Se outrora, as bibliotecas eram sinónimo de sabedoria e conhecimento, actualmente procuram responder às novas exigências culturais, de informação e aprendizagem.
No âmbito do Dia Mundial das Bibliotecas, que na quinta-feira se assinalou, o Diário de Viseu visitou uma das instituições que mais investe no incentivo à leitura - a Biblioteca Municipal D. Miguel da Silva.
Inaugurada em 2002 e apostando numa profunda remodelação, a Biblioteca presta homenagem a D. Miguel da Silva, bispo de Viseu.
Hoje em dia, o espaço bibliotecário é muito visitado, contando, este ano, com uma média de 411 visitantes/dia. Entre crianças, jovens, adultos, estudantes, investigadores, "leitores de jornais" e apreciadores de áreas da multimédia, a instituição apresenta um leque de opções e actividades que agradam a todos os tipos de público.
As crianças são, contudo, o público no qual mais se aposta, uma vez que, "muitas vezes, vão lá e participam em algumas actividades, gostam do espaço e acabam por trazer os pais", explica Ana Paula Santana, vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Viseu.
Muitas das actividades desenvolvidas ao longo deste ano destinaram-se aos mais pequenos, acções essas que tiveram sempre em conta o dinamismo e a interacção com as próprias crianças, para que estas não fossem apenas espectadores passivos, mas sim parte da história.
O 'Carnaval na Casa dos Livros', o 'Dia Mundial da Criança' e o '3.º Festival de Música da Primavera' foram apenas algumas das actividades já desenvolvidas.
De acordo com Ana Paula Santana, "neste tipo de actividades tentamos que exista também uma interacção entre gerações. Nesse aspecto, muitas vezes contamos com a participação de pessoas mais velhas, que ao lado das crianças acabam por, ou contar as histórias dos livros, ou até por contar as suas próprias histórias. "
Além desta vertente dedicada aos mais pequenos, estão constantemente à disposição do público diversos ateliês de música, expressão plástica, contos e leitura, assim como espectáculos, exposições, e lançamentos de livros.
Os visitantes com deficiência também não são esquecidos, existindo facilidade de acesso e uma sala Braille, reservada aos invisuais.
A Biblioteca Municipal aposta ainda na interacção com bibliotecas escolares do 1.º Ciclo, através do programa SABE (Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares), no qual alguns técnicos da Biblioteca Municipal fazem todo o acompanhamento das bibliotecas instaladas nas escolas, desde a aquisição de material ao tratamento do fundo documental.
Arquitectura
desperta visitantes
Engane-se quem pensa que apenas os livros atraem os visitantes ao espaço bibliotecário. "Existem, por exemplo, inúmeros estudantes de Arquitectura que vêm para contemplar a arquitectura do espaço, assinada pelo arquitecto Manuel Tainha", explica a vereadora da Cultura.
Apostando na inovação, já estão em mente alguns projectos, nomeadamente, um programa que abranja os grupos de exclusão, com visita de reclusos às instalações à biblioteca, um projecto que, segundo Ana Paula Santana, "ainda está a ser pensado".
Futuramente, aposta-se no serviço de digitalização de algumas obras, exemplares únicos e valiosos, para assegurar a salvaguarda do património. "A biblioteca possui um grande benfeitor, Luís Beira, que nos ajuda a ter um espólio com um enorme conjunto de obras doadas - a BDTeca Luís Beira", salienta.
Tem a voz o leitor
Para ler o jornal ou estudar em época de exames, as opiniões generalizam-se entre os visitantes. "Mais livros nas diferentes áreas científicas" é pedido frequente dos leitores, uma questão que, diz Ana Paula Santana, "é complicada, uma vez que temos que ter em conta um público mais geral e não cada área em específico".
(*) - Aluna da Escola Superior de Educação em
estágio no Diário de Viseu
DV
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