A Rússia vive uma tragédia. Setecentos mil hectares de floresta reduzidos a cinzas e 500 incêndios continuam activos. O número de mortes aumenta. Em Moscovo, anda-se de máscara na rua. E surge agora novo alerta: os fogos podem tornar-se numa ameaça nuclear.
O Governo russo previne que, caso não sejam controlados os fogos na região de Bryansk, podem libertar-se partículas radioactivas para a atmosfera altamente nocivas para a saúde.
Desde a catástrofe nuclear de Chernobyl, há mais de 20 anos, que zonas de Bryansk permanecem contaminadas. No terreno, já não podem actuar pessoas. Os fogos estão a ser combatidos por robôs. Ninguém pode aproximar-se da área.
Cerca de 400 mil pessoas vivem na região, situada a 300 quilómetros de Chernobyl. Na Internet, já circulam relatos de pessoas aterrorizadas, que partilham o seu medo em blogues pessoais.
Segundo as agências internacionais, mil funcionários do centro de investigação nuclear de Zarov, o mais importante do país, a Este de Moscovo, estão a retirar todo o material radioactivo e explosivo em cerca de cem camiões.
Na capital, a nuvem de fumo é tão densa que não é possível circular pelas ruas sem máscara. A qualidade do ar é muito perigosa para a saúde, previnem os investigadores. O Governo recomendou aos 10,5 milhões de moscovitas que ficassem em casa. A maioria das lojas fechou.
Fontes médicas citadas por agências russas informam que o calor e o fumo que se faz sentir em Moscovo levou ao aumento da mortalidade em quase 30%, relativamente ao mês passado.
Entretanto, a circulação aérea foi afectada pela falta de visibilidade, tendo sido desviados dezenas de voos para outros aeroportos do país e países vizinhos.
E os meteorologistas não anunciam ainda a descida das temperaturas. Pelo contrário: os termómetros devem rondar os 40 graus centígrados durante a próxima semana. A fuga ao calor intenso – que também secou dez milhões de hectares de campos de cultivo – levou, por sua vez, ao aumento do número de afogamentos. Segundo o Ministério para as Situações de Emergência, mais de 200 pessoas morreram afogadas na Rússia desde o início da semana.
Mesmo perante todo este cenário de catástrofe e mortandade, o presidente da Câmara de Moscovo, Iúri Lujkov, que se encontra de férias nos Alpes, não vê razão para cancelar a estadia e regressar à capital. “Mas que problemas?, declarou o porta-voz de Lujkov.
JN
Sem comentários:
Enviar um comentário