidos nas unidades de AVC subiram 10,5% num ano, para 7826 admissões. Em 2006, só chegavam lá 1720 doentes. Através da via verde, foram encaminhadas 1693 pessoas, mais 46%, mas ainda assim só 22% do total. A realização de fibrinólises, o tratamento mais eficaz, beneficia mais doentes (ver caixa). "Nota-se evolução em todas as regiões, o que melhora o tratamento e reduz a incapacidade dos doentes."
DN
Sem comentários:
Enviar um comentário