Após um almoço num restaurante na zona Falperra em Braga, Elvira Ferreira sentiu-se mal e os familiares chamaram o INEM. Foi a PSP de Braga que “convenceu” o INEM a deslocar-se à Falperra mas quando chegou já era tarde, porque a senhora morreu.
Era um dia perfeitamente normal. O calor abrasador que se fez sentir no domingo passado na capital minhota, levou a família Ferreira a optar por um “giro” refrescante no monte da Falperra. Almoçaram por lá e, no fim do repasto, quando desciam de carro a estrada que liga o Sameiro à cidade, via Falperra, Elvira Ferreira, de 84 anos, começou a sentir-se mal disposta.
“Paramos o carro, pois a minha mãe apresentava sinais de ritmo cardíaco fraco, vómitos, inconsciência e falta de ar”, explica ao JN Manuel Francisco Ferreira. Após estes sinais e preocupados com o estado de saúde de Elvira, um familiar da idosa decidiu chamar o INEM. “Telefonamos para lá às 14.46 horas e explicamos o que estava a passar. Do outro lado da linha, e após uma bateria de perguntas e música, ignoraram por completo a situação de emergência e como se isto não bastasse desligaram o telefone na cara”, conta Manuel Ferreira, que voltou a telefonar para o INEM mas desta vez nem sequer atenderam.
Entretanto uma patrulha da PSP de Braga que por ali passava viu o aparato e a aflição da família Ferreira face ao agravamento dos sintomas de saúde da idosa. ?A Polícia ficou estupefacta com a situação, ficando incrédulos com a atitude do INEM?, relata o filho de Elvira. Um agente da PSP pegou no seu telemóvel e, após alguma espera (15 minutos), comunicou com o INEM. ?Após 30 minutos do telefonema do agente da PSP a ambulância chegou?, disse ao JN Manuel Francisco Ferreira, em tons de revolta e indignação.
Entre o primeiro contacto, por parte dos familiares da idosa, e a chegada da ambulância do INEM decorreu mais de uma hora e Elvira Ferreira acabaria por falecer no local. O filho da idosa conta ainda que, aquando da primeira chamada, contactaram outros familiares que estavam em Ofir, Esposende, que fica sensivelmente a 43km da Falperra e mesmo assim chegaram primeiro que a ambulância de Braga. “Se o INEM tivesse agido de acordo com o que seria de esperar talvez eu ainda tivesse a minha mãe comigo. Agora pergunto: foi por saberem a idade da senhora? Foi porque estava muito calor para saírem do fresquinho? Foi por não ser presidente da República?”, questiona Manuel Francisco Ferreira, que classifica o socorro e os serviços prestados pelo INEM de “miseráveis”.
O INEM, contactado pelo JN, afirma que o primeiro pedido de ajuda a dar entrada no CODU, a propósito deste caso, surge às 15.07 horas, onde foi “reconhecida a gravidade da situação”. Em comunicado, esclarece ainda que às 15.13 horas foram accionados uma ambulância do INEM e a VMER do Hospital de Braga, tendo esta chegado ao local às 15.16 horas (ou seja, 30 minutos após o primeiro alerta dado pelos familiares).
No entanto o INEM esclarece que “o 112 é comum a várias situações, como por exemplo, assalto, roubo, incêndio, etc., e é atendido, em primeira linha, por uma central da PSP que apenas canaliza para o INEM as chamadas que à saúde digam respeito. Poderá aí ter ocorrido a situação descrita na denúncia, não sendo por isso imputável ao INEM”, refere o comunicado. O INEM alega que respondeu, de imediato, ao pedido de socorro.
JN
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