As autoridades de saúde norte-americanas alertam que o produto vendido na internet como sendo «água milagrosa», divulgada como eficaz no tratamento da sida, cancro, gripe A, hepatite e várias outras doenças, «é perigoso para a saúde» e apelam a que tiver adquirido o produto para que «deixe de o consumir imediatamente».
O alerta da FDA (autoridade americana do medicamento) explica que o produto, conhecido como Miracle Mineral Supplement - MMS (ou em português Solução Mineral Milagrosa) «quando usado directamente produz uma lixívia industrial que pode causar danos graves à saúde».
A FDA explica ainda que recebeu várias queixas de pessoas que tomaram o MMS e ficaram com «b>náuseas, vómitos e mesmo tensão baixa causada pela desidratação que poderia ser mortal».
A autoridade do medicamento alerta quem estiver a tomar o produto que «deve parar de tomar imediatamente» e caso tenha sentido algum destes efeitos secundários, deverá consultar um médico. Avisa ainda que o mesmo produto é vendido online com rótulos diferentes, embora o nome normalmente seja o mesmo.
A FDA garante que não há estudos que provem a eficácia do produto no tratamento da sida, cancro, hepatite, gripe A, gripes comuns, acne, etc, como alegam os responsáveis pela venda do MMS e admite avançar com um processo judicial «para proteger o público deste produto potencialmente perigoso».
O MMS é vendido online em vários sites, incluindo um em português, há já alguns anos, mas em alguns países, incluindo Canadá e Austrália, o produto foi proibido pelas autoridades de saúde nacionais, passando a introdução do produto nestes países a ser feita clandestinamente. A tvi24.pt contactou o Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento) para saber se será emitido algum alerta nacional sobre o MMS, mas até ao momento não foi possível obter uma resposta.
O que dizem os sites de venda do MMS
Segundo os diversos sites que vendem o produto, o MMS foi desenvolvido por Jim Humble, um pesquisador de ouro e metalúrgico, durante uma expedição em busca de ouro nas selvas da América do Sul. E, após anos de pesquisa, a eficácia do produto «comprovou-se ao ajudar com sucesso mais de 75.000 pessoas, em várias nações Africanas - incluindo o Uganda e o Malawi - a livrarem-se de doenças como principalmente malária, mas também hepatite, cancro e sida».
Segundo o site em português, o MMS «é uma solução de duas porções ou partes que liberta pequenas quantidades, no corpo humano, do germicida mais eficaz conhecido do homem no entanto totalmente incapaz de causar danos no corpo». «É a coisa mais pura de todas que você pode vir a tomar», garante.
O mesmo site adianta que frequentemente o produto resulta em apenas algumas horas e que «se os pacientes do hospital mais próximo fossem tratados com este Mineral Milagroso, mais de 50% deles regressariam a casa no período de uma semana».
Antecipando eventuais efeitos secundários, no site pode ler-se: «Diminua o número de gotas conforme necessário se ocorrer diarreia ou náusea, mas não pare de tomar MMS. Náusea e diarreia são ambos bons sinais indicadores que o MMS está a funcionar».
O produto é divulgado em muitos fóruns online, com relatos de supostos utilizadores do produto a garantir a eficácia do mesmo. Sempre que surge um alerta de autoridades de saúde, de imediato surgem as reacções. Muitos garantem que o que está em causa são os lobbys das grandes farmacêuticas que querem evitar a cura dos doentes e a consequente perda de lucros. E surgem também os que garantem conseguir contornar as proibições e fazer chegar o MMS a quem o quer comprar.
TVi24
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