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sábado, 10 de julho de 2010

Tornados e tsunamis assustaram populações a sul do País

Tornados e tsunamis assustaram populações a sul do País

Madrugada com vários fenómenos meteorológicos que estão a ser estudados.

O Instituto de Meteorologia (IM) está a investigar uma série de relatos de tornados e tsunamis a sul do País. Nenhum dos acontecimentos está ainda confirmado pelo organismo, mas a instabilidade atmosférica que está a verificar-se foi considerada normal pela meteorologista Ilda Simões.

Um fenómeno com características semelhantes às de um tornado foi registado ontem de manhã perto de Ferreira do Alentejo, tendo as rajadas de vento forte provocado a queda de árvores e arrancado diversos telhados de habitações e instalações agrícolas.

Ao DN, Ilda Simões disse que a situação teve origem em correntes de ar descendente provocadas pela formação de nuvens convectivas numa vasta região do Sul de Portugal e Norte de África.

"É fenómeno meteorológico com rajadas de vento semelhantes às de um tornado, com a diferença de se tratar de correntes descendentes". Uma situação propiciada pelas altas temperaturas , como a existência de ar "muito seco" a baixa altitude, e que resultou na queda de dezenas de árvores, muitas delas arrancadas pela raiz.

Entre as 10.00 e as 11.00, a circulação automóvel esteve interrompida ou condicionada em diversas estradas. O vento provocou a queda de um cabo de alta tensão que provocou um incêndio rural, próximo da localidade de Odivelas.

Já entre Lagos e Algeciras, o susto veio do mar, provocado por "um tsunami meteorológico". As oscilações de maré chegaram aos 40 cm, mas o fenómeno passou despercebido à maioria das pessoas. "O barco estava praticamente sem água. O incrível é que eram 09.30 da manhã e a maré deveria estar a subir até às 12.40" recordou, nervoso, José Venâncio, que esperava por passageiros para descer o rio, em Silves. "A maré inverteu. Em vez de continuar a correr para Silves, começou a descer para Portimão até o barco ficar a seco", corroborou Mário Pinto, que estava a bordo. A situação prolongou-se por dez minutos, até que a água começou a regressar: "vinha com uma velocidade de marés vivas e não com a esperada".

O investigador Óscar Ferreira, da Universidade do Algarve, explicou este "tsunami meteorológico": "Foi uma variação da pressão, em Sagres, associada à passagem de uma frente que terá estado na origem deste conjunto de ondas."

Poeiras arrastadas para Portugal

Ontem de manhã uma poeira cobria os carros sobretudo no Sul do País e no horizonte era possível observar uma linha amarela. Este fenómeno foi explicado num comunicado da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Lisboa. "Está-se sob a ocorrência de um fenómeno ou evento natural de poluição atmosférica. Neste caso, trata-se do transporte de longa distância de ar proveniente de regiões áridas, como os desertos do Norte de África, com partículas e poeiras em suspensão". A poeira deverá manter-se por mais quatro dias.

DN

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