Aos primeiros sons do fogo-de-artifício, não houve quem se não lembrasse que hoje era dia de 'Cavalhadas de Vildemoinhos', este ano com carros alegóricos com vários tons e ideias (os artistas tiveram mão livre para as criações), ao contrário do ano passado, cujo tema foi D. Afonso Henriques.
'Arco-íris cor do rosto de criança/Quem mira a vida cheia de Sol/Que brota do nada em lembrança/Que é tudo na vagareza do caracol', deu o mote e trouxe a garantia que no desfile deste ano os artistas iriam dar asas à imaginação, como já havia prevenido o presidente das Cavalhadas de Vildemoinhos.
Ao colocar a fasquia tão alta, afirmando que estas seriam as melhores 'Cavalhadas' de sempre, José Coelho não parece ter falhado, de acordo com Sotero Luís Santos e Joana Santos, espectadores atentos do desfile. E não tiveram dúvidas na classificação: "Vêm melhor este ano, a organização está de parabéns!" Futuro e passado A tradição não faltou, com o 'Forno Antigo' e a cozedura do pão ao vivo, ou não fosse Vildemoinhos uma terra de moleiros, a marcar presença, assim como a 'Serra', os 'Cestinhos de Verga' e o 'Tear', com as mulheres a mostrarem como se faz. "Tece, tece com muito amor/tece bem as toalhinhas para o altar de Nosso Senhor".
Todavia, cedo a atenção das pessoas recaiu num carro alegórico que representava a Estação Orbital Internacional, com dois vaivéns, um de cada lado... e noutro, um mamute acompanhado por homens vestidos de peles de animais. Presente e futuro, sem perder de vista o princípio dos tempos.
Aí residiu também a coerência desta edição das 'Cavalhadas de Vildemoinhos', cujo desfile estava a arrebatar Maria do Carmo e José Loureiro (de Tondela), cujos olhos seguiram atentamente o que se passava. "É tão bonito", disse-nos a primeira, enquanto o segundo se limitou a um "estou a gostar", mas com os olhos a reluzir de contentamento.
Grupos animaram Foram 19 carros alegóricos em desfile, com o último destinado a Viseu, traduzindo um 'Bem Hajam!", decisivamente virado não só para os viseenses, mas também para a Câmara, que uma vez mais reforçou o auxílio financeiro para a festa não desapareça.
Foi simultaneamente um agradecimento à autarquia e o lamento pelo afastamento dos comerciantes e outras entidades de uma festa multisecular, que corre o risco de definhar.
Além dos carros alegóricos e dos 800 figurantes, seria injusto não referir os diversos grupos de cantares e bandas, essenciais para abrilhantar a festa. Desde logo os 'Zés Pereiras' de Vildemoinhos. Mas deram também cor e movimento à festa o Som de Bordão', de Vila Nova do Campo, o Grupo de Cantares do Sobral, o Grupo de Bombos da Associação Cultural de Queimadela (Armamar), os 'Zés Pereiras' de Oliveira de Barreiros e o Clube Recreativo Pioneiros de Queimadela (Armamar). E também o Agrupamento Musical Juventude em Força (S. Mamede Coronado, Trofa), as Bailarinas de Sobral de Pinho (S. Pedro do Sul), os Bombos de Lavacolhos (Fundão), os Trovadores da Raia (Vila Real), a Fanfarra da Alameda de S. João (Vila Nova de Gaia) e a Banda do Galo de Barcelos. A Susana Lopes, Augusto Cabral e Márcia Silva, que não perderam pitada das 'Cavalhadas de Vildemoinhos', também lhes escaparam esses grupos que ajudaram à festa, que os dois primeiros classificaram de "muito boa" e que a última apelidou de "espectacular", assim como tantas outras pessoas.
DV
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