"Estamos muito chocados com a monstruosidade que foi este crime", disse hoje, quinta-feira, o delegado responsável pelo caso do desaparecimento da ex-amante do guarda-redes do Flamengo, Bruno Fernandes.
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| Chegada de Bruno à Divisão de Homicídios |
Podemos concluir que Eliza está morta", declarou o delegado Edson Moreira, chefe do departamento de investigações de Minas Gerais.
Com base em depoimentos, o delegado afirma que Bruno ficou com Eliza Samudio o tempo todo e demonstrava tranquilidade.
A polícia ouviu a versão de um primo do jogador, de 17 anos, que confessou ter participado no desaparecimento de Eliza e também acompanhou as buscas na casa do ex-polícia Marcos Aparecido dos Santos, proprietário da casa em que estaria o corpo da mulher.
O ex-polícia seria o responsável pela execução, morte e desaparecimento da jovem.
"Verificamos que grande parte da versão (contada pelo adolescente) é verdadeira", declarou Moreira ao referir que 80 %do que foi contado à polícia é verídico.
Na versão contada, "o Bruno estava dentro da casa, via a mulher com a cabeça estourada e acompanhou-a, segundo testemunhas, para o seu sacrifício, para a sua morte. E era o mais tranquilo de todos", descreveu o delegado com base nas alegações e depoimentos.
"Eliza foi executada por asfixia mecânica. O indivíduo (o ex-polícia), teria estrangulado e morto Eliza, livrando-se depois do corpo. O menor mencionou que havia vários cães de raça rottweiler, aos quais teriam sido dadas parte do corpo de Eliza para se alimentarem", afirmou Pinto.
O futebolista Bruno e seu amigo Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão, também suspeito do desaparecimento, já foram transferidos para o complexo penitenciário de Gericinó, no Rio de Janeiro.
Se for condenado por sequestro e lesão corporal, Bruno Fernandes poderá ter uma pena de 17 anos de prisão.
Acusação de homicídio mesmo sem corpo de Eliza
A Polícia Civil de Minas Gerais, no Brasil, explicou que mesmo que o corpo de Eliza não seja encontrado, os suspeitos serão acusados por homicídio e ocultação de cadáver.
"A materialidade do crime está indirectamente comprovada", disse o delegado Edson Moreira, da Delegacia de Homicídios.
“Fazendo um cruzamento das provas temos depoimento e declarações que indicam o homicídio", acrescentou o delegado Wagner Pinto, em referência ao sangue de Eliza encontrado no veículo de Bruno, uma prova considerada fundamental.
Jogador diz desconhecer o desaparecimento de Eliza
Ao deixar a sede da Divisão de Homicídios na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde ocorreu o depoimento do jogador do Flamengo, o advogado disse que Bruno negou ter conhecimento do desaparecimento de Eliza, de 25 anos.
Bruno Fernandes entregou-se à polícia do Rio de Janeiro ontem. Já hoje, a direcção do Clube do Flamengo decidiu suspender o seu contrato até que sejam concluídas as investigações policiais.
O futebolista já estava afastado da equipa, mas continuava a treinar e a receber o salário. Pelo contrato previsto até 2012, Bruno recebe cerca de 150 mil reais (65 mil euros) por mês.
Na chegada de Bruno e do seu amigo Macarrão à Divisão de Homicídios houve confusão. Foram recebidos por uma multidão e sob os gritos de "assassinos".
Em Minas Gerais, a Justiça também confirmou a prisão de Dayanne Rodrigues do Carmo Souza (mulher de Bruno), Flávio Caetano de Araújo (amigo de Bruno), Wemerson Marques de Souza (o Coxinha, amigo de Bruno), Elenilson Vitor da Silva (administrador do site de Bruno) e Sérgio Rosa Sales Camelo, também envolvidos no caso.
As buscas pelo corpo de Eliza têm sido feitas numa lagoa em Ribeirão das Neves, no Estado de Minas Gerais, perto da propriedade do jogador.
Da relação de curta duração com o guarda-redes do Flamengo nasceu uma criança. O jogador terá tentado impedir que a gravidez fosse concluída mas não teve sucesso. O bebé vive com a família de Eliza.
JN
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