Dinamarca lidera a lista, segundo o estudo da Gallup. Sete europeus estão entre os dez primeiros.
Será que o dinheiro traz felicidade? Foi para tentar responder a esta pergunta que uma equipa da Universidade de Ilinóis, nos EUA, pegou nos dados da sondagem mundial da Gallup sobre felicidade e rendimentos, provando que afinal uma pode não ser sinónimo de outra. Um inquérito que revela também quais são os países mais felizes do mundo.
"O estudo mostra que tudo depende de como definimos felicidade, porque se olharmos para a satisfação com a vida, como avaliamos a nossa vida como um todo, vemos uma grande relação em todo o mundo entre rendimentos e felicidade", disse o professor e psicólogo Ed Diener. "Contudo, é chocante ver quão baixa é a correlação dos rendimentos com os sentimentos positivos e a sensação de diversão".
O mesmo especialista revelou ao site LiveScience que enquanto a satisfação com a vida reflecte se as pessoas estão a alcançar os seus objectivos a longo prazo, e nesse caso, o dinheiro traz felicidade, os sentimentos positivos surgem das coisas momentâneas. Quanto gozamos a vida, medido através do riso e das gargalhadas, depende mais das necessidades sociais e psicológicas do que do dinheiro. No final, Diener lembra: "Apesar de ser verdade que ficar mais rico nos vai tornar mais satisfeitos com a nossa vida, poderá não ter contudo o impacto grande que pensávamos no desfrutar da vida."
O inquérito da Gallup foi feito entre 2005 e 2006 a 136 mil pessoas de 132 países. Os inquiridos foram convidados a dar um número às suas vidas. Zero significava a pior vida possível e dez a melhor. Além disso, tinham que responder a algumas questões sobre o que tinham vivido no dia anterior, desde o facto de se sentirem respeitados a terem algum familiar ou amigo com quem contar.
No final, surge a lista dos países mais felizes do mundo. A liderar está a Dinamarca, com um índice de 7,7, o mesmo da Finlândia. O primeiro país não europeu (há sete europeus nos dez primeiros) surge em quinto lugar: é a Costa Rica. Apesar de ter um PIB que é quase dez vezes inferior ao da Dinamarca, surge com um índice muito próximo, de 7,6. Os outros dois países não europeus são Canadá (7,5, em sexto) e Nova Zelândia (7,4, em oitavo).
"Algumas das posições dos países são de facto surpreendentes, pelo menos se pensarmos no dinheiro como única forma de riqueza", referiu Diener. "Como é que países médios em termos de rendimentos, como a Costa Rica, se saem tão bem? E, pelo contrário, porque é que nações relativamente ricas, como a Coreia do Sul, ficam aquém do esperado?", questiona. Para o psicólogo, a resposta é simples: "Deve-se à qualidade das relações sociais."
DN
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