Desapareceu há 36 dias e não há ainda pistas credíveis sobre o que aconteceu à jovem de 21 anos.
Acidente, rapto, sequestro, crime passional, roubo ou até, simplesmente, uma mudança voluntária de residência e de estilo de vida. Qualquer uma destas hipóteses é mantida pela PJ para explicar o misterioso desaparecimento de Carina Ferreira, a jovem de Lamego que é procurada há 36 dias. A PJ, que investiga o caso, mantém todos os cenários em aberto, mas assume que "a alteração súbita das rotinas e o facto de não ter mexido na conta bancária indiciam estar- -se perante um crime" e tem nove inspectores no terreno que procuram reconstituir a vida de Carina na busca de pistas que possam justificar o desaparecimento.
No dia do desaparecimento, a 1 de Maio, Carina, que "não trabalhava de noite", salienta a PJ, prometera ajudar a amiga Andreia Santos, no Clube de Caça e Pesca do Alto Douro, na Régua, onde havia uma festa. Há quase um ano que ali trabalhava e nunca se tinha atrasado. Naquela noite saiu de casa de carro, um Peugeot 106 comercial que continua desaparecido. Na Régua, a irmã e a amiga, que a esperavam, estranharam a demora e tentaram contactá-la para os telemóveis, mas Carina já não atendeu. A família apresentou queixa na PSP de Lamego.
No domingo de manhã, o segundo dia do desaparecimento, alguns familiares percorreram o trajecto habitualmente usado pela jovem, através da A24, mas não encontraram qualquer vestígio de acidente. A PSP assumiu que podia tratar-se de fuga e, com a paralisia das autoridades, amigos e familiares assumiram o desaparecimento e encetaram os primeiros contactos. Andreia Santos criou uma página no Facebook e divulgou-a junto de amigos. Ao terceiro dia, a página, "a tua força é a nossa esperança", registava mais de 20 mil aderentes e o caso era divulgado sobretudo entre os amigos.
Pedro Póvoas, que hoje se afastou da página, lembrou que faltavam detalhes que "apontassem para o desaparecimento". O nome foi alterado e passou a "Carina está desaparecida". Com a entrada da PJ na investigação, o de-saparecimento ganha outra amplitude. Carina não levou roupa nem dinheiro. Saiu de casa com a carteira e os documentos e não mexeu na conta bancária. A PJ diz que a situação "é complexa" e investiga o caso como se de um "crime violento" se tratasse.
"Uma possibilidade, não uma certeza." As poucas pistas disponíveis e o facto de a conta bancária da jovem não registar movimentos levaram a PJ a trabalhar com esse cenário, "mas sem nunca excluir a hipótese que possa aparecer viva e de saúde", adiantou fonte da PJ, que constituiu uma equipa multidisciplinar que é chefiada por uma coordenadora. Apesar disso, esta fonte assumiu que se trata de "um caso complexo, com poucas pistas e onde temos de prever o pior". O rapto ou o sequestro são justificados com o facto de os telemóveis terem ficado sem sinal e o carro estar desaparecido. Porém, a PJ fez buscas nos rios, visionou as imagens das câmaras da A24, e, com a conta bancária sem alterações, assumiu a tese do crime passional.
E depois de ter ouvido um militar, com quem a jovem manteria um relacionamento, alargou os inquéritos aos rangers que têm quartel em Lamego. Os pais de Carina mantêm-se em silêncio a conselho das autoridades e os amigos reduziram os comentários. Andreia Santos resume o caso: "Desespero, mas vamos deixar a PJ trabalhar e acreditar que mais tarde ou mais cedo teremos notícias."
DN
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