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Radio Viseu Cidade Viriato

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A história de... Joaquim Cardoso, criador de bois...


Joaquim Moreira Cardoso podia ter o vício de fumar, de beber... mas o que mexe mesmo com ele são os bois. A dar uma ajuda na procissão da Senhora dos Remédios, em Lamego, já leva 45 anos de criação.


"Sabe uma coisa? Há quem goste de fumar, quem goste de beber e olhe… eu gosto é de criar bois". Quem fala assim não é gago e, essencialmente, desarma qualquer um que se atreva a insistir na pergunta que deu origem àquela resposta. "Por que é que lhe deu para criar bois?"


O homem da história é Joaquim Moreira Cardoso, vive em Santiago de Subrifana, no concelho de Penafiel, e já anda nos 65 anos. Se a memória não lhe tiver falhado, deu por verdade que lida com gado bovino desde os seus 20 anos. Só que quando as forças ainda lhe não faltavam tinha uma corte de mais de 30 cabeças, muitas delas vacas leiteiras.


Ora, como os anos já pesam - e com a mulher "com pouca saúde depois de ser operada" - abrandou a carga e agora apenas tem seis bois de raça galega, que é como quem diz, três juntas de bicharros de 1200 a 1500 quilos cada um, com mais de metro e meio de altura, que metem respeitinho mesmo ao mais afoito. "Coitadinhos… isso é do melhor… que não fazem mal nenhum. Catraios pequeninos pegam neles e não lhes fazem nada. São uma maravilha!", garante. Joaquim só tem aqueles seis, mas já teve doze. E dedica-se a prestar serviços com eles a quem lhos solicita, como foi o caso da Câmara de Lamego, que o contratou para ontem ir puxar três andores da procissão da Senhora dos Remédios.


Para além de Lamego participa em procissões e noutros eventos, como cortejos, em Penafiel, Viana do Castelo e Ponte de Lima.


Os honorários que cobra pela participação, assegura, "mal chegam para os sustentar". Porém, "o vício é demasiado e fala mais alto", atira. Exemplifica com os 800 euros que pagou, ontem, aos proprietários de dois camiões pelo transporte dos seis bois até Lamego.


"O que cobrei ainda deixa algum, mas ao fim e ao cabo fica quase ela por ela". "A minha mulher até já me disse para me deixar disto, mas se o faço acho que morro", acrescenta.


Ontem, já a noite começava a cobrir Lamego quando, recolhidos, alimentados e dessedentados os bois, Joaquim juntou para uma merenda a malta que o acompanhou para fazer o trabalho - 15 pessoas ao todo, entre familiares e amigos. E para o ano que vem conta voltar.


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